A CARAS Online faz uma homenagem a uma das principais atrizes brasileiras pelo Dia da Mulher: Fernanda Montenegro
Adorada pelos fãs e prestigiada pela classe artística, Fernanda Montenegro (83) é uma das atrizes mais importantes do teatro, TV e cinema brasileiros. Para comemorar o Dia da Mulher, na próxima sexta-feira, 8 de março, a CARAS Online revê a trajetória dessa querida artista.
Batizada como Arlette Pinheiro Esteves Torres, Fernanda Montenegro começou sua carreira em 1950, no teatro, com a peça Alegres Canções nas Montanhas, ao lado de Fernando Torres (1927-2008), que se tornaria seu marido e pai de seus dois filhos, a atriz Fernanda (47) e o diretor Claudio Torres (48).
Nascida no bairro do Campinho, subúrbio do Rio de Janeiro, ela é filha de uma dona de casa e um mecânico. Aos 12 anos, assim que concluiu o ensino primário, Fernanda começou a se dedicar à formação profissional, estudando secretariado.
Aos 15 anos, ela se inscreveu num concurso da Rádio MEC, que revelaria jovens talentos para o radialismo. Nessa mesma época, Fernanda começou a integrar o grupo de teatro amador da Faculdade Nacional de Direito. Seu primeiro papel como rádio-atriz foi numa obra de Cláudio Fornari, chamada Sinhá Moça Chorou. Fernanda permaneceu na Rádio por 10 anos, inicialmente como locutora e depois como atriz.
Foi a primeira atriz contratada pela recém-criada TV Tupi do Rio de Janeiro, em 1951. Na emissora, entre 1951 e 1953, participou de cerca de 80 peças, exibidas nos programas Retrospectiva do Teatro Universal e Retrospectiva do Teatro Brasileiro. Entre 1953 e 1955, a atriz participou de diversos teleteatros na TV Tupi de São Paulo, apresentados no Grande Teatro Tupi. De volta à Tupi carioca, atuou em mais de 160 peças apresentadas naquele programa de 1956 a 1965. Em 1959 formou sua própria companhia teatral, a Companhia dos Sete.
Sua estreia no cinema acontece em 1964, na tragédia de Nelson Rodrigues, A Falecida.
Em 1965, na recém-criada TV Globo, Fernanda Montenegro participou do programa 4 no Teatro. Na TV Excelsior, em 1968, Fernanda Montenegro viveu Cândida em A Muralha.
Ela deixou a falida TV Excelsior em 1970 e manteve-se afastada da televisão durante nove anos, intervalo quebrado apenas pela realização de dois trabalhos: o teleteatro A Cotovia, de Jean Anouilh, para a TV Tupi, em 1971, e um Caso Especial da TV Globo, em 1973.
Fernanda Montenegro estreou em novelas da Globo em 1981, em Baila Comigo. Em 1983, ela protagonizou cenas hilariantes ao lado de Paulo Autran em Guerra dos Sexos. Em 1986, a atriz participou de Cambalacho.
Quatro anos depois, Fernanda fez uma participação especial no papel de Salomé, em Rainha da Sucata. Ainda em 1990, interpretou a Vó Manuela na minissérie Riacho Doce.
Em 1991, foi Olga em O Dono do Mundo. Dois anos depois, apresentou uma atuação marcante como Jacutinga, a dona de um bordel na novela Renascer. Ainda em 1993, participou da novela O Mapa da Mina, a última de Cassiano Gabus Mendes.
Em 1994, foi Quitéria Campolargo em Incidente em Antares. Em 1997, Fernanda Montenegro viveu o papel-título de Zazá.
Em 1999, por sua atuação no filme Central do Brasil, de Walter Salles, foi a primeira artista brasileira a ser indicada para o Oscar de Melhor Atriz. Um ano antes, ainda por sua atuação neste filme, recebeu o Urso de Prata do Festival de Berlim. Por este papel, Fernanda também recebeu indicações aos prêmios BAFTA (o Oscar britânico) e Globo de Ouro de Melhor Atriz.
Ainda em 1999, a atriz fez o papel de Nossa Senhora na minissérie O Auto da Compadecida. Em 2001, viveu a Lulu de Luxemburgo de As Filhas da Mãe.
Ela também participou da primeira fase de Esperança, de 2002. Em 2005, na premiada minissérie Hoje É Dia de Maria, a atriz interpretou a madrasta, voltando a atuar na segunda jornada da série como Dona Cabeça, narradora da trama.
Em 2006, brilhou na novela Belíssima como a vilã Bia Falcão. Em 2008, atuou na minissérie Queridos Amigos. Em 2010, ela foi Bete em Passione.
No ano de 2012, Fernanda participou de um episódio de As Brasileiras, vivendo a personagem Maria do Brasil. No final deste mesmo ano, ela interpretou Dona Picucha no especial de fim de ano Doce de Mãe.
Ao todo, Fernanda Montenegro participou de 24 filmes para o cinema e mais 24 peças teatrais.
Ela chegou, ainda, a ser convidada para ser ministra da Cultura nos governos dos presidentes José Sarney e Itamar Franco, mas, apesar do grande apoio da classe artística e intelectual, recusou os dois convites alegando não estar preparada para abandonar a carreira artística.
Em 1999, ela recebeu do então presidente Fernando Henrique Cardoso a Ordem Nacional do Mérito Grã-Cruz, pelo reconhecimento ao destacado trabalho nas artes cênicas brasileiras.
Em 2004, aos 75 anos, recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Tribeca, em Nova York.