Carmo Dalla Vecchia: a liberdade para voar

Com a veia artística ainda mais acentuada, o ator Carmo Dalla Vecchia (40) já deixou New York com saudades. "É uma delícia voltar para casa, mas também é triste pensar que ainda há tantos espetáculos que gostaria de assistir aqui", observou o ator antes de embarcar para o Rio de Janeiro, no Aeroporto Internacional John F. Kennedy, no Queens. Há mais de dois anos sem férias, o ator pode, finalmente, aproveitar uma curta temporada para relembrar as belezas de Manhattan. "Ao contrário do que se pode imaginar, os nova-iorquinos são muito receptivos, percebi isso desde quando estive aqui pela primeira vez, há seis anos. É uma cidade linda", garantiu o gaúcho de Santa Maria. Muito bem resolvido quando o assunto é trabalho, Carmo dedica a maior parte de sua vida ao teatro e à televisão e garante que atuar está entre os seus maiores prazeres. "O grande barato de ser ator é se divertir enquanto se está em cena, representando, ensaiando, ou preparando o seu personagem", observou o galã, escalado para interpretar um rei na próxima novela global das 6, que entrará no lugar de Araguaia, em março de 2011. "Estou muito feliz em participar de mais um projeto de duas pessoas tão queridas", disse referindose às talentosas autoras Thelma Guedes (51) e Duca Rachid (49) com quem trabalhou em Cama de Gato, também da Rede Globo. Hospedado no Castelo de CARAS, em Tarrytown, New York, o ator festejou o sucesso da peça Estranho Casal, que produz e atua, em cartaz há mais de um ano. "Estamos em turnê com o espetáculo e a resposta do público é ótima. Estamos no caminho certo." - Gosta de viajar? - Desde a época em que eu fui modelo, só pensava em conhecer o mundo. Viajar sempre foi o meu sonho e estou realizando desde quando tive a chance, e a sorte, de crescer na carreira, e produzir meus espetáculos. - Qual a maior lição que tirou de todos esses passeios? - Percebi ainda mais qualidades nos brasileiros. Somos um povo tão à vontade, nos comunicamos tão facilmente e não é em qualquer lugar que as pessoas mostram um temperamento parecido com o nosso. Por enxergar essas diferenças, sei valorizar o que tenho na minha terra. - E quanto a New York? - É um paraíso artístico. Excelente para ir ao teatro, assistir aos musicais e, sobretudo, aproveitar a chance de ver coisas diferentes. Gosto de ter esse contato próximo com outras culturas em todas as viagens que faço. É enriquecedor, ainda mais para um ator. - Por que? - Ser ator é uma responsabilidade enorme, pois envolve uma relação muito próxima com as pessoas. Tenho a chance de dividir minhas ideias e até influenciá-las. Então, quanto mais eu perceber o mundo e as coisas ao meu redor, mais elementos terei para compartilhar. - Como escolheu ser ator? - Desde criança tinha essa vontade e saí de casa cedo para realizar esse desejo. Hoje é bom poder sobreviver tanto do teatro, quanto da TV. Adoro meu trabalho. - Existe algo que ainda queira realizar profissionalmente? - Fazer um papel no cinema argentino. O país é tão próximo e, ao mesmo tempo, tão distante culturalmente de nós. Eles fazem produções geniais, diferentes das nossas. Seria uma chance especial.