Regina Casé mostra conhecimento sobre a cultura africana
O desfile da Vila Isabel transformou o Sambódromo carioca em um pedacinho da África. Com o enredo Você Semba Lá... Que eu Sambo Cá! O Canto Livre da Angola, idealizado pelo cantor e ícone da agremiação, Martinho da Vila (73), a escola enalteceu o semba, que deu origem ao mais popular ritmo brasileiro, e reverenciou os laços culturais, linguísticos e afetivos entre os dois países. Alegorias e fantasias luxuosas remontaram elementos como as savanas, as tribos e a riqueza da fauna local, além de recriarem o universo dos navios negreiros que transportavam os escravos no século XVII. Dança mais popular da terra homenageada, o kuduro foi inserido na bateria e na coreografia dos componentes e transformou-se em um dos destaques da passagem da azul e branco, que foi ovacionada pelas arquibancadas com os gritos de ‘é campeã.’
Fã e conhecedora do gingado angolano, Regina Casé (57), que apresenta o programa global Esquenta, se empolgou ao ouvir o som dos tambores e arriscou alguns passos. “No kuduro há uma maneira de mexer o corpo e de ter o domínio dos pés muito parecido com o samba. Outra característica semelhante é que as pessoas fazem os movimentos com uma enorme alegria no rosto, justamente o traço que mais nos aproxima dos nossos irmãos africanos. Viva Angola!”, vibrou ela, que chegou à avenida cheia de estilo. Apesar da empolgação com o desfile da Vila, Regina fez questão de frisar que torce pela Mocidade Independente de Padre Miguel. “Estou muito comovida com uma história que também moldou nossa civilização e sociedade. Mas, não tem jeito, meu coração é, sempre será, verde e branco. Certas coisas não mudam”, justificou.