“É outra energia. Sinto que me faz bem esse clima. Acalma e tranquiliza. Posso dizer agora que sou uma garota da montanha”, confessa a atriz
Em seu primeiro contato com a neve,Letícia Colin (24) assegura ter vivido uma “superexperiência sensorial”. Por alguns instantes, diante da exuberante paisagem de Termas de Chillán, no Chile, o jeito inquieto e falante da atriz deram espaço ao silêncio e à contemplação. “É outra energia. Sinto que me faz bem esse clima. Acalma e tranquiliza. Posso dizer agora que sou uma garota da montanha”, constata, aos risos. O espírito de menina-moleca, que se inebria ao ver um boneco de neve, convive perfeitamente com a dedicada e séria profissional. Com 16 anos de carreira, Letícia vive atualmente em seu quarto musical a protagonista Beatriz, de O Grande Circo Místico, famosa personagem da canção de Chico Buarque (70) e Edu Lobo (70). A estreia paulistana será nesta quinta, 14. Antes, fez O Despertar da Primavera, Hair e Como Vencer na Vida Sem Fazer Força. “É legal solidificar um espaço no teatro, interpretar Beatriz, símbolo das atrizes, personifica tudo o que sempre sonhei”, diz. A seguir, ela, que atua nos longas Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho e Amor em Sampa, nos cinemas até o fim do ano, e do inédito Ponte Aérea, fala ainda do namoro de três meses com Leonardo Senna (40), consultor circense do seu musical.
– Como está a relação?
– Nos conhecemos nos ensaios, ficamos muito amigos e, depois de um tempo, nos apaixonamos. Leo é um cara leve, suave. Para mim é bom ter ao lado alguém com essas características, isso me ajuda.
– O que considera primordial em um relacionamento?
– Confiança e amor. E aquela paixão, a vontade de ficar junto. Sou bastante intensa. Então, se não estiver realmente muito a fim da pessoa, não rola. Não consigo ser mais ou menos na vida. E sempre fui assim...
– Sua inquietude mais atrapalha ou auxilia na vida?
– Desde pequena, sou do movimento total. E isso até me ajuda. O longa Ponte Aérea fiz junto com ensaios de O Grande Circo Místico, além de aulas de balé, tecido e canto. Agora atuo também na segunda temporada de Amor Veríssimo, do GNT. Só consigo fazer tudo por causa dessa minha agitação. Tenho aprendido a canalizar para conseguir realizar várias coisas. É o que me move, me faz sentir realmente viva.
– E o trabalho no musical?
– É uma grande realização. Conviver com a galera de circo que atua no espetáculo mudou a artista interior que há em mim. É uma entrega. Você tem de ter conhecimento do corpo, disciplina, resistência a dor. Algo de coragem mesmo, de acreditar, confiar em você, no professor, no colega que vai te segurar em cena.
– Acredita que tudo vem acontecido no tempo certo?
– Sim, creio nisso. Não há hierarquia na vida, eu a vejo muito horizontal. Isso muda até a minha relação com as pessoas. Não acho que um papel vai me levar a outro, cada vez mais me libertei desse pensamento. Sou realizada com tudo o que vem ocorrendo. Mas quero continuar trabalhando, aprendendo, sempre acho que posso cantar e dançar melhor, por exemplo. Nasci para subir montanhas. Então, para mim, nunca vou encontrar o pico.