Vereadora foi citada não só nos desfiles das Escolas de Samba, mas também em Blocos de Rua
A morte de Marielle Franco foi um dos assuntos mais polêmicos de 2018. Mesmo após quase um ano do assassinato da vereadora, diversas lutas fazem questão de enfatizar a importância que ela teve para a sociedade. A fim de expor esta questão em nível mundial, diversas agremiações, tanto de São Paulo, quanto do Rio de Janeiro, fizeram questão de a enaltecer em seus respectivos desfiles, usando assim do maior espetáculo da terra para fazer uma espécie de crítica social sobre o ocorrido que segue em investigação.
Nas quatro Escolas de Samba que a citaram no decorrer das apresentações, todas carregavam um fio condutor que direta, ou indiretamente, estaria ligado à Marielle. As homenagens começaram na segunda noite de desfiles no Anhembi, a maior detentora de títulos do Carnaval Paulistano fez questão de reservar uma ala para homenagear a vereadora.
Com um enredo que exaltava as lutas do povo negro, a agremiação montou um quebra cabeça, que trazia a foto de carioca acompanhada da expressão “Marielle Presente”. Para realizar tal encenação, foi destinada uma ala, chamada de “Eu Tenho Um Sonho”, para fazer a homenagem. No desfile, familiares dela foram destaques principais de uma das alegorias.
As citações continuaram nos desfiles do Rio de Janeiro. Na primeira noite de apresentações, a campeã da disputa de 2019, Estação Primeira de Mangueira resolveu reverenciar os heróis da resistência negra e indígena na história do Brasil. A homenagem não ficou só para a plástica que trouxe um setor inteiro reverenciando a vereadora, mas também na letra do samba neste determinado momento: “Brasil, chegou a vez, De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês”. A ideia da verde e rosa era contar “A história que a história não conta”.
Na mesma noite, acontecia em São Paulo, o Desfile do Grupo de Acesso. A Pérola Negra, campeã da disputa, que a colocou de volta a elite das Escolas de Samba paulistas, também teve Marielle presente em seu desfile. Com o enredo principal sobre mulheres negras e guerreiras, desde os primórdios, na África, a vereadora veio representada no último carro da agremiação, fechando o desfile campeão da escola da Zona Oeste de São Paulo.
Por fim, na segunda noite de apresentações, no Rio de Janeiro, a Vila Isabel contou com a presença da família de Marielle em seu último carro alegórico. Com uma faixa escrito “Marielle Presente”, eles representaram um pouco do que o enredo da escola trouxe para os espectadores. A ideia principal da agremiação era representar a emancipação e o poder das mulheres, como ela defendia, tendo em vista o enredo que tratava de como a escravidão afligiu o Brasil.
Além disso, Marielle foi tema e reverenciada em diversos Blocos de Rua por todo o Brasil.