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Atualidades / SUPERANDO DESAFIOS

Rebeca Andrade tem terapia como aliada na trajetória; especialista explica por que

Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Leticia de Oliveira destaca o papel crucial do acompanhamento emocional no equilíbrio mental de atletas como Rebeca Andrade

Leticia de Oliveira
por Leticia de Oliveira

Publicado em 03/09/2024, às 17h05

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"A terapia mudou completamente como lido com esses desafios", diz Rebeca Andrade - Reprodução/Instagram
"A terapia mudou completamente como lido com esses desafios", diz Rebeca Andrade - Reprodução/Instagram

Medalhista olímpica e campeã nas Olimpíadas de Paris 2024, Rebeca Andrade (25) não só impressionou o mundo com suas habilidades atléticas, como também abriu espaço para uma conversa crucial sobre saúde mental. Em uma recente entrevista, a ginasta brasileira compartilhou que passou por terapia antes dos Jogos de Paris, destacando o impacto positivo do apoio psicológico em sua carreira. “Eu era bem fechada, guardava muitas coisas para mim. A terapia mudou completamente como eu lido com esses desafios”, revelou a atleta.

Essa fala reforça a importância da saúde mental no esporte de alto rendimento, onde a pressão para alcançar a excelência pode ser avassaladora. Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Leticia de Oliveira, que trabalha com o acompanhamento emocional de atletas, destaca que o apoio psicológico é essencial para o equilíbrio mental durante o treinamento e as competições.

“Muitos atletas enfrentam a expectativa do público, da mídia e de si mesmos para alcançar a perfeição. Esse acúmulo de pressão pode desencadear ansiedade, estresse e até depressão se não for adequadamente gerenciado”, explica.

Para Rebeca, que sofreu uma lesão grave no joelho aos 16 anos, o apoio psicológico foi essencial para lidar com a frustração e as adversidades que poderiam ter encerrado sua carreira precocemente. Ela revelou que a terapia a ajudou a processar a dor emocional e a reestruturar sua forma de pensar. “Fiquei muito triste e decepcionada comigo mesma, mas ao buscar ajuda, aprendi a não me cobrar tanto e a entender que desafios fazem parte do processo”, disse a ginasta.

Leticia de Oliveira enfatiza que muitos atletas, como Rebeca, precisam desenvolver não apenas habilidades físicas, mas também ferramentas emocionais para lidar com as pressões do esporte. “A mente precisa estar tão preparada quanto o corpo para que o atleta alcance seu melhor desempenho. O trabalho psicológico ensina técnicas de controle emocional, resiliência e autocuidado, aspectos fundamentais para suportar a pressão e manter o equilíbrio mental”, observa.

Estudos também indicam que atletas que buscam apoio psicológico são mais propensos a atingir um desempenho estável e lidar com os altos e baixos do esporte de maneira saudável. “Os atletas são frequentemente vistos como ‘super-heróis’, mas são pessoas comuns que enfrentam inseguranças e medos. Humanizar essa experiência e dar suporte emocional adequado permite que eles superem esses obstáculos sem prejudicar a saúde mental”, acrescenta a psicóloga.

Além da importância individual, o apoio psicológico também influencia positivamente a cultura esportiva, incentivando a discussão sobre saúde mental e quebrando tabus. A abertura de atletas de alto nível, como Rebeca Andrade, ajuda a criar um ambiente mais seguro para que outros atletas se sintam confortáveis em buscar ajuda. “Rebeca é uma referência e o fato de ela falar sobre terapia incentiva outros atletas a cuidarem de sua saúde mental sem medo de julgamentos”, afirma a especialista.

O exemplo de Rebeca Andrade evidencia que a busca por equilíbrio mental é tão fundamental quanto o treinamento físico. Sua vitória em Paris não foi apenas fruto de sua destreza atlética, mas também de sua força emocional, construída com o apoio da terapia. Como Leticia conclui: “O sucesso de um atleta vai além das medalhas. Ele está na capacidade de enfrentar os desafios com resiliência e equilíbrio emocional, o que só é possível com um olhar atento à saúde mental”.