Em entrevista à CARAS Brasil, Baby do Brasil reflete sobre críticas por conta do seu estilo e fala sobre novos artistas no cenário musical
Baby do Brasil (71) deu o que falar no carnaval de Salvador em fevereiro. A cantora alertou Ivete Sangalo (51) sobre o apocalipse, o que rendeu críticas para a estrela da MPB. Com uma carreira consolidada, ela já passou por diferentes fases em que foi alvo de ataques. Dona de um estilo único, a artista também chama atenção por conta do cabelo colorido. Em entrevista à CARAS Brasil no Especial Mês da Mulher, a voz de Menino do Rio reflete sobre julgamentos e revela como driblou censura das rádios para aplicar improviso nas músicas.
"Eu costumo dizer que existia uma frase que a gente ria muito porque eles diziam que eu era a mulher dos nove baianos. A banda [que eu cantava] era Novos Baianos, mas já teve todo tipo de pensamento sobre mim: 'Será que ela é tão drogada? Ela deve ser muito drogada, ter muitos namorados...'. Eu tenho um negócio muito forte que é o perdão. Eu amo perdoar o inimigo, a minha especialidade é o perdão e o arrependimento", diz a intérprete.
A cantora afirma que perdoar críticas pode ser o segredo para a beleza no auge dos 71 anos. Mesmo com comentários sobre o seu estilo eclético, ela ressalta que a luz própria tem relação direta com a felicidade e foco em questões mais importantes que os ataques.
"Eu amo porque há um efeito que acontece dentro de mim tão libertador e não causam rugas, nem causam enfermidades e somatizações então esse tempo todo na minha vida olhava pra mim e achava alguma coisa e eu dizia: 'Nossa, tá enganada. O que eu vou fazer? Não dá pra contar'. Mas as minhas atitudes ao longo do tempo vai fazer com que a pessoa consiga me enxergar ou não", ressalta.
A artista de sucesso tem observado atentamente o surgimento de novas estrelas no cenário musical. Para ela, é importante a renovação e o respeito por quem chegou antes. Baby se considera fonte de inspiração e exemplo para os novos nomes da música.
"Muitas cantoras novas, bandas, agora tá começando a surgir vários talentos vamos encontrá-los e eu acho gostoso quando alguém tem uma coragem porque eu tive coragem. Posso ter tantas influências de fazer tantas coisas porque cresci vendo pessoas também fazendo. Isso é importante", afirma.
No passado, Baby teve que driblar regras das rádios para se reinventar como artista. A cantora passou adotar a técnica do improviso para incrementar as músicas de uma maneira que não fosse censurada pelas emissoras.
"Eu sempre gostei de improvisar, era uma coisa muito natural. No início havia uma crítica: 'Não pode improvisar, a rádio não vai tocar essa música, improviso não existe no Brasil'. Eu dizia: 'Tenho que encontrar um jeito de enganar aquela rádio e quando vê vai estar com a música com improviso e tudo'. Eu tive silenciosa e aí fiz um improviso em A Menina Dança e depois em Menino do Rio. Aos poucos a Baby ficou sendo conhecida como a que improvisa. Eu creio que muitas artistas que curtem improvisar, como por exemplo, a Elis [Regina] curtia improvisar, a Gal [Costa] tinha algumas coisas que ela improvisava, a Elza Soares que improvisou o tempo inteiro e todo mundo teve que aceitar, ela fez aquilo com muita maestria", conclui.