No Brasil para divulgar a série Homeland, que estreia no FX, no dia 4, a atriz fala sobre ser "quase estrangeira" no próprio país
Morena Baccarin (32) segue com sucesso no caminho oposto das estrelas nacionais que se arriscaram no mercado internacional. A carioca nunca trabalhou em uma produção brasileira, mas já está com seu terceiro papel de destaque em uma série americana. Desta vez, ela é Jéssica em Homeland, que estreia no canal pago FX dia 4, às 22h.
Para divulgar seu atual trabalho, Morena desembarcou em São Paulo para uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 29. Antes disso, ela aproveitou para matar saudades da família no Rio. "Eu fui passar um tempo com eles e aproveitar o carnaval, curtindo muito Angra, Parati...", contou.
Morena confessou a vontade de vir ao Brasil para finalmente trabalhar aqui. "Acho a produção daqui muito boa, eu teria vontade de fazer novela ou alguma outra coisa, mas ainda precisa acertar com a minha agenda de gravações lá nos Estados Unidos. Até agora não deu, mas eu tenho certeza que uma hora dá", disse.
A atriz comentou que consegue passar por anônima no País, mesmo com o sucesso lá fora. "As pessoas não acreditam que eu sou eu, que sou brasileira e que estou andando no Rio, sabe? Acho que muitos pensam que nem português eu falo", declarou.
Radicada nos Estados Unidos há 25 anos, Morena acompanhou o processo de glamourização dos brasileiros na mídia americana. Ela afirmou que hoje percebe um número maior de personagens brasileiros nas produções estrangeiras e vê vantagem nisso. "É chique ser brasileiro agora", resumiu.
Casada com o americano Austin Chick, ela brincou sobre a vontade de formar uma família americana: "Eu gosto de ser mãe na série, porque no fim do dia cada um vai para o seu lado."
Morena disse viver dividida entre sua nacionalidade e o país que a acolheu. "Quando eu estou lá nos Estados Unidos, eu sou muito americana. Quando eu venho para o Brasil, eu sou muito mais brasileira. Uma parte de mim acorda aqui e eu queria levar isso para lá. Não sei explicar, é esse calor, essa alegria, a música, a comida...", comentou a atriz, que revelou não conseguir acompanhar as produções e a cultura nacional em solo americano.
Homeland
Vencedora duas vezes do Globo de Ouro por Melhor Série de Drama e Melhor Atriz, graças ao trabalho da protagonista Claire Danes, a série Homeland aborda um tema forte para os americanos e um pouco distante da realidade brasileira: o terrorismo no Oriente Médio. "Eu acho que os brasileiros também vão se interessar. O terrorismo pode não ser uma realidade aqui, mas essa desconfiança, essa coisa de não saber quem é herói ou quem é bandido, tudo isso chama atenção de todo mundo" , explicou.
Morena interpreta a mulher do personagem principal da história, o soldado Nicholas Brody (Damian Lewis), que volta de Bagdá, após sete anos dado como morto e é investigado pela suspeita de ter se 'convertido' para o lado dos terroristas. Além disso, a trama mostra como um soldado pode voltar da guerra cheio de traumas e com problemas para se reconectar com a própria família. "É por isso que eu gosto tanto deste programa, porque não existe medo de ir até o vulnerável, de mostrar esses lados radicais", contou a atriz, que logo no primeiro episódio da série teve que protagonizar uma cena de violência sexual com o seu marido na ficção.
"Nós conversamos com um produtor de Londres que foi para guerra e ele disse que é assim mesmo, você volta como um animal, com problemas para se conectar com o mundo. Essa cena foi dentro do limite, se tivesse exagerado um pouco mais ia parecer algo que não era nossa intenção", disse.
A serie é uma adaptação de uma obra israelense e conquistou a televisão americana. Em março, o elenco começa a gravar a segunda temporada. Enquanto isso, a brasileira aproveita para fazer participações em outras produções - a mais recente delas foi em The Good Wife, uma de suas séries favoritas, que irá exibir o episódio com sua presença nas próximas semanas.