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Calloni: ‘Natal dá gosto de quero mais’

Com a morte de seu personagem Natal na trama de ‘O Astro’, Antonio Calloni celebra mais um grande personagem na carreira. “Saio com a sensação de vitória”, declarou em entrevista a CARAS Online

Redação Publicado em 09/09/2011, às 12h46 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Morte de Natal (Antonio Calloni) em 'O Astro' - Divulgação/TV Globo
Morte de Natal (Antonio Calloni) em 'O Astro' - Divulgação/TV Globo

Nas sequências que serão exibidas na próxima terça-feira, 14, em O Astro, Natal (Antonio Calloni) deixará a cena em grande estilo. Certo de que matou seu inimigo Neco (Humberto Martins), ele será surpreendido com uma grande explosão – armado por seu desafeto e seu comparsa Ubiraci (Rodrigo Mendonça) – ao entrar em seu carro. Natal morre no lugar em que construiu sua história: no bairro carioca da Penha. No Kosmos, sua casa noturna, seu caixão é recebido por uma multidão - provando sua popularidade.

Com o final de seu personagem, Calloni comemora mais um grande papel em sua carreira de 30 anos de ator e celebra o desfecho de Natal com ar de vencedor. “Saio com a sensação de vitória. Foi um personagem inesquecível para mim”, contou o intérprete, em entrevista a CARAS Online.

A Kosmos recebe o velório de Natal. Lili (Alinne Moraes) vai com Márcio Hayalla (Thiago Fragoso) e uma multidão se aglomera. Natal era muito querido por lá. Na chegada de Neco e Ubiraci, o silêncio impera. Os comparsas ainda tentam falar algo, mas, diante do olhar reprovador de todos, decidem ir embora. É nessa hora que Cleiton (Frank Menezes) faz um discurso emocionado. Ele declara seu carinho e pede para que todos se animem, pois Natal não gostaria de vê-los chorando. O velório vira uma bela roda de samba em homenagem ao morto mais ilustre da Penha. Laura, em meio aos abraços de solidariedade, ouve o recado de Dona Dalva: “De agora em diante sua missão é tocar os negócios de meu neto”. A viúva ainda não sabe, mas em breve se tornará a nova toda-poderosa da Penha.  

“A duração de Natal na trama foi perfeita porque ele teve cenas muito marcantes, deixando aquele gostinho de quero mais. A repercussão também foi maior do que eu imaginava. Era um personagem muito rico, de personalidade forte, extremamente carinhoso, romântico com as mulheres, mas muito violento quando necessário. Natal ficou grande, merecia uma minissérie só para ele”, riu. A resposta positiva também chegou a Calloni dos próprios telespectadores. “Recebi muitas mensagens carinhosas. Muitos diziam ‘que pena que o Natal vai morrer, não deveria partir agora’. Esse tipo de carinho me deixou muito feliz”, contou. 

O feedback do público, no entanto, assustou um pouco o ator. Embora carismático, seu personagem nunca deixou de ser um assassino frio e calculista. “Isso é o mais espantoso. Apesar de afável, ele deixou bem evidente que era capaz de matar uma pessoa e ele realmente tentou fazer isso com o Neco”, completou Antonio, comparando seu trabalho em O Astro com o protagonista Saraiva, um aliciador de menores, no longa-metragem Anjos do Sol. “Só que o Saraiva não era tão agradável assim; ele vivia no meio do mato e era capaz de fazer muitas monstruosidades”.

A preparação para dar vida ao boa praça Natal já estava encaminhada para Calloni quando recebeu o convite para participar do folhetim. O ator já tinha tido um contato com o que chamou de ‘subúrbio carioca’ ao participar da série A Vida Como Ela É..., baseada em crônicas de Nelson Rodrigues com direção de Daniel Filho – de lá, tirou a base para seu trabalho em O Astro. Apesar dessa relação, Antonio destaca que, embora atraído por um personagem grandioso, foi a chance de atuar em uma obra de Janete Clair que o fisgou de vez para o projeto.

“Sinto-me honrado por isso. O sucesso de O Astro vem pendurando desde que a primeira versão foi ao ar [em 1977]”, disse. “Com esse trabalho, também celebrei os sessenta anos da teledramaturgia brasileira; isso foi muito importante”. Saindo realizado da novela, Calloni contabiliza as vitórias do trabalho e garante que, sem nostalgias, não olha para trás e nem sente falta de suas criações. “Estou me despedindo de todos os meus personagens há trinta anos, na verdade (risos). Fico com a sensação de um trabalho bem feito e isso me dá alegria que sobrepõe qualquer tipo de saudade. Não dá tempo de sentir saudade, a vida exige muito da gente”, refletiu.

Antonio, que agora vai se preparar para o lançamento do livro infantil João Maior do que um Cavalo e Maria Menos do que um Burro – projeto escrito com sua mulher Ilse e seu filho Pedro, ainda deixou seu palpite para o mistério lançado pela atração - quem matou Salomão Hayala - sempre com muito bom humor e irreverência, claro! “Foi a avó do Natal, a dona Dalva (Maria Pompeu)”, ironizou, aos risos.