Ao lado de Priscilla Vizman, atriz celebrou suas conquistas na Parada LGBTI+
A sintonia entre Bruna Linzmeyer (25) e Priscila Visman é tão nítida que dá para ver, literalmente, nas escolhas que as duas fazem. Em Nova York, nos EUA, para a Parada LGBTI+ da cidade, o casal, que já está junto há dois anos, optou pela cor verde para caminhar durante a marcha pela Quinta Avenida, um dos endereços mais famosos do mundo.
“A gente sempre faz isso! É comum nós sairmos com os mesmos tons de roupa e até peças. Teve uma vez que escolhemos um shorts de alfaiataria quase igual para passear. Eu e a Pri nos amamos, estamos apaixonadas e temos projetos juntas, trabalhos e sonhos, estamos compartilhando os pensamentos, as caminhadas, as alegrias de poder amar tranquilamente e, claro, as peças de roupa”, reflete Bruna, que viajou para a metrópole com a Avianca com um grupo de influencers brasileiros.
“Fiquei extremamente feliz com a curadoria da empresa, que nos trouxe como um casal lésbico e também escolheu dois homens trans para a viagem. Existe misoginia em todos os grupos, inclusive na comunidade LGBTI+. As mulheres lésbicas têm esta interseccionalidade, pois somos mulheres e lésbicas, então, é muito bonito ter o Thammy e o Jonas aqui conosco. Isso mostra que estamos ocupando cada vez mais espaços”, exalta, citando Thammy Miranda (35) e Jonas Maria (27). Andar tranquilamente pelas ruas de NY é comum para a atriz, que já morou no Brooklyn.
Depois do evento, ela levou a namorada para rever amigos no bairro. “Entre 2012 e 2013, vim para cá fazer uma performance teatral no High Line Park, chamada Seewatchlook, e resolvi ficar para estudar coisas novas e, óbvio, aprender inglês. É legal poder olhar para a Bruna dessa época e ver o quanto ela evoluiu e hoje vive melhor”, reflete a atriz, de férias da TV desde A Força do Querer, de 2017, e já reservada para O Sétimo Guardião, de Aguinaldo Silva (75), ambas da Globo.
“Nunca foi uma possibilidade não falar minha verdade. Então, as opiniões dos outros não me dizem nada, pois estou sendo o que acredito. Existiam algumas conversas que me rondavam, com preocupação sobre se eu iria conseguir pagar minhas contas ao me assumir mulher lésbica. Eu respondia perguntando o que eu iria enfrentar dentro de mim: ‘Se eu tiver que mentir sobre quem eu sou?”, conta. Sobre a união, é enfática: “O nosso amor vence barreiras”.
A liberdade que sente em solo americano é a mesma no Brasil. A atriz ressalta que, aliás, se sente livre em qualquer lugar do mundo e que a homofobia não lhe atingiu de forma tão direta. “O fato de ser uma pessoa famosa no meu país não me impede de fazer nada. Sou uma pessoa privilegiada, no sentido de ser branca, de ter ganhado dinheiro e prestígio por conta do meu trabalho em uma grande emissora. Então, a minha vida está bem de boa”, explica ela.
Hoje, para Bruna, a homofobia que vem da internet é um sintoma de como a sociedade está estruturada. “Não é algo sobre mim diretamente. Se eu não tivesse ali, como mulher lésbica, esse ódio provavelmente estaria indo para outra pessoa. Quero que todas tenham liberdade para amar.” O amor das duas, que começou no carnaval de 2016, no Rio, se consolida cada vez mais. Porém, filhos não fazem parte dos planos. “Desde a adolescência, não tenho vontade. Sempre foi bem claro para mim não fazer parte da tradição de família e propriedade e tenho conseguido me manter fiel à Bruna de 15 anos. Aliás, vejo como os conceitos e as conversas do feminismo me salvaram neste momento da minha vida”, afirma. “Talvez eu pudesse pensar que, chegando aos 25 anos, poderia, sim, pensar em ser mãe. Mas não é o que eu desejo e isso é um problema? Claro que não! Quero fazer tantas coisas ainda”, finaliza.