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Aos 70 anos, Caetano Veloso diz se sentir um adolescente de 14

Caetano Veloso gravou uma edição especial do 'Programa do Jô', que vai ao ar nesta terça-feira, 27. O artista está lançando seu novo disco, 'Abraçaço', e falou sobre Bethânia, Gil e o escândalo do mensalão com Jô Soares

Redação Publicado em 27/11/2012, às 21h50 - Atualizado às 22h06

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Caetano Veloso e Jô Soares - Divulgação / TV Globo
Caetano Veloso e Jô Soares - Divulgação / TV Globo

Lançando o 31º disco de sua carreira gravado em estúdio, Caetano Veloso (70) ganhou uma edição especial do Programa do Jô, gravado nesta terça-feira, 27, para divulgar o novo trabalho e relembrar momentos de sua vida. O filho de Dona Canô (105) disse que ainda se sente jovem e sempre foi assim.

“Sou um adolescente de 14... 15 anos no máximo”, declarou o artista, que justificou a escolha da faixa etária dizendo que é nesta idade que os jovens se sentem mais narcisistas e exibicionistas.

A conversa com Jô Soares (74) resgatou memórias de momentos vividos por Caetano, que relembrou parte de sua trajetória musical com um colega em especial, Gilberto Gil (70). “A primeira vez que eu vi Gil foi na Rua Chile [em Salvador], ele vinha com Roberto Santana. Ele era meu ídolo da televisão, cantava em um programinha de tarde na Bahia. Eu assistia e ficava maravilhado”, contou.

“Acho que se juntar eu e o Gil, dá alguma coisa respeitável”, brincou Caetano, que cantou com o colega recentemente na festa em homenagem a Ulysses Guimarães, em Brasília.

Sobre a época da Tropicália, Caetano lamentou a falta de arquivo nacional que foi apagado. “Lá fora eles sabem que o que fazem podem ser importante, mas brasileiro tinha essa coisa de apagar. Hoje em dia as coisas estão diferentes. O Brasil está tomando vergonha”, afirmou.

Família

Com um sorriso no rosto, Caetano disse que com o passar dos anos parou para pensar sobre seu pai, Seu Zeca, que morreu em 1983, com 82 anos. “Meu pai era um gênio. Um homem único”, declarou o cantor, que contou como ajudou na escolha do nome de uma de suas irmãs, Maria Bethânia (66).

“Tinha 4 anos e gostava de uma música do Nelson Gonçalves [‘Maria Bethânia’, gravada em 1945]. Quando ela nasceu, meu pai disse para os cinco irmãos sugerirem um nome. Sugeriram Cristina, Gislaine... e eu escolhi Maria Bethânia. Meu pai escreveu todos os nomes em um papel, colocou no meu chapéu e pediu para eu tirar uma papelzinho. Eu tirei o nome que tinha escolhido”, disse.

Mensalão

Sobre o julgamento do mensalão, Caetano mostrou uma visão positiva. “Sinaliza uma mudança sim”, afirmou. “É interessante ver que hoje existe essa ideia da população de exigir que a lei cumpra seu papel”, disse o artista, que comparou o escândalo com o impeachment de Fernando Collor (63), em 1992. “Naquela época já sinalizava isso”, argumentou.

Caetano definiu a sentença dada aos políticos envolvidos como ‘dores do crescimento’ e confessou não estar feliz. “Não dá para dizer que eu fiquei contente. Você vê um cara que foi preso no regime militar, que dizer, que lutou contra o regime militar e agora é preso por isso...”, declarou.

Para ele, o ‘povo precisa deixar de ter uma visão infantil e antiquada de que só porque o cara usa um terno não pode ser preso’. Caetano também criticou aos que dizem ser o mensalão um golpe da mídia. “O próprio Lula disse que se sentia traído em um primeiro momento, depois virou caixa dois, depois golpe da mídia.... Isso empobrece, parece que a população é burra. Tem que amadurecer”, afirmou.

Abraçaço

Caetano Veloso apresentou algumas músicas do novo disco, Abraçaço. Entre elas, Império da Lei e Quero Ser Justo. O álbum foi produzido por Moreno Veloso (40), filho do artista, e Pedro Sá.

O programa vai ser exibido nesta terça-feira, 27, logo após o Jornal da Globo.