Representando o país com maestria, Garota de Ipanema exalta otimismo com Jogos Olímpicos
Musa inspiradora da canção mais famosa e icônica do Brasil, Garota de Ipanema, composta em 1962 por Tom Jobim (1927–1994) e Vinicius de Moraes (1913–1980), Helô Pinheiro (71) ainda mantém, mesmo 54 anos depois, no olhar e no jeito, o doce balanço e a graça que a tornaram mundialmente conhecida. “Na juventude, não tinha consciência da minha importância, minha ficha só caiu quando muitos jornalistas estrangeiros me procuraram para dar entrevistas. Era uma rotina passar pelo bar onde Tom e Vinicius ficavam, ir à praia e andar pelas ruas de Ipanema, bairro onde morava, no Rio. Eu estava no lugar certo, na hora certa. Contribuí para que o Brasil fosse conhecido em outros países”, afirma ela, orgulhosa de sua trajetória. Aliás, uma das paredes de sua luxuosa casa em São Paulo, decorada com antigas matérias de jornal e capas de revista estampadas por Helô, reafirmam sua importância para o cenário nacional. “Foi uma letra escrita com inocência, no sabor do romantismo e da inspiração”, relembra a diva.
Convidada para ser uma das personalidades a carregar a tocha olímpica pelo Rio, cidade-sede da Olimpíada que começa dia 5, Helô será representada pela top Gisele Bündchen (36) no momento em que a modelo percorrer uma passarela ao som da canção de Tom, na abertura dos Jogos, no estádio do Maracanã. Ela é otimista quanto ao desempenho de nossos atletas e dos dias que virão. “As pessoas têm mania de falar mal do Brasil. Claro que há muitas coisas erradas, há corrupção e estamos enfrentando uma crise econômica, mas, neste momento, temos de estar focados. A visão que tenho é de esperança, fé. Tudo vai dar certo. O povo terá muitas alegrias e isso vai elevar a autoestima das pessoas”, declara, ao lado do marido, o empresário Fernando Pinheiro (76), e cercada pelos filhos Ticiane (40), Kiki (45), Jô (43) e Fernandinho (33), e pelas netas, Bruna (19), Lolly (12) e Rafaella (7), filhas de Kiki, Jô e Ticiane, respectivamente.
Além de representar o Brasil com maestria, Helô também é mulher e mãe exemplar. Casada há mais de 50 anos, abdicou de projetos profissionais em nome de sua família e não se arrepende disso. “Eles são a minha maior riqueza. Fui chamada na juventude para fazer um filme nos EUA, mas meus pais não permitiram e acatei. Depois, por causa do meu filho, que é deficiente, também larguei a carreira de atriz. Ser mãe é um encantamento”, explica. “Tive a sorte grande em ter conhecido Helô. Quando a vi, ela estava na praia, de biquíni, algo que quase nenhuma mulher usava na época, e jogando vôlei em Ipanema. Pedi para jogar com ela e, com o tempo, começamos a namorar. Ela é tudo para mim”, elogia Fernando, com eterno olhar apaixonado. “Sempre tive orgulho da minha mãe, por ser um ícone de beleza, e quando diziam que nos parecíamos, ficava muito feliz”, ressalta Tici, única das irmãs a seguir carreira artística.
Bonita sem esforço, Helô, na juventude, apenas cuidava do corpo jogando vôlei e praticando balé, atividades que, aliadas ao seu biótipo, conservaram sua beleza. “Era uma coisa natural cuidar do corpo, não existia silicone, cirurgia plástica... Tudo o que fazia era para me divertir”, pontua. Diversão, aliás, representa bem o espírito brasileiro. “Sempre que viajo para fora, dizem que somos abertos, sem preconceitos. O povo é o nosso cartão postal mais lindo”, observa Helô.
A eterna Garota de Ipanema comentou sua participação em um documentário da BBC de Londres sobre o Rio de Janeiro para um especial sobre as Olimpíadas. Confira: