Ao lado da filha em luta contra leucemia, a atriz Luiza Valdetaro relembra o momento em que recebeu a notícia da doença e festeja a força da menina
A atriz Luiza Valdetaro (26) não esconde o seu orgulho pela força da filha, Maria Luiza (4), fruto do casamento com Alberto Blanco (43), na luta contra a leucemia. Receber a notícia da doença nunca é fácil e a família encontrou forças nos sorrisos da menina para seguir em frente. Malu foi diagnosticada com leucemia em fevereiro e logo começou o tratamento com quimioterapia. Ela até chegou a comemorar seu aniversário de 4 anos de idade durante as idas ao hospital e os resultados positivos são cada dia maiores. Depois de passar alguns dias internada no Rio de Janeiro e em São Paulo, a menina já está na fase de ir ao hospital somente para receber os medicamentos da quimioterapia. Pouco após o início do tratamento, a garotinha já recebeu a boa notícia dos médicos de que teve remissão completa da doença, em que não há mais nenhuma célula doente no corpo, mas os procedimentos têm que ser mantidos até a cura, que pode levar cerca de dois anos para ser declarada.
“É impressionante como ela está se saindo bem! A cada ida ao hospital, a cada novo exame de sangue, comemoramos e damos mil parabéns à Malu. Ela não entende nada, mas acha graça de mim e do Beto dizendo que o sangue dela está lindo, que estamos muito orgulhosos dela, que ela é um touro disfarçado de princesa!”, contou Luiza à CARAS Online.
Agora, Malu se dedica os blocos do tratamento, que passam a ter um intervalo maior ao longo do tempo. “Digo que Malu já está curada... Poder pronunciar a palavra em alto e bom som é só uma questão de tempo!”
Luiza Valdetaro relembra a hora em que recebeu a notícia da leucemia, o momento em que chorou no banheiro para não deixar a filha ver, o tratamento e a volta ao trabalho no remake de Gabriela, da Globo.
Confira entrevista:
- Como foi receber a notícia de que a sua filha está com leucemia?
- Não foi nada fácil, mas ao mesmo tempo, se dissessem que eu passaria por tudo isso, responderia que não conseguiria suportar. A verdade é que não temos muitas alternativas nesses momentos. Soube do diagnóstico numa sala em frente de onde Malu estava internada e assistindo ao filme da Mary Poppins às gargalhadas. Cinco minutos depois de receber a notícia, ela começou a me chamar e eu não pensei duas vezes, enxuguei minhas lágrimas e arranquei qualquer força que ainda tivesse para voltar ao quarto dela com sorriso no rosto. Mas os momentos de desespero vinham frequentes durante a primeira semana, mas eu sempre cuidei para não passar tais sentimentos para ela. O banheiro era o lugar certo pra isso e, ainda assim, não podia ficar por lá muito tempo.
- Em que está buscando forças para estar do lado dela?
- Acho que a necessidade de manter Malu feliz e alegre nos forçou, eu e meu marido, a nos recuperar, nos estruturar ainda mais rápido. Também a solidariedade dos amigos, família e principalmente todas as boas notícias que passamos a receber a cada dia que o tratamento avançava, nos fortaleceu. Outro grande fator que me manteve forte e feliz até agora foi o fato de Malu não ter sofrido grandes efeitos colaterais das drogas administradas. A pior coisa pra uma mãe é ver um filho sofrer, seja pelo o que for. Ela não teve vômitos, mal estar, dores... Sempre alegre... Talvez por vezes um pouco menos disposta e com muito apetite! Sim, a cortisona a faz acordar de madruga e pedir feijão! Mas a cima de tudo: Deus! Ele não nos faltou em nenhum momento. Esteve e está a todo tempo conosco! Só temos que rezar para agradecer tantas bênçãos e pedir que tudo continue indo tão bem como está. Sempre com esta força e fé.
- A Malu está evoluindo bem no tratamento?
- É impressionante como ela está se saindo bem! Depois da primeira e única notícia ruim - o diagnóstico da leucemia -, só temos colecionado boas notícias e grandes vitórias! Com apenas 5 dias de tratamento, tomando ainda apenas corticóide, já não encontravam mais, através do microscópio, células doentes nem no sangue nem na medula dela. Ouvimos pela primeira vez a palavra "remissão". Mas a grande conquista veio com 15 dias de iniciado o primeiro ciclo de quimio, quando usam um aparelho de grande resolução e também não conseguiram encontrar uma única célula doente! Então, ouvimos "remissão completa”! A cada ida ao hospital, a cada novo exame de sangue comemoramos e damos mil parabéns à Malu. Ela não entende nada, mas acha graça de mim e do Beto dizendo que o sangue dela está lindo, que estamos muito orgulhosos dela, que é um touro disfarçado de princesa! A cada dia, tenho mais orgulho da minha filha, de como ela vem enfrentando tudo isso, entendendo e colaborando cada vez mais!
- Quanto tempo demorará até a cura?
- O tratamento dura no total uns 2 anos. Através das experiências médicas, pelo o que entendi, no caso das leucemias, após dois anos de alcançada a remissão completa, sem que o paciente apresente recidivas [reaparecimento de células doentes], a pessoa já pode se considerar curada. Após esse período de ausência da doença não tiveram casos de que a pessoa voltasse a ter. Malu alcançou muito cedo esta vitória. Agora é seguir com o tratamento até o fim e ir contando o tempo para pronunciar a palavra mais maravilhosa dos últimos tempos: CURA!
- A Malu ainda está internada?
- Não. Ficamos três dias no Copa Dor, e nos transferimos para o Sírio Libanês em São Paulo. Ficamos mais uma semana e então recebemos alta. O tratamento é praticamente todo ambulatorial. Vamos ao hospital, fazemos as medicações e voltamos pra casa. Em meados de abril retornaremos para o Rio de Janeiro [onde moram] e continuaremos o tratamento lá.
- Como a sua filha recebeu a notícia de que teria que ser internada e estava com leucemia?
- Foi uma coisa de cada vez. Na verdade quando fomos para o hospital ainda não sabíamos da doença. Ela tinha apenas febre e fez um exame de sangue para saber se era alguma virose. Após uma punção lombar é que recebemos o diagnóstico. Malu não entenderia se eu tentasse explicar o que ela tem, mas o que ela entende por estar doente é febre, algo familiar para qualquer criança e que eles entendem que é quando precisam tomar remédio. Então, explico para ela que existem diferentes tipos de febre, algumas febres são bobas e outras são mais importantes que precisam ser tratadas no hospital. Digo ainda que ela já está boa desta febre, mas que é preciso continuar tratando por um tempo para garantir que nunca mais volte. Ela ouve, entende e leva numa boa. Tenho aprendido muito com ela nesses últimos tempos!
- A Maria Luiza teve que cortar o cabelo por causa dos medicamentos?
- Cortei o meu e dela. Malu tinha um cabelo enorme e não sabíamos quais seriam os efeitos da quimioterapia. O médico recomendou que cortássemos para caso caísse ela não levasse tanto susto... O primeiro bloco de quimio é o que tem um maior número de drogas que têm como efeito colateral a perda do cabelo. Já terminamos este bloco e ela não teve tanta perda. Consigo perceber um pouco menos de volume capilar, mas nada tão perceptível.
- Como está a nova rotina da Malu? Ela sente falta do Rio e de casa?
- Vamos ao hospital entre 3 e 4 vezes por semana. Mas conseguimos alugar um bom apartamento e montamos tudo do melhor jeito pra ela: muitos brinquedos e uma pracinha perto. Mas ela sente falta do Rio. Antes falava menos, mas agora já pede pra voltar para a "casa do Rio". O retorno já está próximo.
- Você voltará ao trabalho no remake de ‘Gabriela’. Já está pensando em como será deixar a Malu em casa para gravar?
- Farei Gerusa, personagem que foi de Nívea Maria na outra versão. Ela será a neta preferida do Coronel Ramiro Bastos (Antônio Fagundes) e vai se apaixonar por Mundinho Falcão (Mateus Solano). Vou começar a gravar no final de abril, quando Malu já estará no terceiro bloco que consiste em quimioterapia de 15 em 15 dias. Ela está muito bem, disposta, forte. O exame de sangue dela está melhor do que o meu! Já estaremos na nossa casa e a vida vai voltando ao normal cada vez mais. Estamos cada vez mais fortes, mais unidos e com mais amor à vida!