Moda inclusiva e a celebração dos diferentes tipos de corpos
Entenda como a indústria da moda está se tornando mais inclusiva em termos de tamanho, gênero, etnia e deficiência
Camila Iannicelli Publicado em 23/07/2024, às 18h30
O papel da moda é representar personalidade e identidade. Porém, nem todos conseguem transmitir o estilo desejado devido a falta de peças acessíveis. Entender a moda inclusiva, portanto, é fundamental para evitar a segmentação e, consequentemente, não restringir as possibilidades de peças.
Falar de inclusão é pensar em PCDs e abarcar todos os tipos de corpos: altos, baixos, magros, gordos, grandes, pequenos, além das identidades de gênero e faixas etárias. Logo, uma simples ação como essa garante que qualquer pessoa se sinta livre para vestir o que quiser, sem se preocupar com julgamentos ou dificuldades para o uso.
Em 2014, a psicóloga Danielle Sheypuk foi a primeira modelo em cadeira de rodas da história a desfilar na New York Fashion Week. A partir de então, discussões sobre a falta de diversidade e acessibilidade em algumas peças de roupa ganharam voz nas mídias tradicionais.
Um aspecto crucial para a moda inclusiva é garantir que as peças se adaptem às pessoas, de modo a serem criadas a partir de suas necessidades. Essa análise coloca em perspectiva questões envolvendo conforto, bem-estar, autonomia e autoestima, características fundamentais que toda roupa ou calçado deve proporcionar.
Assim, o conceito propõe a criação de roupas, calçados e acessórios adequados e confortáveis para pessoas com deficiência e capacidade motora reduzida ou comprometimento da mobilidade. A proposta é o desenvolvimento de peças personalizadas, de acordo com as exigências de cada indivíduo, ao invés de adaptar ou ajustar modelos já existentes.
As roupas, além de levar em conta as necessidades de cada indivíduo, precisam ir além do funcionalismo e considerar fatores como design, estilo e tendências. Fala-se sobre corpos que não se encaixam em padrões, por isso demandam modelagens específicas e tratamento diferenciado.
O que particulariza o mercado de moda inclusiva da moda regular é a priorização de certos aspectos no projeto de criação de cada traje, como a mobilidade ou o comprimento de diferentes trajes, para que não fiquem excessivamente compridos quando usados por alguém em cadeira de rodas, por exemplo.
Vale destacar que, ao produzir e disponibilizar peças focadas em promover a inclusão, é preciso também considerar os diferentes níveis econômicos da população. É muito comum ver empresas engajadas na causa de moda acessível, mas com preços inalcançáveis para as classes mais baixas.
Aqui estão algumas características e elementos que constituem as peças da moda inclusiva:
Design adaptável
O primeiro passo para a inclusão é focar nas diferentes necessidades e possibilidades. Assim, o cliente terá conforto e facilidade na hora de vestir uma peça, proporcionando autonomia e bem-estar com o próprio corpo. O design inclusivo é sobre produzir roupas adaptáveis, customizáveis e com tecidos que oferecem maior liberdade de movimento.
Tamanho inclusivo
É fundamental que as marcas invistam em tamanhos que saiam do padrão P, M e G, de modo a contemplar todos os corpos e modelagens. A iniciativa de adotar numerações mais inclusivas traz variedade e maiores opções.
Diversidade
Um grande problema no mundo da moda, além da variedade de corpos, são os diferentes estilos e a falta de representações nas peças, que precisam atender todos os gostos e necessidades.
Zíperes, velcros e ausência de botões
Abotoar uma camisa, calça ou casaco pode ser uma tarefa difícil para pessoas com as funções motoras comprometidas, afetando a sua autonomia e autoestima. Para enfrentar esse desafio, muitas marcas decidiram substituir os botões por velcros ou zíperes, facilitando o momento de se vestir.
Bolsos acessíveis
Diferente de outras roupas, a moda inclusiva prioriza os bolsos grandes nas laterais, para garantir maior facilidade no acesso. Assim, não haverão problemas em guardar objetos ou buscar algo nos bolsos.
Braille nas etiquetas
A inserção do braille nas etiquetas auxilia no processo de compreensão – para pessoas com deficiência visual ou baixa visão –, fornecendo maior autonomia durante a vestimenta.
Engana-se quem pensa que esse problema ocorre somente em lojas físicas. São poucos os portais de compras online que oferecem alternativas para pessoas com necessidades específicas. Por isso, aqui estão algumas sugestões de peças, todas disponíveis no Mercado Livre:
Com textura leve e agradável ao toque, o modelo da Sigh é perfeito para o inverno, sendo capaz de manter o corpo aquecido durante a noite toda. As calças possuem um cós elástico, proporcionando um ajuste confortável na cintura.
O conjunto de três bermudas da Daze Modas foi desenvolvido com tecido poliéster em uma pegada mais esportiva. O modelo apresenta dois bolsos frontais com zíper e cós elástico para maior conforto e praticidade.
Para finalizar, o vestido rodado de manga 3/4 da Bombys garante estilo e conforto ao mesmo tempo. A peça modela sem ficar transparente ao usá-la.
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data de publicação deste post, e a Caras pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
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