Em entrevista exclusiva, Rosi Campos abre o jogo sobre relacionamento, família e trabalho
CARAS Digital Publicado em 10/06/2019, às 14h56 - Atualizado às 16h53
Juntos há 40 anos, Rosi Campos e o fotógrafo Ary Brandi, estiveram na Ilha de CARAS e falaram com exclusividade sobre a vida de casados.
Na ocasião, a artista ainda relembrou sua trajetória bem-sucedida de produtora, roteirista, diretora e administradora.
Confira a entrevista completa abaixo:
Vocês se conheceram em 1979. Quando e onde foi o casório? Têm alguma lembrança gostosa ou curiosidade sobre esse momento? E a lua de mel?
Eu e Ary casamos no papel tem três anos. Vivemos em pecado por 37 anos, que é a maneira que gostamos de viver. Nossa lua de mel foi de papel picado nas maratonas de 31 de dezembro. Era nossa diversão preferida. Nunca fomos muito ligados aos rituais convencionais. Nos conhecemos no Teatro Ruth Escobar onde o Ary foi fotografar a peça A Noite dos Assassinos. Ficamos amigos e sempre conversávamos sobre tudo da vida. Até que um dia aconteceu da gente se conhecer melhor e sem planejar nada fomos ficando, ficando, ficando e estamos ficando até os dias de hoje. Quando olho pra trás, vejo que viveria tudo outra vez com Ary.
Como é a Rosi mulher, dona de casa e mãe? E o Ary como pai?
Ary - Rosi é uma mãe Sherlock Homes, sempre sabia onde encontrar Pedro, nosso filho, nas madrugadas de sua adolescência. Parece mãe judia de tão protetora que é. Mas Rosi é assim com todo mundo que ela conhece, gosta e se sente amiga. Gosta de proteger as pessoas da família. Eu, como pai, procurei ensinar a honestidade, o respeito ao próximo, a coerência política, a formação religiosa (somos kardecistas) e espero que o Pedro passe tudo que ensinamos aos nossos netos.
Rosi, você enfrenta um forno e fogão? E o Ary, cozinha?
Dora é meu anjo da guarda. Sou péssima na cozinha. Adoro pratos prontos que compramos perto de casa nos fins de semana. Ary é ótimo pipoqueiro, sua única especialidade. Não sobra um piruá na panela. Gostamos de arroz macro, feijão preto, linguiça, couve flor e farofa. Dora é mineira como o Ary e, portanto, ela faz a comida que ele gosta, que nós gostamos.
O Ary sempre está ao seu lado fotografando suas peças e projetos? Falem sobre essa parceria.
Ary é meu produtor em muitas das peças que já fiz. Como todo virginiano detalhista, meticuloso e exigente, é chato pra caramba quando as coisas não funcionam ou não são como ele quer [...] Ele fotografa minhas peças. Antes de conhecê-lo ele já era fotógrafo de teatro em uma época que as pessoas perguntavam a ele: existe fotógrafo de teatro? A sua primeira peça fotografada foi Ladies na Madrugada, de Mauro Rasi e produção de Ney Matogrosso, com direção de Amir Haddad. Eu sempre dou ideias ao Ary sobre textos que ele pode escrever e ele indica peças que eu devo fazer, mas é sempre com minha nora Suzan Damasceno.
Quais os projetos de trabalho para este ano?
O meu é a novela A Dona do Pedaço, que eu me divirto fazer com meus queridos colegas Marco Nanini, Tonico Pereira e Betty Faria. Os projetos do Ary eu sou proibida de falar.
E nas férias? O que fazem?
Um dia, a Camila Morgado disse para o Ary: meu, seja o macho da casa e pega essa mulher e leva para Paris. Pois bem, a culpa é minha por não conseguir viajar muitas das vezes. Mas vamos para Laguna, Santa Cruz das Palmeiras e Monteiro Lobato. Este ano vou obedecer a Camila e viajar “pras Europas” com ele. Prometo!
Como são avó e avô?
Somos dois avós presentes desde a maternidade até nas festas da escola. O primeiro neto, Luca Brandi (12), convive muito com a gente. Neto é duas vezes filho, então já viu, né? Em minha casa quem educa somos nós e na casa do meu filho, Renato, a educação é deles. Meu neto gosta muito de desenhar e sempre compramos lápis de cor, cadernos e telas. O outro neto Matteo Brandi, de um ano e dez meses, está começando a andar e adora tirar as panelas das prateleiras e ficar brincando na cozinha, tanto da sua casa como da nossa.
Você se cobra muito como atriz?
O Ary faz isso por mim e para mim. Um tormento na minha vida. Risos... E eu me assisto, sim. Qual ator não gosta de se ver na TV, no cinema, no vídeo e na fotografia? Nosso ego é algo que alimenta nossa alma.
Quais os trabalhos que mais te marcaram na carreira? E convites de trabalho?
A Bruxa Morgana do Castelo Ratimbum, de Cao Hamburger e Flávio de Souza, produzido pela TV Cultura de São Paulo. A Mamuska, que ninguém esquece até hoje com seus lindos e talentosos filhos que estão até hoje mostrando o quanto são belos e talentosos: Reynaldo Gianechini, Pedro Neshchling, Caio Blatt, Cauã Reymond e Leonardo Bricio. As pessoas parecem gostar de trabalhar comigo.
Como está sendo fazer a novela A Dona do Pedaço?
Fazer novela é sempre um prazer. Ainda mais com gente que a gente gosta tanto de trabalhar: Nanini, Tonico e Betty. Desde que eu fiz a primeira novela na Globo, os atores mais experientes sempre me orientaram em cena. Agradeço muito Cristiane Torloni, Regina Duarte, Edson Celulari, Marco Nanini, Toni Tornado, Jorge Fernando, Wolf Maya e Miguel Falabella, que me mostraram como se posicionar diante de uma câmera. Estou fazendo uma novela de Walcir Carrasco, que é muito criativo e talentoso. Aliás, os autores, diretores e produtores são muito talentosos. Basta vermos as novelas e as minisséries que são feitas. Trabalhar na Globo é trabalhar em uma das melhores TVs do mundo, mais criativa e talentosa em sua qualidade e preciosismo profissional.
