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Martinho da Vila com seu clã na Ilha de CARAS

Bom humor na baía de Angra dos Reis

Redação Publicado em 28/06/2011, às 16h33 - Atualizado em 07/06/2012, às 23h24

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No mar de Angra, Martinho passeia de lancha com a mulher, Cléo, e os dois filhos da relação de 24 anos, Preto e Alegria, seus caçulas de uma prole de oito. - PITI REALI
No mar de Angra, Martinho passeia de lancha com a mulher, Cléo, e os dois filhos da relação de 24 anos, Preto e Alegria, seus caçulas de uma prole de oito. - PITI REALI

Vinte e quatro anos atrás, Martinho da Vila (73) se autointitulava ‘sem rumo’. Na época, pai de seis filhos, de três relações anteriores, o sambista consagrado vivia na boemia, como um típico solteirão. Foi quando na gravação de um clipe finalmente achou o ‘rumo’ que tanto buscava, ou melhor, Cléo Ferreira (40). A paixão à primeira vista rendeu inúmeros momentos marcantes e dois filhos, Preto (16) e Alegria (11). “Tinha sofrido um acidente, estava com a perna engessada e Cléo, que participava do trabalho, me ajudou muito. Conversamos, tiramos fotos e trocamos telefone. De cara, a achei linda, doce... Desde então, nunca mais a soltei. Eu, que nunca quis subir ao altar, me rendi e casei com tudo a que tinha direito”, conta, na Ilha de CARAS. O encontro mudou até a filosofia de vida. “Eu era solto, se ia para um lugar e gostava, ficava por lá... Mas isso acabou. Nem sinto saudades dessa época. Está bom desse jeito”, afirma o cantor. “Eu o puxava para casa. Já os amigos, para o boteco. Posso dividir o Martinho em duas fases: a.C e d.C, antes e depois de Cléo”, brinca ela.

– Quem deu o primeiro passo?

Martinho – Fui eu (risos).

Cléo – Ele pegou meu telefone. Sou gaúcha, fui passar as festas de fim de ano com a família e Martinho ligou dizendo que precisava ir até lá para me entregar as fotos que tínhamos feito no dia da gravação do clipe. Vi que tinha alguma coisa, afinal, ninguém se despenca para outra ponta do país só para entregar fotografias. A partir de então, as coisas foram acontecendo e a gente começou aquele namoro bonitinho de se encontrar, conversar, pegar na mão...

– Vocês sofreram muitos julgamentos pela diferença de idade?

Martinho – Um pouco. Até ela completar 17 anos, as pessoas achavam estranho. Às vezes, perguntavam se era minha filha. Cléo ficava brava. Depois, quando ela fez 18, 19, foi ficando com semblante mais adulto, mais maduro... Aí, ficou tudo bem.

Cléo – Foi natural. Para minha família, felicidade é o que importa. Se o homem tivesse bom caráter, fosse do bem, não haveria problema em ser mais velho ou mais novo. Nunca resistiram à relação.

– Mas você sentiu medo ao se ver apaixonada por um homem 33 anos mais velho?

– Vi que estava realmente apaixonada quando ele fez uma longa viagem, no quarto mês de ‘namorinho’. Caí doente. Tive uma febre terrível. O médico diagnosticou, eu estava doente de saudade. O início da relação foi um processo inconsciente. Quando percebi, já tinha acontecido. Nunca senti a diferença de idade, nem ele. Há, inclusive, quem diga que sou mais  velha. Não bebo, não fumo, não saio... Sou mais caxias, quietinha.

– Martinho, é verdade que ela pediu você em casamento?

– Foi (risos). Cléo sempre quis casar e eu nunca tive essa vontade. Andei meio para baixo em um período da vida e pensei em parar com as badalações... Disse que só casaria se fosse para morar na roça. E não é que ela aceitou? Nessa época, tinha 22 anos.

Cléo – Isso foi da segunda vez! Já havia pedido ele em casamento quando tinha 16, Martinho não quis. Fiquei arrasada, mas não desisti (risos). E ele ainda me enrolou um tempão, seis anos. Mas dei o xeque-mate. Ele teria que casar no civil, no religioso, não beber, nem dormir fora de casa. Era pegar ou largar. Ele topou tudinho!

– Há espaço para ciúmes?

Martinho – Não sou da turma do ciúme, não me incomodo com nada e sempre fui assim. O segredo da vida é evitar se aborrecer por besteira. Sou o tipo de cara que paga para não ter problemas.

Cléo – Eu era ciumenta louca! Nossa! Ele fez até uma música que dizia: “...minha namorada está adoentada”, porque eu ficava realmente doente de tanto ciúme! Me arrastava atrás dele mundo afora.

– Para tomar conta?

Martinho – Não sei se para tomar conta ou se porque é fã também. Ela, se pudesse, faria até os roteiros dos meus shows. Gosta de participar de todas as fases. Se eu falo em vestir tal roupa, ela diz que não, é para usar a que ela escolheu. Também não compro nada, nem sei quanto custa uma bermurda. Isso é muito bom! Ô vidão!

– Por que escolheram os nomes Preto e Alegria para os filhos?

Cléo – Tenho o apelido Pretinha desde que nasci. Aí, quando engravidei, a família do Martinho não gostou muito. Então, em minha homenagem, ele batizou de Preto. Até porque eu queria um nome curtinho, bem fácil. Já na segunda gravidez, Martinho estava gravando o CD O Pai da Alegria, quando descobri que esperava uma menina. Os músicos ligavam para casa e perguntavam: “Como está a mãe da Alegria?” Pegou! Achei interessante ser mãe da Alegria.

– Eles têm personalidades bastante diferentes...

Martinho – Sim. Apesar de ser a mais nova, Alegria parece a mais velha da família (risos). É turrona. Preto é como eu, tranquilo.

Cléo – Alegria quer me substituir. Às vezes, acho que ela pretende ser a mãe. Estamos cuidando para que fique só no lugar de filha (risos). Com ela é assim: não pode fumar, beber, um monte de coisas... Já Preto... A música de formatura dele no ensino médio foi Devagar, Devagarinho. As professoras diziam que ele levava meia hora para entrar na sala e meia para sair.

– Martinho, você teve infância humilde, de muita batalha. Que valores passa para os filhos?

– Nunca deixei que a fama subisse à cabeça. Não esquento com nada. Sou a mesma pessoa de sempre. Esse negócio de falar muito não resolve. Prefiro mostrar o que é certo em atitudes, ser amigo.

– Hoje você consegue ser um pai mais presente do que antes?

Martinho – Preto e Alegria são privilegiados, sem dúvida. Hoje, fico mais em casa do que há 30 anos. Mas também não posso assobiar e chupar cana. Quem cuida mais da educação é a Cléo. Tenho que trabalhar, viajar muito. Com Alegria brinco bastante. A gente gosta de jogar cartas, ver filmes e fazer deveres da escola quando posso ajudá-la. Com Preto é mais papo adolescente. “E aí, cara! Beleza?”

– E o instituto que mantêm?

Cléo – Fica na fazenda onde ele nasceu, em Duas Barras, Estado do Rio. Oferecemos atividades como alfabetização de adultos, a menina dos olhos dele, oficinas para a terceira idade, iniciação musical. Atendemos cerca de 300 pessoas no Instituto Cultural Martinho da Vila.

– O que admiram no outro?

Martinho – Ela é muito boa. Gosta de ajudar as pessoas e faz tudo por mim e pela família. É dedicada totalmente. Se eu der um espirro, Cléo já vem com o remedinho, dizendo que vai marcar meu médico para o dia seguinte...

Cléo – Ele é muito zen. Tem uma maneira muito especial de lidar com a vida, de administrar problemas. Digo que sou casada com o Dalai Lama!

Assista à reportagem da TV Caras: