Na Ilha de Caras, atriz de da novela das 6 fala de terapia, profissão e família
O desafio de interpretar a terapeuta Isabel na novela Sete Vidas não é tão distante assim da realidade de Mariana Lima (42). A atriz, que frequenta sessões de análise desde os 13 anos, conta se sentir à vontade em transitar por esse universo também na ficção. “Acho fundamental manter um espaço de troca com quem não faz parte do seu círculo afetivo. Me ajuda a lidar com os problemas, desde os mais banais até questões mais difíceis”, avalia ela, na Ilha de CARAS.
Com mais de 20 anos de profissão, Mariana orgulha-se tanto por ter acumulado atuações de destaque no teatro, TV e cinema quanto por ter encontrado seu amor, o ator e diretor Enrique Diaz (47), pai de suas filhas, Elena (10) e Antônia (7). “Gosto de estar com elas, de acompanhar cada fase. Não canso de me espantar com a sua beleza, ver a alminha se formando. É muita responsabilidade, mas é tão bom participar do crescimento de alguém. É o maior desafio da vida. Gosto de ser mãe. Me tornei realmente uma pessoa melhor depois que elas nasceram”, define a bela Mariana.
Depois de 18 anos de casamento, que conclusão você tira sobre a ‘instituição’?
Não há instituição. É tudo sobre areia movediça, sempre um acordo que se refaz em bases diferentes. É preciso aceitar as diferenças e ter paciência com você mesmo e com o outro. Além disso, compreender a alternância de momentos ruins e bons e que, às vezes, é bom ficar separado, viajar sozinho, ter seu próprio espaço. Mas casamento só dura se tiver muito amor, tesão, admiração e companheirismo.
O que mais gosta de fazer em família?
Ficar em casa. E frequentar livrarias, viajar, passear. Adoramos fazer tudo juntos.
É possível levar uma vida ‘normal’ mesmo sendo atriz e casada com um ator?
Não, nossa vida não é normal, porque não saímos para trabalhar de manhã e voltamos à noite. Trabalhamos em horários loucos, nos fins de semana, em feriados. Não temos férias. Vivemos na instabilidade. Mas criamos uma estrutura sólida, casa, filhas, funcionárias. Pagamos escola, impostos, plano de saúde, etc. É uma rotina difícil de administrar, mas é alegre, espalhafatosa e surpreendente.
Para muitos atores, a função de protagonista é almejada. O que pensa disso?
Não é o que importa. O que conta mesmo é o papel, a história. Às vezes, personagens menores em tamanho são riquíssimos, demandam muito e nos enchem de alegria. Importa bastante o ‘com quem’. Quem escreve, quem dirige, com quem você contracena. Tudo isso combinado faz uma escolha feliz.
Na época de O Rei do Gado, que está sendo reprisada, você disse ter se assustado com a fama. Como lida com isso hoje?
De um jeito bem mais tranquilo e maduro. Entendi que faz parte do meu trabalho aceitar que, às vezes, me torno uma pessoa pública. Mas continuo prezando a privacidade, preferindo que não saibam tanto assim sobre mim ou minha vida particular. Sinto prazer em poder falar das coisas com as quais estou envolvida profissionalmente. Mas não gosto de me expor à toa e tem dias em que estou cansada, com olheiras, chateada com algo. Nessas horas, não é muito gostoso tirar selfie com alguém. Mas faz parte, está no pacote. Gosto hoje muito mais de fazer TV do que antes. Então, tenho de conviver com isso, e atualmente, encaro com mais tranquilidade.
Sete Vidas tem sido elogiada pelo texto e pela temática de relações humanas. No que esse trabalho a enriquece?
Participar da novela vem sendo bem prazeroso para todos os envolvidos. Com isso, o trabalho flui e tenho a oportunidade de fazer a terapeuta Isabel com um mundo interior consistente, vivendo um conflito maduro.