"Me tornei uma pessoa bem melhor", diz a atriz, no ar em 'Novo Mundo'
Aos 43 anos, Vanessa Gerbelli diz que o equilíbrio é uma das suas maiores conquistas. A prática do yoga, da meditação e a espiritualidade ajudaram nessa busca. “Sempre fiz disso uma meta. Procuro não perturbar os outros com meus problemas, tento estar no mundo de forma gentil. Claro, nem sempre, a gente consegue. Melhorei muito. Era muito crítica comigo, em relação à ética e nos relacionamentos. Hoje, as emoções não me chacoalham tanto mais”, conta, na Ilha de CARAS. Tudo isso reflete no dia a dia da atriz e na relação com o filho, Tito (10), da união com o diretor Vinícius Coimbra (45), e até na manutenção de sua boa forma e beleza. “Não vejo nada de ruim nessa idade, me sinto plena”, ressalta ela, que tem 63kg em 1,73m. Com mais de 20 anos de carreira, Vanessa, que é cria do teatro musical e estreou na TV no sucesso O Cravo e a Rosa, em 2000, mostra-se entusiasmada com o mais novo papel. Ela interpreta a perturbada Amália em Novo Mundo, trama das 6 que estreou semana passada. “Há um mistério em torno dela. Vamos abordar um pouco o tema de tratamento psiquiátrico e hipnose, isso nos anos 1800”, explica ela, também em turnê pelo País com a comédia musical Forever Young.
– Hove crises ou questionamentos com a chegada dos 40?
– Se flertei com isso, alguma vez, foi por conta do estresse dos outros. Tem pessoas que vão pirando, ah, apareceu uma celulite e aquilo vira uma cratera lunar. Me cuido, faço yoga há anos. A maioria acha que a gente fala isso alegoricamente, mas, não.Yoga é uma prática que realmente ajuda na saúde, flexibilidade, alongamento, força, tônus. Também auxilia você a encarar o mundo de forma mais generosa consigo própria.
– Gosta de como se vê hoje?
– Sim! Claro que meu corpo ainda responde a estímulos (risos), se como muito, engordo; se é pouco, emagreço. Graças a Deus não entro em situação de paranoia. Faço a ashtanga yoga e, nesse calor, é punk. Mas sempre me cuidei, porque fui uma adolescente gordinha. Não como todos os dias pão e guloseimas que gostaria. Mas depende da demanda, do trabalho, do emocional. O ator tem muito isso, às vezes, o personagem te põe em contato com emoções fortes. Após 30 cenas, há dias que preciso de um sorvete. Isso me permito!
– Que tipo de mãe você é?
– Amiga, companheira. Me interesso muito pelas coisas do Tito, pela vida dele, por ele. Desde que nasceu, o observo muito. Tenho verdadeira paixão. Me emociono só de falar... (ela chora). No relacionamento, ombro a ombro, somos muito próximos, a gente fala a verdade um para o outro, sem escamotear. Há relação ali, profunda, para sempre. Ele é carinhoso, terno. Apesar de ter personalidade forte, saber bem o que quer, é amoroso, gosta de fazer o bem. Sabe, por exemplo, quando está sendo chato, incoveniente, tem esse discernimento, o que a maioria das crianças não têm.
– Acha que uma mulher bem sucedida e bonita como você assusta os homens?
– A situação do masculino e feminino na sociedade está se alterando. Acho que o homem bem resolvido não se abala com a segurança e a independência de uma mulher. Mas quem não é, sofre, fica incomodado. Mas tive parceiros muito legais em minha vida.
– Você disse estar solteira. Sabe viver bem assim?
– Muito bem! Esses momentos em que você está sem investir em uma relação são preciosos para se observar, entrar em contato com sua verdadeira natureza, desejos. Quando está com alguém, de certa forma, se mistura com outra subjetividade. Sozinha, você realmente percebe o que quer de fato.
– O que é essencial um homem ter para estar do seu lado?
– É difícil falar... Alguém com boa percepção, que seja sensível.
– Como avalia sua carreira?
– Acho que tudo fluiu de acordo com meu pensamento, com o que desejei. Não posso reclamar. Quando comecei na TV, deixei de fazer teatro musical por 10 anos e senti falta. Aí retornei. Tenho feito trabalhos que me dão muita satisfação. E também só faço hoje o que eu gosto.
– Novo Mundo tem direção do seu ex, Vinícius Coimbra. Como é trabalhar com ele?
– Ele é o pai do meu filho. Nós temos uma relação ótima. Já tínhamos trabalhado juntos no cinema. E é bacana retomar uma parceria. Vinícius é especial. Me encantou também o fato de a Thereza Falcão ser uma das autoras. Fiz sua peça Emilinha e Marlene – As Rainhas do Rádio. Além disso, essa novela é interessante por resgatar nossa história, ainda mais em momento de crise histórica. Ver a gênese de tudo, olhar para nosso passado de escravidão, ir fundo na origem dos nossos problemas é bastante pertinente neste momento.