Um projeto luminotécnico bem pensado tem o poder de transformar os cômodos
Luz não se resume a escolher uma lâmpada correta ou instalar uma linda luminária no ambiente. É preciso sentir o espaço, identificar as atividades realizadas em cada lugar, os desejos dos moradores e equilibrar a luminosidade natural com a artificial.
Um projeto luminotécnico bem pensado tem o poder de transformar os cômodos. A luz certa ajuda a visualizar as cores reais dos ingredientes na cozinha, torna mais gostoso o hábito da leitura, favorece o papo com amigos na sala e realça a sensação de bem-estar em quartos e banheiros.
A seguir, apresentamos um dossiê produzido a partir de dicas de experts no assunto para iluminar cada ambiente da casa.
Intimista e acolhedor. É assim que deve ser o tipo de luz para os dormitórios. As variáveis ficam por conta do posicionamento e da escolha das luminárias. Luzes difusas ou indiretas, partindo de uma sanca, por exemplo, não ofuscam quem está deitado.
Opção mais suave, as halógenas, de preferência dimerizadas, possibilitam compor cenários charmosos. Há quem goste de substituir o abajur da cabeceira por pendentes, especialmente quando o criado-mudo é pequeno.
Uma dica é instalar balizadores próximos do rodapé (30 cm de altura), pois ajudará na circulação noturna sem acionar a luz principal. Nesse caso, use LED, que consome pouca energia e não esquenta o ambiente. Como iluminação geral, experts sugerem uma luminária com dois comandos, um facho direto para baixo e outro foco indireto para cima, mais suave.
Um ambiente multiuso pede cenários com diferentes graduações e temperaturas de luz. Enquanto a luz indireta, mais intimista, é boa para quem vai ouvir música, a geral clareia o espaço de forma homogênea. Para a leitura, basta um abajur ou uma coluna de piso, com foco direto.
Na área de jantar, cabem aos pendentes trazer a luminosidade para baixo. Para compor cenários românticos ou festivos, aposte na dimerização. Já no home theater, vale posicionar duas lâmpadas de baixa potência junto à TV – assim gera-se contraste com o fundo, importante para não ofuscar os olhos. As fitas de LED em estantes são boas aliadas na decoração e não atrapalham na hora de ver filmes, séries e novelas.
Uma das exigências é selecionar lâmpadas com boa fidelidade na reprodução de cores (IRC), que atinjam um índice mínimo de 84% para a luz geral. Isso é importante para identificar as nuances exatas dos alimentos na fase de preparo. Uma combinação que resulta em conforto visual é associar halógenas PAR 20 e fluorescentes nem muito azuis, nem muito amarelas.
Nas áreas de trabalho, como bancadas, especialistas em iluminação recomendam embutir spots com lâmpadas que produzem um facho intenso e focado. O mesmo tipo de lâmpada pode ser usado nas coifas, porém aqui devem ser mais potentes, a partir de 50 w.
As luminárias em geral devem ter tampas removíveis e cúpulas fáceis de lavar, já que o acúmulo de gordura na cozinha é inevitável. Para iluminar mesas e bancadas, os pendentes devem ficar entre 0,90 e 1 m acima do tampo.
Esse ambiente deve contar, sempre que possível, com uma iluminação difusa, que é mais suave e não gera sombras marcantes. O projeto luminotécnico também deve privilegiar a claridade, tão necessária para atividades como tomar banho, barbear-se ou retocar a maquiagem.
Acima de banheiras, vale direcionar as lâmpadas para a parede e equipá-las com filtro que evite o ofuscamento dos olhos. Pode-se tirar partido de pendentes, selecionando um trecho para ‘lavar’ com luz ou usar LEDs que destaquem espelhos e nichos.
Para a geral, as lâmpadas PAR 20, de facho aberto, acendem sem piscar, têm boa reprodução de cor e aguentam a umidade. Inclua balizadores perto do piso (30 cm de altura), que ajudam a usar o espaço na madrugada sem se despertar. Em lavabos, lance mão de recursos cênicos ou de luminárias sofisticadas.
Contribuíram com dicas, os arquitetos e arquitetas: Ieda Korman, Daniela Okuhara, Lídia Macie, Juliana Bianch e Amanda Lima, Ana Yoshida, Maurício Karam, Nicole Finkel, Leonardo Junqueira, Pietro Terlizz, Karina Korn, Gigi Gorenstein, Diego Revollo, Flávio Butti, Carmem Avila e Sabrina Salles.
Publicado por revista It Home
Por Dan Brunini