Eterno playboy festeja noivado com Marlene Rito Nicolau e diz: "Ela é a mulher certa para ser a mãe do meu filho"
Desde seu nascimento, o conde Francisco Scarpa Filho (61) vive em um dos endereços mais caros da capital paulista, uma propriedade de quase 14000m2 no Jardim América, adquirida em 1948 pelo patriarca do tradicional clã ítalo-brasileiro, o conde Francisco Scarpa (102). A majestosa residência, aberta pela primeira vez a um veículo de comunicação, foi o cenário ideal escolhido por Chiquinho para pedir a mão da amada, a empresária Marlene Rito Nicolau (47), com quem se relaciona há um ano e oito meses. “Não nasci no hospital, mas, literalmente, nesta casa. Durmo no mesmo quarto desde criança. Então, pensei que aqui seria um lugar especial para o pedido. Vamos casar em 2013”, revela o eterno playboy com exclusividade à CARAS. “Marlene é o máximo, uma mulher honesta, trabalhadora, inteligente e humilde, que dá valor ao dinheiro e à vida. Não existe alguém que não goste dela”, derrete- se ele. “Chiquinho tem um coração do tamanho do mundo, não mede esforços para agradar às pessoas queridas. E me encanta como ele e a minha filha se dão bem”, completa a dona de uma rede de escolas de computação e idiomas, citando a estudante de Administração Nathalia Tuffi (20), de sua união com o ex, Eloy Tuffi (60).
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Bacharel em Direito e Ph.D. em Economia, o paulistano comanda as Organizações Scarpa, é instrutor e presidente do Instituto Maruyama de Aikido — arte marcial criada no Japão na qual é faixa preta — e ainda orquestra com maestria os 17 funcionários de sua mansão. O staff, integrado pela femme de chambre Silmara Wetterlein (38), mantém em ordem os requintados cômodos, entre eles a Sala de Veludo, com paredes revestidas com o tecido, e o Salão, com suntuosa tela dourada do artista plástico uruguaio Carlos Páez Vilaró (89). Com impecável decoração clássica e repleto de obras de arte, tapeçarias e lustres de cristais, o casarão principal é compartilhado por Chiquinho e seu pai. “Quando minhas irmãs, Fatima e Renata, casaram, construímos, no lugar do que era um imenso jardim, mais duas casas para elas morarem com as suas famílias. Somos vizinhos. Já esta aqui é inteiramente original, igualzinha como quando meu pai a comprou de uma argentina, que trouxe o mobiliário da Alemanha”, relata ele, referindo-se às irmãs, também da união de Francisco Scarpa com a saudosa condessa Patsy Scarpa, que morreu há quase um ano aos 82 anos.
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Durante a visita da equipe de reportagem, a quem recebeu com champanhe e caviar, Chiquinho apresentou seus carros, dignos de um verdadeiro magnata: uma Maserati Quattroporte, avaliada em cerca de 750000 reais, e um Bentley Continental Flying Spur, cujo valor gira em torno de mais de 1 milhão de reais. “O design deles é o mais bonito que existe, sem contar a rapidez. São de 2012, novinhos”, orgulha-se ele, cuja noiva não deixa a desejar em elegância. Também nascida em berço de ouro, a empresária elegeu para a sessão de fotos looks glamourosos de poderosas grifes como Gucci, Roberto Cavalli, Antonio Berardi, Marchesa e Dolce & Gabbana.
Por sinal, o conde fez uma homenagem a uma de suas marcas preferidas ao nomear de Dolce sua cacatua alba, gênero de papagaio branco. Sua outra cacatua, da rara espécie moluca — que custa aproximadamente 50000 reais —, tem até cartão de visita. “Essa aqui é minha ‘filha’. Ela se chama Filomena Leopoldina Sofia Scarpa, tem seis meses e está em extinção. Tem aula com treinador três vezes por semana, já faz até algumas coisinhas, como colocar a moeda no cofrinho”, exalta o conde, que, muito carinhoso com as aves, espalhou poleiros pela mansão.
O icônico personagem da high society brasileira, que foi casado com Carola Scarpa (1971-2011) e Rosimari Bosenbecker (40), revelou nunca ter tido herdeiros por não encontrar a mulher certa. Até conhecer Marlene. Além de paternidade e amor, o jet-setter falou sobre assuntos como riqueza e seu trágico coma, em 2009.
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– O décor aqui é magnífico. Essa tela dourada do Carlos Páez Vilaró salta aos olhos de quem entra no salão... Chiquinho
– Na verdade, ela não tem nada a ver com a decoração. Está provisoriamente neste lugar. Em 1950, meu pai adquiriu Le Pont Sur le Torrent, um quadro a óleo de quatro por seis metros, do pintor francês Hubert Robert e, em 2010, uma empresa de leilões inglesa quis comprá-lo. Eu aceitei, desde que pagasse seguro, fosse legalmente declarado no imposto de renda, enfim, tudo certinho. Nunca soube para onde foi. Até que em setembro do ano passado, Marlene e eu estávamos em Capri e dois funcionários do russo Roman Abramovich nos convidaram para visitar seu barco de 558 pés. Eles vieram até nosso hotel, eu não estava entendendo nada, mas não podia deixar de ir. Roman é dono do time inglês Chelsea e um dos homens mais ricos da Rússia e do mundo. A gente não se conhecia, mas ele levanta a ficha de todo mundo por perto e sabia que o quadro tinha sido meu. Ele não deixou tirar fotografia, mas pelo menos agora eu sei que a obra está na sala de jantar do barco. Meu decorador, Jorge Elias, falou: ‘Vamos colocar o quadro do Vilaró enquanto não surge outra ideia.’ Jorge gosta de misturar o moderno com o antigo, mas essa obra não combina com o Salão.
– E você, Marlene, já mudou alguma coisa na decoração?
Marlene – Não, a casa é perfeita. É completamente diferente da minha. O meu apartamento é todo claro, moderno. Tenho um acervo de obras de arte muito legal. Já aqui é tudo clássico, francês. Acho uma delícia sair de um lugar clean e entrar em um lugar ‘nobre’. Não mudaria absolutamente nada.
– Pensam em morar juntos?
Chiquinho – O apartamento da Marlene é a dois quarteirões da minha casa. Estou sempre lá e ela, aqui. Já vivemos como casados.
Marlene – Temos um casamento moderno, cada um vive em sua casa. Mas, depois de casados, vamos morar juntos, claro.
– Já se consideram casados e usam até aliança na mão esquerda. Falta apenas oficializar?
Chiquinho – Quando nos conhecemos, Marlene estava separada, mas agora é divorciada e eu sou viúvo, então podemos celebrar na igreja. Em agosto de 2011, a gente meio que casou em Búzios, foi uma cerimônia apenas para nós dois, porque ainda não tinha saído o divórcio dela. Agora, queremos uma festança com toda a família e amigos. Vamos casar em 2013.
Marlene – Estou muito feliz já que iremos comemorar com todo mundo reunido. Em Búzios foi algo só nosso, com um padre abençoando. Não foi nada formal, mas bem íntimo e lindo. Assim como o pedido de casamento, que foi extremamente emocionante. Com direito a todos os detalhes românticos com que uma mulher sonha. Anel de noivado, champanhe, flores... Foi inesquecível!
– E quanto ao casamento? Será uma boda cheia de pompa?
Chiquinho – Uma festa tem de ter os ingredientes que, pelo menos para a gente, são normais: champanhe, bufê do França, flores da Bélgica...
Marlene – Vai ser preparado com cuidado e carinho, mas com o toque de luxo do Chiquinho.
– Como vocês se conheceram?
Marlene – Eu gosto, paquero e quero o Chiquinho desde os meus 17 anos. Quando ele chegava às boates Gallery ou Regine’s, parava tudo. Era uma menina que ficava sonhando com ele, só que ele nunca me deu a mínima bola. Quando fiz 18 anos, meu pai me presenteou com um Porsche e falei: ‘Agora, ele vai olhar para mim, né?’ (risos) Mas nada! Um dia, nos encontramos e ele me olhou com cara feia. (risos) Então, desisti, casei, descasei... Em maio de 2011, meu primeiro casamento já tinha terminado e eu estava fazendo o aniversário de um amigo nosso na minha casa. Chiquinho foi prestigiá-lo. Lá estava eu, conversando com um amigo e ele não quis saber, colocou uma cadeira no meio dos dois e falou: ‘Dá licença que ela é minha.’ Eu brinquei: ‘Você podia ter feito isso uns 30 anos atrás.’ Depois disso, a gente nunca mais se separou.
– Chiquinho – Em nosso primeiro encontro, fui buscá-la, só que em vez de levá-la ao restaurante, entrei com ela aqui em casa, subi e disse à minha família: ‘Quero apresentar a vocês a minha futura mulher.’ Marlene não abriu a boca de tão assustada, meu pai estava mais ainda. Depois, ela me perguntou: ‘Por que fez isso?’ E respondi: ‘Para mostrar que estou bem intencionado.’
Marlene – Chiquinho tem sempre uma palavra linda, deixa um bilhetinho pela casa, uma flor. Aprendi a ser mais romântica com ele. O mínimo que você pode fazer tendo um homem desses é retribuir. Ele é muito querido.
– O que têm em comum?
Chiquinho – O nosso bom- humor irritante. Gostamos do mesmo tipo de comida, de viajar, de estar com nossos amigos... É uma relação muito gostosa, nunca tivemos uma briga.
Marlene – Nós fazemos tudo juntos. Desde ir ao dentista até a um jantar. Se um não vai, o outro também não. E nada é uma obrigação. O tempo é tão curto, a gente procura estar sempre junto.
– Chiquinho, você ficou de cara a cara com a morte em 2009. Como lida com seu coma?
Chiquinho – Muitos falaram que o coma foi resultado de complicações pós-operatórias, o que não é verdade. E não fiz cirurgia de redução de estômago, mas, sim, tirei três metros do intestino. Quando fui operado, peguei uma bactéria fortíssima, que matou várias pessoas. Fiquei em coma por 63 dias, o médico me ‘abriu’ oito vezes. Cheguei a morrer duas vezes, o padre me deu duas unções. Isso tudo foi por causa da bactéria. Peguei e me safei, o que, infelizmente, não foi o caso da minha mãe. Ela foi operar o fêmur, pegou a bactéria e morreu em fevereiro de 2012. Eu estou firme e forte.
– Como mantém a vitalidade?
Chiquinho – Por conta da redução de intestino, não absorvo o que como, então não engordo. Preciso tomar vitaminas, mas posso comer uma feijoada que não ganho peso. Tenho personal trainer quatro vezes por semana; três vezes por semana treino aikidô, que pratico há 12 anos. Dou aula uma vez por semana no Instituto Maruyama.
– Como é ser conhecido como playboy? Isso o incomoda?
Chiquinho – De forma alguma. Meu apelido surgiu porque normalmente diz respeito a quem consegue unir o trabalho com a diversão, sabe fazer as coisas ao mesmo tempo. Os grandes playboys que existiram iam dormir às 4h e acordavam às 6h. Por exemplo, o Jorginho Guinle, a quem muitos se referem como alguém que nunca fez nada. Como não? Ele trouxe as maiores celebridades para o Rio, foi o ‘cartão-postal’ da cidade. Graças a ele temos várias indústrias no País. No meu caso, tenho a liberdade de fazer o que quiser. Nunca tive uma concordata, uma falência, um protesto. Nunca devi nada a ninguém, nem a banco ou ao governo. Não sou ligado à política, então, não preciso de voto, também não sou ator, não preciso de audiência. Ajudo 112 entidades beneficentes no Brasil.
– De onde vem o seu dinheiro?
Chiquinho – Antigamente, era dono de cervejaria, de metalúrgica, de fábrica de tecido, enfim, de indústrias. Agora não. Hoje tenho ações das empresas que possuía anteriormente. Coloquei nas posições- chave das Organizações Scarpa profissionais que tomam conta do meu negócio e se relatam a mim por videoconferência. Coordeno tudo do escritório de casa, do carro, enfim, de onde estiver. Não preciso ir ao Edifício Scarpa, na avenida Paulista. Outro dia, fui até lá só para visitar a Marlene, que mudou os escritórios da empresa dela para o prédio. Para você ver como ela me apoia em todos os sentidos, até mesmo profissionalmente.
– Marlene, por que recusou o convite para participar do reality show Mulheres Ricas, da Band?
Marlene – Já tinha sido chamada na primeira edição e me chamaram de novo para a segunda. O programa é bárbaro, respeito quem participa, mas não é o meu perfil. Não sou nem melhor nem pior, só um pouco diferente. Acho que a emissora quer mulheres mais expansivas e glamourosas. Não que eu não goste do dinheiro e das coisas que ele compra, mas prefiro o trabalho, minha casa, meus amigos, minha família. Adoro comer em um restaurante bacana, mas me divirto igual se for em um boteco que venda ‘prato feito.’ Apesar de morar bem, ser bem-sucedida, sou mais simples do que as pessoas veem. Chiquinho, não. Ele é a sofisticação em pessoa. É um conde, um verdadeiro nobre.
– Mas você também nasceu em uma família abastada.
Marlene – Sim, mas é diferente. Meus pais são imigrantes de Portugal, fizeram um patrimônio bom aqui no Brasil, construíram fábrica, lotearam grande parte da cidade de Guarulhos. Eu tinha um irmão, que infelizmente morreu. Nós dois estudamos Medicina. Quando nos formamos, meu pai nos deu um hospital de presente. Meu irmão ficou e eu saí, não gostei. Depois, abri as escolas com o meu ex-marido e, após a separação, dividimos a empresa. Meus pais tinham dinheiro, sim, mas sem glamour, nada de nobreza. Minha mãe veio para o Brasil para trabalhar em casa de família.
– E, você, Chiquinho, por que ainda não foi pai?
Chiquinho – Porque até conhecer Marlene não havia encontrado a mulher certa para ter um filho. Eu procurei muito, já fui casado duas vezes, sou viúvo em um dos casamentos e no outro, divorciado. Tive várias namoradas durante um longo tempo. Todas são amigas minhas e da Marlene, nos damos muito bem, mas não eram as pessoas certas para eu ter um herdeiro com elas. Só que eu sou o último Scarpa. Se não tiver um, a família acaba comigo. Se tiver, leva o título de conde, que foi dado pelo Papa Pio XII, em 1949, ao meu pai, pelas suas contribuições. Ele fez uma porção de coisas, universidade, hospitais. Esse título dado pela Igreja Católica é hereditário, sou a única pessoa que tem direito.
– Então, há a possibilidade de dar continuidade à sua estirpe ?
Chiquinho – Todas. Estou com 61 anos. Marlene é a mulher certa para ser a mãe do meu filho, sem dúvida alguma. Ela realmente me completa em tudo. Eu nunca fui tão feliz como sou agora.
– Quais são os seus projetos e desejos para 2013?
Marlene – Meu balanço para 2012 foi o melhor possível, foi o ano da minha vida. Para 2013, só peço a Deus que eu continue merecedora de tudo que ele me dá, como o amor do Chiquinho.
Chiquinho – Que eu esteja ao lado de Marlene neste novo ano e em todos de minha existência. Esse é o meu projeto de vida.