O êxito em 'Cheias de Charme' evoca fábula com final feliz para Giselle Batista
Apaixonada pelo universo lúdico do livro Alice no País das Maravilhas, Giselle Batista (26) admite, assim como a personagem de Lewis Carroll (1832-1898), que é muito curiosa e ingênua. “Sinto-me uma formiguinha em um mundo muito grande. Quero desbravá-lo cada vez mais”, filosofa ela, de férias no Castelo de CARAS após sua bem-sucedida estreia nas novelas, em Cheias de Charme. O trabalho como atriz representa muito mais do que a realização de um sonho. Com dez anos de carreira, quase sempre dedicados ao teatro, ela conta que não só amadureceu, como até tornou-se um pouco maliciosa. “Só quando a gente sai do casulo familiar é que aprende a se proteger de fato”, explica ela, que há cinco anos deixou a casa dos pais, Genival e Graça, em São Gonçalo, RJ, para morar na zona sul carioca. Feliz com suas apostas, Giselle agora pretende investir ainda mais em seu futuro profissional. “Fiquei com o gostinho de quero mais”, conta. Além do desejo de fazer outras novelas, ela acaba de abrir a produtora de teatro Bité Produções Artísticas em parceria com a irmã gêmea, a atriz Michelle Batista (26). Em sua vida amorosa, ela também aprendeu a enfrentar os momentos de turbulência. É por isso que encara com naturalidade as dificuldades que passou no namoro de quatro anos, entre idas e vindas, com o ator Raoni Seixas (28) . “Essa instabilidade é própria da idade. Tem fases que você quer jogar tudo para o espaço”, pondera.
– Por atrás da aparência angelical, você mostra uma personalidade forte...
– Acho que sim (risos).
– E seus sonhos românticos, como os de Alice?
– Existem na medida certa. Gosto de histórias longas, porém, não faço questão de formalidades. Mas me imagino em um casamento duradouro como o dos meus pais. Isso ficou até fora de moda (risos).
– Já planejam casamento?
– Ainda não. Atualmente divido o apartamento com o meu irmão mais velho, Bruno. A minha irmã também ficava com a gente, mas, por causa do trabalho, foi para São Paulo. Então, primeiro, quero morar sozinha, preciso do meu espaço antes de um dia me casar.
– Por que os três saíram da casa dos pais ao mesmo tempo?
– Pela dificuldade de acesso. Levávamos mais de duas horas de ônibus para chegar ao trabalho. Resolvemos então facilitar as coisas, mas nossos pais estão sempre com a gente.
– Como foi sua infância?
– Minha diversão era brincar no quintal, com os vizinhos e primos, na rua. Vim de uma família humilde, mas nunca me revoltei por causa disso. Educação, carinho e amor nunca faltaram.
– Como surgiu a paixão pelo teatro em sua vida?
– Minha escola fez uma excursão para assistir a uma peça. Eu e Michelle gostamos. Começamos a inventar que seríamos atrizes por causa do tal espetáculo. Mas só fui estudar teatro aos 14 anos.
– Por que a demora?
– Minha mãe achou que não daria em nada. Sempre travou, estimulava os estudos. A gente ficava chateada, mas foi bom porque pude curtir as brincadeiras de infância. É um tempo que nunca mais volta. Tudo aconteceu na minha vida na hora certa.
– Assim como a fama?
– Também. Meu pai me ensinou a manter o pé no chão. A TV é uma exposição muito grande, cíclica. Até ontem, estava na novela, bombando. Mas hoje Guerra dos Sexos está no ar e outra menina vai acontecer. Entendo esse movimento. E não acho que seja ruim. Não tenho a menor necessidade na vida de estar todo o tempo badalada. A exposição é fruto do trabalho, não preciso dela para viver bem.
– Você atuou em Malhação e em Clandestinos com Michelle. Ter uma irmã gêmea atriz atrapalha?
– Acho que não. Sou uma pessoa otimista. Para o bom profissional, sempre há lugar. Em dado momento, isso foi até favorável, nos deu a possibilidade de fazer Malhação. Mas não temos o menor objetivo de trabalhar sempre de gêmea.