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Entenda o vício em jogos, drama de Silvana (Lília Cabral), em A Força do Querer

Personagem da novela das 9 é viciada em poker e vive em pé de guerra com o marido, Eurico (Humberto Martins, por causa da sua compulsão

Luiza Camargo Publicado em 04/05/2017, às 16h40

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Entenda o vício em jogos, drama de Silvana (Lília Cabral), em A Força do Querer - Divulgação/TV Globo
Entenda o vício em jogos, drama de Silvana (Lília Cabral), em A Força do Querer - Divulgação/TV Globo

Em A Força do Querer, Silvana (Lília Cabral) é viciada em poker e essa sua compulsão pelo jogo tem destruído seu casamento com  Eurico (Humberto Martins), abalado seu relacionamento com a filha, Simone (Juliana Paiva) e afetado seu patrimônio. Porém, a arquiteta não reconhece seu vício e finge ter o controle da situação, por isso, não consegue ficar longe do jogo por muito tempo.

+Lilia Cabral grava primeira cena de 'A Força do Querer' ao lado de Maria Fernanda Cândido 

Em entrevista exclusiva à CARAS Digital, a psicóloga Marilene Kehdi revelou as principais dúvidas e informações sobre vícios em jogos. Quando o hábito pode ser considerado vício, quais as causas e comenta os tratamentos indicados; confira!


Quando o hábito de jogar passa a ser considerado vício? E quanto ele pode ser prejudicial?
"O hábito de jogar (seja qual for o tipo de jogo) passa a  se tornar um vício quando a pessoa perde completamente o controle sobre esse comportamento. Ou seja, jogar é prioridade, o restante, família, emprego, profissão ou saúde, tornam-se  secundários. A pessoa vive o jogo, e com isso perde muito dinheiro, e passa a mentir para fugir das consequências das perdas nos jogos".

Quais as causas que levam a compulsão por jogos?
“A gênese da compulsão pode ser genética (hereditária), pessoas com transtorno bipolar, transtorno de ansiedade e outros tipos de transtornos mentais apresentam compulsão por jogos, compras e outros. Outro fator importante é o estilo de vida que leva a pessoa a desenvolver um alto grau de estresse e para amenizá-lo desenvolve  comportamentos (no caso por jogos),  que causam algum tipo de alívio, relaxamento e  prazer, tirando-lhe o foco  de tudo o que causa estresse e ansiedade”.

Como ajudar alguém que está viciado e não percebe?
O primeiro passo é o diálogo firme, que esclareça e também mostre  os prejuízos que esse comportamento está causando na  vida da pessoa e na vida de quem convive com ele.  Quando o diálogo persistente não é eficiente, é preciso incentivá-lo (se for preciso leva-lo) ao psicólogo e psiquiatra.  O psicólogo irá ajudá-lo a identificar a  causa desta compulsão, principal gatilho esta compulsão e então elaborar, resolver essa questão através da psicoterapia. E o psiquiatra  irá medica-lo para que essa ansiedade e compulsão sejam controladas. Alerto que não  é uma tarefa fácil se livrar do vício por jogos (como nenhum tipo de vicio). Quando este já está instalado, por isso é fundamental que os profissionais da saúde mental (psicólogo e psiquiatra), estejam envolvidos no controle desta compulsão”.

Quais os jogos mais comuns de se viciar? E agora com a internet é mais comum pessoas com vício em jogos?
“Vivemos a geração internet, todos estão conectados, ligados ao mundo virtual, globalizado, com muita tecnologia a disposição de todos. São muitos fatores positivos, mas também existem os negativos.A internet é dinâmica, apresenta muitas possibilidades de jogos dos mais fáceis aos mais difíceis e perigosos, e todos são viciantes, principalmente quando já existe na pessoa uma tendência a compulsão, ao vício. Por isso, vemos crianças e adolescentes,  que ficam o dia inteiro jogando, não dormem, não comem, não fazem nada sem o uso da internet. Isso é um vício instalado e muito prejudicial para o desenvolvimento dessas crianças. “E vemos também pessoas adultas que se afastam da família e  se distraem das suas vidas nos jogos,  e quando são questionadas mentem (também compulsivamente), tentando negar o óbvio  que estão viciadas” .