Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Leticia de Oliveira fala do impacto da rejeição em Leidy Elin e alerta para saúde mental de pessoas negras
Publicado em 04/09/2024, às 16h17
Ex-participante do BBB 24, Leidy Elin (27) fez um forte desabafo a respeito dos ataques que recebeu depois que encerrou sua trajetória na casa mais vigiada do país. Inclusive, ela vem lutando contra depressão por conta de tantos comentários negativos e racistas. Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Leticia de Oliveira explica como ataques raciais nas redes sociais afetam a saúde mental de pessoas negras.
A especialista reforça que o nosso emocional, enquanto indivíduos, tem muita dificuldade de lidar com rejeição. De uma forma instintiva, o ser humano luta pela sobrevivência e ela depende de uma aprovação e aceitação dos outros.
Leticia de Oliveira explica que as redes sociais potencializaram esse sentimento de rejeição: "Diante de tantos cancelamentos, a gente consegue ver pessoas que não tiveram mais rede social, pessoas que se isolaram, e pessoas até que acabaram cometendo suicídio".
"Então, da mesma maneira que quando vem um elogio, de uma forma muito intensa, isso é difícil de ser processado, porque um milhão de pessoas dizendo que você é demais, para a gente é algo que não é nem muito alcançável", revela.
A especialista menciona que acaba sendo ainda mais difícil para as pessoas negras lidarem com esse tipo de exposição e, consequentemente, com a rejeição. Sem contar os ataques de cunho racial que recebem nas redes sociais.
"Os negros já têm uma história de sofrimento, eles já têm uma história de exposição, de retaliação, de ridicularização, então já existe aí um fenômeno histórico aonde eles já se sentem mais expostos do que as pessoas brancas, por exemplo. Então, a sensibilidade, talvez a tolerância à dor, à rejeição seja ainda menor", declara.
"Muitas pessoas que já passaram pela dor da rejeição acabam se desenvolvendo uma habilidade maior para lidar com a rejeição, mas no geral são pessoas mais feridas, mais machucadas, que vivem com a dor da rejeição muito mais a flor da pele. Então, acaba sendo ainda mais difícil para as pessoas negras lidar com esse tipo de exposição e, consequentemente, com esse tipo de rejeição", finaliza.
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