Em entrevista à CARAS Brasil, o endocrinologista pediátrico Miguel Liberato esclarece sobre dor do crescimento em crianças e adolescentes
Publicado em 25/07/2024, às 13h37 - Atualizado às 13h45
Muitos pais relatam que seus filhos sentem dores nos membros principalmente nas pernas, sem causas específicas, alguns acreditam que esse desconforto está relacionado ao crescimento. Em entrevista à CARAS Brasil, o médico endocrinologista pediátrico Miguel Liberato explica sobre o assunto e revela o que é a famosa dor do crescimento.
Segundo o especialista, as dores do crescimento geralmente surgem no final do dia ou à noite e, na maioria dos casos, podem ocorrer bilateralmente. Por isso, é importante observar se esse desconforto na região é relacionado ao desenvolvimento da estatura das crianças.
“Na verdade, essa condição não apresenta relação com nenhuma fase do crescimento físico. É um termo bem antigo, que acaba sendo utilizado amplamente até hoje e que se refere à uma dor benigna, de evolução crônica e pode acometer até 20% das crianças já a partir dos três anos de idade e até mesmo adolescentes, de ambos os sexos, sem causas específicas de saúde”, avalia.
O Dr. Miguel reforça que a intensidade das dores pode variar, chegando a causar choro em algumas crianças. No entanto, pela manhã, a criança normalmente não apresenta qualquer dor ou limitação para brincar.
“Essa é uma observação importante, que nos ajuda a diferenciar de causas potencialmente graves de dores na pernas. Além disso, raramente são dores diárias. Comumente observamos que se intercalam dias com dores com períodos sem dor”, diz o especialista.
O pediatra enfatiza a importância de orientar e tranquilizar os familiares, explicando que as dores são benignas e tendem a desaparecer até o fim da infância. Medidas como massagens locais podem proporcionar alívio significativo e, em alguns casos, pode-se utilizar analgésicos comuns.
“Mesmo que as dores nas pernas sejam frequentemente atribuídas às dores do crescimento, é crucial diferenciá-las de outras causas potencialmente graves. Observar as características das dores é essencial para não deixar de identificar precocemente condições mais sérias que possam estar presentes”, finaliza o Dr. Miguel.
Ver essa foto no Instagram