Morando nos EUA há 3 anos e meio, Fernanda retoma carreira após chegada de Lucca. Ela lançou o filme 'A Menina Indigo' no País
Um menino serelepe, que forma frases misturando português e inglês, corre até os braços de Fernanda Machado (37). É assim que Lucca (2), filho da atriz com o empresário americano Robert Riskin (31), se apresenta à CARAS. “Ele é uma boa misturinha nossa. Tem o meu temperamento, determinado, e o colorido e os gostos do Bob”, define ela, orgulhosa. Nascido na Califórnia, o garoto está pela terceira vez no Brasil para acompanhar a mãe em uma agenda de trabalho de dois meses.
Entre os compromissos dela, o lançamento do filme A Menina Indigo. “Estou amamentando até hoje. Cumpri a minha missão”, pontua a estrela, que mora em Santa Bárbara, nos EUA, há três anos e meio e não voltava ao Brasil havia um ano e oito meses. De lá para cá, sua vida mudou completamente. Além de encarar os prazeres e os desafios da maternidade, ela deu uma pausa na carreira desde o nascimento do filho. “Foi uma escolha emocional. Nunca imaginei que fosse parar. Mas, no fundinho do meu coração, sabia que a maternidade seria forte para mim”, confessa. E, de fato, a intuição de Fernanda se confirmou. A experiência foi tão intensa ao lado de Lucca que a atriz não só colocou a família em primeiro plano, como desenvolveu uma ansiedade pós-parto.“O meu cérebro não parava. Era uma preocupação exagerada com o bebê. Acho que foi uma junção de fatores. Ser mãe um pouco mais velha, ter tido dificuldade de engravidar... Fiquei com medo de tudo”, relata Fernanda, referindo-se ao fato de ter endometriose, doença tratada por ela até hoje e que dificultou muito a gestação. Mais tranquila com a nova rotina, Fernanda não reclama dos altos e baixos enfrentados e diz que tornou-se uma mulher mais forte. Tanto que já se vê dando um irmão para Lucca em um futuro próximo. “Sonhei muito com essa família.”
– Como se sente com tantas mudanças desde 2014?
– Tinha uma vida agitada e virei mãe, dona de casa. São escolhas difíceis e que foram acontecendo aos poucos. Quando nasce seu filho, você ressuscita. Essa é a impressão que tenho. Morri e nasci outra pessoa junto dele.
– A Fernanda mulher ficou de lado nesta fase?
– Acho que sim. É obvio que esse primeiro ano é maravilhoso, mas é difícil. É uma adaptação enorme. A prioridade vira o seu filho, principalmente quando se opta pela amamentação.
– Sente falta da antiga vida?
– Tenho saudade de algumas coisas. Era muito organizada, achava que tinha controle sobre tudo. Desde que Lucca nasceu, há um certo caos, mas de amor. Ele veio para me ensinar.
– Você compartilha essas experiências na internet. Como lida com as críticas?
– É super complicado dividir a parte mais delicada da função de uma mulher que é a maternidade. Todo mundo critica mãe. Tento lidar com isso.
– O canal Real Fe Machado foi uma forma de não se sentir tão sozinha longe do Brasil?
– O que mais me move é ajudar outras mães. No começo me sentia só, antes de engravidar. Não tinha tempo para ficar lá e fazer amigos. Mas, após o Lucca, comecei a procurar os grupos de mães.
– Se arrepende de não ter tido filho antes?
– Não, de nada. Mas poxa, se tivesse sido mãe aos 26 anos... Teria sido um pouco mais fácil. Com 30 e poucos você tem mais noção do perigo das coisas. Mas penso na questão financeira. Tudo tem prós e contras.
– O que sente falta do Brasil?
– Da minha família. Ah, sinto saudade de assistir ao Jornal Nacional. Me remete a uma memória. Lá, não tenho tempo de ligar a TV.
– E você e Robert?
– Somos muito parceiros. O fato de um apoiar o outro ajuda nesse momento, na chegada de um filho. É uma prova de fogo. A relação é testada a cada momento. Pelo cansaço, pela falta de tempo. A parceria e o amor é o que salva. Reservamos nosso tempinho e mantemos a paixão acessa.
– Está valendo a pena?
– Muito! Veio uma vida nova. É realmente um amor que transforma. Por isso, penso que o segundo deve ser difícil demais, mas também vai valer muito a pena.