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Atualidades / REFLEXÃO

Toni Garrido reflete sobre racismo e hipersexualização da mulher preta

O cantor Toni Garrido participou do podcast 'Lá no Pod' e refletiu sobre objetificação, hipersexualização da mulher negra e racismo

CARAS Digital Publicado em 28/07/2022, às 15h07

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Toni Garrido reflete sobre racismo e hipersexualização da mulher preta - Léo Ornelas
Toni Garrido reflete sobre racismo e hipersexualização da mulher preta - Léo Ornelas

Toni Garrido (54) foi convidado do podcast Lá no Pod, comandado pelas atrizes Monique Curi e Cláudia Lira, e refletiu sobre a realidade da mulher preta no Brasil.

O cantor e ator relembrou experiências observadas pelas filhas Isadora e Vitória e outras mulheres da família. "Tem a mulher com seus problemas e tem a mulher preta com seus problemas", disse ele.

O artista comentou sobre o código secreto que existe somente entre as pessoas pretas e pobres, segundo ele. "A esperança de que alguém vire o jogo. Precisa sempre de um salvador. A gente está sempre esperando alguém que puxa", afirmou.

Na conversa, Toni exemplificou as dificuldades de autoafirmação que elas sofrem já desde a infância, além da rejeição, objetificação e hipersexualização da mulher preta.

"A mulher como minoria tem suas defesas e seus ataques para mudar a coisa. Eu tenho mulheres pretas na família, minhas irmãs, minha mãe, minhas tias, algumas amigas... e vamos pensar assim. Uma menina preta pobre de subúrbio, ela, como todas as meninas, tem sonhos, vontades e esperança. E tem várias coisa, que a gente não sabe, mas dificultam de ela acreditar que seja forte, que é ser chamada de macaca e todas as outras tentativas de diminuição. Tem, por exemplo a Barbie, que é loira, e as meninas ficam fazendo carinho no cabelo da Barbie, penteando. E ela passa a mão no cabelo dela, o cabelo dela não penteia assim", explicou.

E completou: "Isso eu passei com as minhas filhas, estudando em colégios americanos... você dá uma boneca preta, faz todo um trabalho em casa, ela leva para a escola e as outras meninas não querem saber. Daí ela pensa que essa boneca preta não é legal... Então tem um monte de coisas que acontecem com a menina preta. Aí ela cresce e vai namorar um menino preto, porque no ambiente dela tem mais meninos pretos. E ele quando chega na faixa dos 15/16 anos, começa a ver que socialmente falando, vai ter uma ascensão quando namorar uma mulher branca. Olha que loucura! O menino preto, vai jogar bola, fazer alguma coisa, e começa a querer as meninas brancas e larga a preta. O que acontece na sequência, começam a vir os homens brancos que tem uma sexualização com a mulher preta, mas não as assumem", concluiu.

O ator também questionou a polêmica do tapa de Will Smith em Chris Rock após uma "piada" do humorista envolvendo a esposa de Will no Oscar 2022.

"Talvez se fosse em defesa uma mulher branca, o mundo se comovesse muito mais", opinou. Ele fez questão de deixar evidente o seu posicionamento contra a violência. "Somos todos civilizados, a brincadeira sem graça que ele fez, você tem toda a postura do mundo de inclusive falar e acabar com aquele momento dele, se pronunciar, porque somos artistas e somos pessoas. Agora qualquer um, se sentindo com motivo, errou, dando aquele tapa no outro", esclareceu.

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