Em entrevista à CARAS Brasil, a cantora Rebecca confessa sobre sua jornada no funk e comenta ser referência para outras mulheres
Nesta sexta-feira, 12, será comemorado pela primeira vez o Dia Nacional do Funk, símbolo feminino no gênero, Rebecca (26) ganhou destaque como referência em sua área. Em entrevista à CARAS Brasil, a funkeira avalia seu espaço na música e reflete sobre sua trajetória ao longo da carreira: "Vim de um lugar onde não há oportunidades".
A cantora cresceu no Morro São João no Rio de Janeiro, e apesar de não viver mais na comunidade, ela carrega consigo as raízes e com muito orgulho! Rebecca destaca que o funk é um gênero musical que dá muitas oportunidades para jovens de periferia, que tem nessa música uma forma de expressar e exaltar suas vivências.
“Vim de um lugar onde não há oportunidades, onde ninguém acredita que você um dia poderá sair dali. Sou mulher, preta, de comunidade, cantando um termo marginalizado e com letra conhecida como 'proibidão'”, menciona.
Rebecca reforça a importância do Dia Nacional do Funk: “Esse é o momento fundamental para nossa cultura. Acho importantíssimo exaltar um ritmo que me fez ascender profissionalmente e que dá oportunidade para outros jovens como eu”, compartilha.
Apesar de hoje alcançar o estrelato, Rebecca relembra que sua jornada na música nem sempre foi fácil. Sendo uma cantora de funk, ela menciona que já foi alvo de diversas críticas e comentários preconceituosos.
"Sofri e sofro preconceito não só pelo funk, mas também meu corpo e minha cor são alvos de preconceitos todos os dias, na internet e nas ruas. Já sofri casos de racismos que me ensinaram a necessidade de proteger a minha filha, de fazer de tudo para ela não sofrer nos lugares que eu sofri, para ela não ter as mesmas cicatrizes e dores", revela.
Com o tempo, Rebecca utilizou de sua força para alcançar seu lugar no funk e celebra o fato de ter se tornado uma inspiração para outras mulheres através da sua música: "Nada disso era uma vantagem aos olhos das pessoas. Até eu me apropriar da minha história e de quem eu sou, entender que eu tinha sim valor. Como mulher preta e periférica, eu fui uma menina que não tive muitas referências na música. Hoje elas me abordam e dizem que se espelham em mim”, declara.
Apesar de existirem muitos estereótipos sobre mulheres cantando funk, a cantora responde às críticas continuando a sua missão: “A gente luta para os preconceitos acabarem, mas infelizmente eles ainda existem. Então, eu continuo, tenho um público muito fiel ao meu trabalho e mulheres que veem em mim uma referência. Preciso continuar para mostrar para elas que é possível porque eu estou aqui”, finaliza.
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