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Atualidades / REFERÊNCIA NO HUMOR

Marcelo Médici se despede de monólogo e exalta amor pela comédia: 'Gosto de estar'

Em entrevista à CARAS Brasil, o ator e comediante Marcelo Médici fala do sucesso de espetáculo que estreou há 20 anos, do atual momento do humor e sonhos

Thaíse Ramos
por Thaíse Ramos

Publicado em 28/05/2024, às 08h00

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Marcelo Médici recebe público em São Paulo - Divulgação/Rafa Marques
Marcelo Médici recebe público em São Paulo - Divulgação/Rafa Marques

Marcelo Médici (52) comemora, mais uma vez, o grande sucesso da comédia Cada Um Com Seus Pobrema, que estreou em 2004 e voltou ao teatro sete anos após a última temporada. O artista, que esteve em cartaz no Shopping Frei Caneca, em São Paulo, fala do retorno com a peça em entrevista à CARAS Brasil; além de comentar o momento atual da comédia no país e exaltar o gênero que o conquistou, já que é um profissional bastante versátil. "Gosto de estar", diz.

O ator revela o que o motivou a levar o monólogo ao teatro novamente. “Ano passado, me dei conta que o espetáculo completaria 20 anos! Esse trabalho é um divisor de águas na minha carreira e na minha vida. Tanta coisa aconteceu nesses 20 anos, e sempre que lembro da peça, as lembranças são as melhores. Achei que merecia comemoração. Seriam quatro apresentações que viraram 20, e muito provavelmente ainda volto no segundo semestre para mais uma curta temporada”, conta.

A procura do público foi grande e Médici comemora: “A temporada foi linda, desde a reestreia até agora, nas apresentações finais. Olhar para uma plateia lotada sempre será um privilégio para qualquer ator que faz teatro! É uma imagem que nunca mais sai da nossa memória”.

O humor passa por constantes transformações ao longo dos anos. Não é o mesmo de 20 anos atrás, quando o comediante estreou Cada Um Com Seus Pobrema, por exemplo. Questionado sobre como é trabalhar com a comédia nos dias atuais e qual é o momento do humor na TV aberta, ele ressalta: “Fazer humor hoje exige que você esteja atento aos avanços que a própria sociedade conquistou”.

E continua: “Acho fundamental que o humor também evolua. Particularmente, acho que a TV aberta precisa introduzir mais humor na programação, tem muita gente talentosa em atividade fora da TV, e a TV aberta pode absorver inúmeras possibilidades, inúmeros formatos dramatúrgicos de humor”.

A PRAÇA É NOSSA

No começo da carreira, Médici esteve no elenco do programa A Praça é Nossa, do SBT. No humorístico comandado por Carlos Alberto de Nóbrega (88), ele deu vida ao personagem Zoinho por cerca de dois anos. “A passagem pela Praça foi um momento importantíssimo, pois me deu a oportunidade de estar perto de verdadeiros gênios! Tenho muito orgulho e gratidão por essa fase da minha vida. Foi uma fase deliciosa, foram tempos deliciosos”, relembra.

Profissional versátil, foi na comédia que ele se sentiu mais à vontade. “A comédia foi onde tive um retorno maior. Eu, verdadeiramente, não planejei isso. Como acredito que a vida seja feita de reciprocidade, gosto de estar onde me sinto bem-vindo (risos)”, ressalta ele, ressaltando que a comédia ainda sofre preconceito no Brasil. “Embora me considere uma exceção, o comediante muitas vezes não conquista o devido prestígio, e isso se reflete quesito financeiro e artístico também. Isso é histórico e incontestável”, diz.

Marcelo Médici se despede mais uma vez de monólogo e exalta amor pela comédia
Marcelo Médici no palco com Cada Um Com Seus Pobrema - Divulgação/Rafa Marques

MUNDO DIGITAL

As redes sociais marcam uma nova era, principalmente no mundo artístico. Atores, cantores, escritores, entre outros tantos profissionais do meio usam a ferramenta para divulgar seus trabalhos. Com Médici não é diferente, mas ele confessa uma certa “dificuldade” com essa modernidade. “Uso as redes sociais para divulgar meu trabalho, mas não trabalho para ela. E acho incrível poder colocar nela exatamente o que quero. Acho democrático”, salienta.

“Agora, talvez por ser de outra geração, continuo achando muito importante o trabalho dos câmeras, dos maquiadores, iluminadores, cenografia, figurinistas, autores, jornalistas. Recusei gravar uma série durante a pandemia onde teria que fazer tudo, cenário, figurino, maquiagem, iluminação (...) Simplesmente porque não sei fazer tudo isso”, emenda.

FAMÍLIA É TUDO

A novela das sete da TV Globo, Família é Tudo, vai ganhar um reforço no elenco. Marcelo Médici foi convidado para atuar na trama, onde dará vida a um trambiqueiro. O ator, que está longe das novelas desde Órfãos da Terra (2019), fará um golpista que finge ser rico para conquistar mulheres em aplicativos de relacionamento. O personagem também é pai de Chicão (Gabriel Godoy) e Guto (Daniel Rangel) e tem uma relação difícil com o filho mais novo.

“Minha última novela foi Órfãos da Terra, com a pandemia parece que dois anos sumiram das nossas vidas e eu nem me dei conta que fazia tanto tempo! O convite veio do Daniel Ortiz já faz um tempo, e fiquei muito feliz! Vou gravar a novela e o humorístico Vai Que Cola ao mesmo tempo, mas vai dar certo (risos)”, conta.

O artista acrescenta o que o fez aceitar o convite para atuar no folhetim. “Desde que me entendo por gente, quero ser ator, e nossas novelas sempre foram uma referência muito forte, pelos grandes atores que temos! Adoro fazer TV! Fiz pouco cinema, e cinema só fiz o que quis. Agora o teatro (…) é minha casa”, fala.

“Gosto de tudo no teatro: de tomar meu banho e ir pro teatro, de chegar mais cedo, de conversar com meus amigos do elenco e da técnica, de me arrumar no camarim, de fazer a peça, de falar com o público no final da apresentação. Acho que é até uma necessidade de existir”, confessa.

SONHOS PARA REALIZAR

Apesar do sucesso na carreira, de ter feito trabalhos bem-sucedidos, o ator ainda tem muitos sonhos para realizar. Mas começa contando que um deles foi alcançado recentemente: “Tinha um sonho ou desespero de comprar meu apartamento. Demorou, mas consegui, é meu único bem material. Claro que também sonhava em conhecer outros lugares, e claro que também demorou, conheci muito menos do que gostaria, mas consegui”, diz.

“Pode parecer uma resposta estranha, mas nesse exato momento, sonho que toda essa situação que o Rio Grande do Sul está passando seja superada. Sonhos se renovam (…) Também sonho em conseguir montar um novo espetáculo no ano que vem, Hangmen! O produtor Rodrigo Velloni já está com os diretos e estamos trabalhando nisso” , finaliza.