Em entrevista à CARAS Brasil, o ator Felipe Abib fala de Pedaço de Mim, que para ele tem uma história tão ‘viciante’ como as das novelas
O ator Felipe Abib (41) comemora trabalho em Pedaço de Mim, protagonizado por Juliana Paes (45) e Vladimir Bricht (48), que alcançou sucesso global e impulsiona safra de "novelas" para streaming. Em entrevista à CARAS Brasil, o intérprete de Oscar na trama da Netflix reflete sobre este novo momento e entra na "discussão". Ele diz que vê a produção como uma novela e não série: "O melhor dela".
No bate-papo, o artista afirma que Pedaço de Mim se tornou o maior sucesso de sua carreira. “De fato! Eu fiz a Avenida Brasil, um personagem pequeno, também teve muito sucesso, mas também era uma coisa, digamos que, esperada, por ser uma novela das oito; na época, clássica de novela ainda no Brasil, quando a audiência ainda era muito grande, né? Em 2012. A internet ainda estava ali, pegando no tranco. Então, a novela é muito importante. Hoje em dia, as pessoas estão assistindo tudo por streaming. Mas fiquei muito surpreso porque eu imaginava assim (...) Tem as novelas turcas, que de vez em quando as pessoas gostam. A gente não sabe como é que vai ser, se vai ficar muito pesada essa história (a trama da personagem de Juliana Paes)”, diz Felipe.
E continua: “Mas o Maurício (Farias, diretor), ele conseguiu construir um diálogo com o roteiro muito viciante, muito bom. Eu, por exemplo, assisto uma coisa pesada, porém quero assistir, é gostoso de assistir. Acho isso muito interessante porque às vezes você pensa: Poxa, que história difícil a da Liana. Será que vou querer assistir isso? Parece que a coisa tem aquela magnitude de novela, tem uma leveza de novela”.
Pedaço de Mim entrou em uma polêmica na internet. Muita gente acha que a produção é uma novela e não série. Felipe opina: “Eu considero mais como uma novela, mais uma novela curta”. Ele, então, continua falando sobre o desafio de mesclar o gênero melodramático da telenovela com o formato streaming, que está atingindo vários públicos.
“Recebi mensagens. É muito impressionante perceber que uma história, um assunto assim, que é a da superfecundação heteroparental, que é um assunto meio extraordinário, mas pode acontecer com qualquer pessoa, é bem impactante, e pode ser em qualquer lugar (...) É uma história universal. Apesar do assunto extraordinário, é muito focado em uma coisa que pode acontecer com qualquer mulher, nesse sentido. Então, esse ponto eu considero, acho que a série é uma novela universal”, diz.
“Apesar das novelas serem brasileiras, a ideia da Netflix expandir, projeta a gente para um mundo inteiro e mostra que a gente é muito capaz de produzir excelentes histórias, e que já somos maduros nisso. O que aconteceu foi que nós enxugamos aquela coisa que se arrasta numa novela longa, para captar audiência, ficar livre. Nós enxugamos e trouxemos o melhor da novela, que é esse naturalismo, essa coisa de estar aqui, conversar num café. É um pouco da coisa dentro do bairro, né? Que não tem muito em série. Ela não se estabelece quanto novela, ela se estabelece numa proximidade com o espectador muito forte. Parece que é você ali, parece que a pessoa sente que é ela, que ela vê o Oscar como um amigo. É bem diferente da série”, acrescenta.
Segundo Felipe, a série tem uma força um pouco mais impressionante. A novela tem um estar real. “Quando você faz bem feito, ela é viciante, prazerosa. No mesmo lugar que, às vezes, você olha um reality show e fala: Por que estou vendo isso aqui? Você gosta de ver, as pessoas parecem reais em algum lugar, né? Gosto da novela porque eu olho pra Paloma Duarte e falo: Nossa, ela é aqui, é real, é uma médica que a gente conhece, tá ali. Oscar, história do bar, aí me lembra fulano, ciclano. Nossa, já tive uma história com essa pessoa. Então, isso que é legal. E também tem essa coisa, a novela é aberta, né? Altera, muda. Eu até brinco com algumas pessoas que falam comigo aqui: ‘Pô, o Oscar poderia durar mais, né? Porque estava gostosa essa pimenta, esse atrito, né?”, finaliza.
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