Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Leticia de Oliveira avaliou a performance dos casais nas redes sociais e deu dicas de como diminuir crises
Publicado em 16/07/2024, às 18h49
Na era digital, a exposição online se tornou um grande desafio para os casais. A internet e as redes sociais oferecem um palco onde a vida pessoal pode ser exibida para um público amplo, criando uma verdadeira poção de oportunidades quanto a tensões nas relações. Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Leticia de Oliveira deu dicas de como os cônjuges podem manter uma relação saudável sem dar espaço para as vulnerabilidades.
"Eu acredito que expor muito o casal acaba deixando o casal muito mais vulnerável. As pessoas, na realidade, na maior parte, são pessoas amargas, pessoas invejosas, pessoas frustradas. E eu vejo que expor muito da intimidade, da dificuldade, da felicidade do casal, acaba deixando as portas mais abertas".
"É como se fosse uma pessoa muito rica dando muita dica para ladrão de como roubar aquilo. Assim como uma mansão tem as suas vulnerabilidades de segurança, qualquer relacionamento tem os seus obstáculos, as suas janelas abertas, suas arestas. E ter gente sempre na espera de algo dar errado, no fundo acaba trazendo para relação um olhar que deveria estar mais privado", avalia.
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Para a especialista segue dando dicas para seguir com um relacionamento estável e garante que a maturidade deve ser essencial para que o matrimônio permaneça saudável. "Nem tudo precisa ser dito, nem tudo precisa ser compartilhado. As pessoas podem ter acesso ao relacionamento, mas elas não precisam e nem devem ter acesso à intimidade da sua relação", diz.
Outro aspecto preocupante é a prática das micro traições, interações aparentemente inocentes que, no entanto, podem ser percebidas como traição emocional. Curtidas em fotos, comentários afetuosos e mensagens privadas podem ser suficientes para desencadear sentimentos de traição em um parceiro.
"O que eu vejo, é que as pessoas se comportam na rede social como se ninguém fosse as ver, deixam a vontade de tomar conta, fazer tudo que elas têm vontade, xingar, paquerar, curtir, bloquear. E no final das contas, ali é só um papel nosso", explica.
"É como se fosse pessoa física e pessoa jurídica, a gente tem a pessoa social e eu não posso fazer no meu trabalho o que me dá vontade, assim como eu não posso fazer na minha pessoa física, no meu relacionamento. Eu preciso ter um código de conduta, uma conduta moral, ética, na rede social. Então é ter mais clareza sobre esses valores", finaliza.