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Atualidades / ENTREVISTA

Ex-ator mirim da Globo, Herval Silveira é médico e declara: 'Nasci artista'

Em entrevista à CARAS Brasil, Herval Silveira recorda bastidores da Globo, e revela que, mesmo longe da TV, continua trabalhando com arte

Mariana Arrudas
por Mariana Arrudas
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Publicado em 30/07/2024, às 17h15

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Herval Silveira, médico e ex-ator mirim da Globo - Foto: Reprodução
Herval Silveira, médico e ex-ator mirim da Globo - Foto: Reprodução

Intérprete do pequeno Rafael Berganti, de Suave Veneno(1999), Herval Silveira (32) deixou o trabalho como ator e, hoje, é médico formado e atua em seu consultório em Niterói, no Rio de Janeiro. Apesar da mudança na carreira, ele assegura que a arte continua em sua vida, mesmo que longe da TV.

"Eu nasci artista, sou médico de hobby", conta o ex-ator mirim da Globo, em entrevista à CARAS Brasil. Em Suave Veneno, trama que entrou recentemente no catálogo da Globoplay, Herval dava vida ao caçula de Maria Regina (Letícia Spiller), vilã da trama de Aguinaldo Silva (81). À época, ele tinha apenas 6 anos e já encarava rotina de gente grande —o que foi um dos motivos para deixar a atuação de lado.

"Suave Veneno foi muito puxado para mim, saía da escola, ia para o Projac e chegava às 22h em casa. Era uma vida puxada para uma criança de 6 anos. Para mim, era sacrificante", recorda. "No final da novela já estava de saco cheio, apesar de gostar muito. Estava perdendo um pouco a minha infância."

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Herval iz que a novela foi o primeiro teste que fez para a Globo —antes, ele já havia feito alguns comerciais e frequentava aulas de teatro. O médico afirma que, apesar do trabalho puxado, gostava dos bastidores e de ser reconhecido quando saía nas ruas, o que o motivou a voltar para algumas participações na emissora, como em Mulheres de Areia, Malhação Os Maias.

Porém, foi após protagonizar a minissérie Terra dos MeninosPelados (2003), inspirado no livro de Graciliano Ramos (1892-1953), que decidiu deixar a carreira de ator. Ele, que tinha 11 anos, interpretava Raimundo, um menino careca, sem sobrancelhas e com heterocromia ocular. 

"Passei no teste, raspei a cabeça, a sobrancelha e fiz essa série. Foi o trabalho mais legal, foi muito desafiador, um personagem muito diferente de tudo. Mas, também foi muito puxado e depois disso, realmente acabou", diz. "Então, eu comecei no mundo da música, comecei a ter banda. Sou músico, faço shows até hoje. E me apaixonei pela medicina."

Hoje, Herval atua nas frentes de nutrologia, endocrinologia e medicina esportiva em seu consultório. Além disso, ele também dá aulas uma vez por semana na Universidade Iguaçu e, aos finais de semana, faz shows com a banda de rock Solar. "Estamos gravando músicas novas e devem sair alguns singles nos próximos meses, aproveitem o som e curtam", completa.

Foto: Reprodução
Herval Silveira e a banda Solar | Foto: Reprodução

Abaixo, Herval Silveira dá mais detalhes sobre os bastidores de Suave Veneno, comenta outros trabalhos que fez na Globo e explica sua relação com a medicina e a música. Confira trechos editados da conversa com o ex-ator mirim.


Mesmo anos após a estreia de Suave Veneno e de seus outros trabalhos na Globo, você ainda é reconhecido?
Já saíram algumas matérias comigo e às vezes as pessoas procuram até mesmo em relação ao consultório. É muito engraçado isso, muitas vezes os pacientes não têm a menor ideia. Também dou aula em uma faculdade, e os alunos quando vão pesquisar algo sobre mim descobrem. Ainda tem algumas pessoas que me encontram. Já se passaram muitos anos, é bem legal isso.

Você pretende reassistir Suave Veneno agora que entrou no catálogo do Globoplay?
Com certeza! Eu nem sabia que tinha entrado no Globoplay. São quase 30 anos da novela, eu não acompanhei e não lembro direito. Ela nunca passou no Vale a Pena Ver de Novo, então eu nunca assisti. Às vezes uma cena ou outra aparece, mas eu não lembro direito da trama da novela, o contexto dos personagens. 

Você manteve contato com alguém da novela?
Tiveram alguns deles que eu tive um vínculo muito forte, fiquei muito apegado. Principalmente o Rodrigo Santoro, que namorava a Luana Piovani, que era do meu núcleo. Então, o Rodrigo, Luana e Letícia Spiller foram três pessoas que eu mantive um vínculo por alguns anos. Também cheguei a fazer Malhação com Kadu Moliterno. Mas, o Rodrigo foi com quem eu mantive mais contato. Em 2003, fiz uma participação em Mulheres Apaixonadas e eu não conhecia ninguém do elenco, só o Rodrigo Santoro, com quem eu já tinha perdido contato. Fiquei sentadinho no corredor, vendo o Tony Ramos e Camila Pitanga passar, mas pensando que ele [Rodrigo] não lembraria de mim. Quando ele passou, ele parou me olhou e perguntou: 'Você é o Herval não é?'. Ele me puxou, apresentou o elenco inteiro de quem eu era fã, principalmente o Tony. Mas, hoje, praticamente não tenho mais contato com quase ninguém, fazem muitos anos e eu larguei a TV.

Apesar de ter deixado a TV, você tem uma banda. Como concilia isso com a carreira na medicina?
A música é a minha maior paixão junto à medicina. De segunda a sexta trabalho no consultório e dou aula em uma faculdade, e no final de semana eu e a banda, Solar, fazemos show. Consigo conciliar legal. 

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Como você decidiu que queria cursar medicina?
Eu me especializei em endocrinologia e nutrologia, e também fiz medicina esportiva. Minha principal função hoje, no consultório, é trabalhar essa parte de clínica hormonal, esportivo, emagrecimento e melhorar a performance de atletas. Estou há alguns anos nessa área em Niterói, no Rio de Janeiro. Minha família é de médicos, então, conhecendo a rotina eu já estava adaptado, foram incentivos não-ativos dos meus pais. Sabendo como funciona, eu quis isso para mim. Infelizmente, é muito difícil conseguir viver de arte no Brasil, independente do tipo. A medicina é uma profissão que gera muita estabilidade. 

Você tem novos planos para seu consultório?
Cada dia que passa eu tenho investido mais na parte do consultório, acredito que a qualidade de vida das pessoas é mais importante do que tratar a doença. A qualidade do sono, atividade física… tudo é importante. Um conselho que eu daria para todos é para que deem valor a essa parte, procurem acompanhamento relacionado a isso.