Em breve de volta à TV, na série Justiça 2, do Globoplay, Belize Pombal conta a CARAS Brasil o quanto foi difícil lutar pela carreira artística, um sonho de infância
Decidida a ser atriz desde a infância, Belize Pombal (38) está colhendo os frutos hoje, principalmente após conquistar sua primeira projeção nacional, ao participar da primeira fase da novela Renascer, da TV Globo. Na trama de Bruno Luperi (36), ela deu vida a Quitéria, mãe de Maria Santa (Duda Santos). Agora, a atriz está no elenco de Justiça 2, que estreia em 11 de abril, no Globoplay. Na produção, a paulista vive Geíza, uma mãe solo e batalhadora. Em entrevista a Caras Brasil, a artista fala sobre as duas personagens e relembra a difícil trajetória para realizar o sonho da carreira artística. "Fé em mim mesma", desabafa.
Belize, que conquistou sua primeira oportunidade em novelas após se dedicar, por muitos anos, ao teatro e a passar por algumas experiências no audiovisual, diz que o caminho para alcançar a vida artística foi bastante árduo. "Sou uma mulher negra retinta, então isso já é um marcador, traz especificidades para a minha trajetória. Acredito que olhando para a infância, muitas coisas me fortaleceram: perceber a potência de outras mulheres, como as da minha família, por exemplo. Não falo isso na tentativa de uma romantização, de histórias familiares, nem nada. Todas as suas famílias têm as suas questões, mas olhando para as mulheres da minha família, consigo perceber, por exemplo, referências que foram muito importantes, para que eu pudesse perceber como alguém que poderia ocupar alguns espaços nessa sociedade, que às vezes diz que a gente, mulheres negras, por exemplo, que não podem estar nesses espaços", fala.
"Mas para além disso, observar a trajetória de outras mulheres, fora da minha família também, mulheres artistas e tal, continuam tendo muita importância para mim. Então, foi sim um percurso que exigiu bastante e continua exigindo dedicação, muita fé em mim mesma, na vida, construção do meu olhar para mim como indivíduo, como mulher, mas é também um percurso que vem me fortalecendo e me ensinando que sim, é possível, que essa construção me encaminha para lugares de saúde, de amor e de prosperidade. É o que consigo perceber muito resumidamente. Não foi exatamente fácil, mas foi válido e continua sendo, esse percurso até aqui", continua a atriz, que se formou pela Escola de Artes Dramáticas da Universidade de São Paulo (EAD-USP).
Depois da Quitéria de Renascer, os fãs de Belize vão poder revê-la na TV, ao longo da série Justiça 2, que estreia em abril e tem Murilo Benício, Juan Paiva e Nanda Costa nos papéis centrais. A artista, que interpreta a personagem Geíza, outra mãe cheia de nuances, conta como surgiu o convite para a produção. "Na época, estava no Canadá e fiz um teste através do meu empresário. No começo, sabia que era para protagonizar um projeto na Globo, mas não sabia qual. Aí, falei: Bom, deve ser algo muito grande, as pessoas não me conhecem muito ainda, vou fazer o melhor que puder, mas também não sei no que vai dar", relembra.
"O tempo passou e não vinha um retorno. Falei ok, não rolou, bola para frente e que venha a próxima possibilidade, mas depois de mais um tempinho, soube que eu havia sido aprovada nessa primeira etapa de teste. E aí, nós tivemos outros momentos, outros encontros, outras etapas para nos conhecermos e ter uma aprovação final, e assim foi (risos). Então, Justiça chegou dessa forma", completa.
A atriz também detalhou como foi o processo de preparação para a personagem. "Tivemos um período de gravação, antes de começarmos a gravar. E esse período foi fundamental. Também tivemos preparação corporal etc. Tivemos um período bem intenso, passando por um estudo de texto, descobrindo camadas da personagem, dessa interação entre mãe e filha, que acontece entre a Sandra e a Geíza - Sandra é filha da Geíza, feita pela Gi Fernandes - e essa preparação nos deu uma proximidade. Nos ajudou no sentido de ganhar intimidade com essas personagens. Mas acho que tem uma coisa importante que é o que vai se revelando ao longo do processo", destaca Belize.
"Durante as filmagens, foi possível encontrar mais camadas e, lógico, a interação com outros parceiros de trabalho, com outros parceiros em cena, com a direção e com tantos outros envolvidos na realização de um projeto deste tamanho. E tudo isso vai nutrindo a trajetória e revelando camadas da personagem. Caracterização, que foi muito importante também, enfim. Acho que essa preparação não acaba (risos). Ela vai acontecendo ao longo da jornada", emenda.
Para entendermos um pouco mais a personagem, Belize detalha Geíza: É uma mãe solo, muito determinada no sentido de cuidar da filha e fazer todo o possível para que a filha tenha uma realidade mais feliz e menos árdua, menos árida, através da educação. Acho muito bonito isso, uma mulher que acredita muito no potencial da educação para a transformação da realidade. Dá para perceber isso quando a gente observa o quanto essa mulher se dedica, trabalha e se esforça para cuidar sozinha de uma filha, com honestidade, passando valores elevados para essa filha, sobretudo tendo a educação como um valor".
"E acho que outra coisa que movimenta muito a Geíza é esse senso de responsabilidade, nos cuidados com essa filha sendo uma mãe solo. E o amor, muito profundo que faz com que como mãe, ela faça de tudo para proteger e defender essa filha. E nessa tentativa, elas encontram pelo caminho alguns obstáculos e desafios na comunidade em que elas vivem, que fazem com que elas vivam numa circunstância limite, digamos assim, que envolve a justiça, de fato, e que traz à tona o desenrolar da história delas", finaliza a atriz.
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