Em entrevista à CARAS Brasil, Thiago Soares explica nova fase na carreira e dá detalhes de seu novo espetáculo, Último Ato
Renomado ao redor do mundo, o bailarino Thiago Soares (43) voltou ao Brasil há um ano após se desligar do Royal Ballet, de Londres, na Inglaterra —local em que morou por 20 anos. O artista, que apresenta seu espetáculo Último Ato agora em São Paulo, vê diferenças no público brasileiro e avalia a presença da plateia.
Para o artista, o público brasilero é diferente dos demais, e não deve ser subestimado. "Acho lindo esse público caloroso, brasileiro. O público aqui é muito inteligente, gosta de coisa boa e sabe quando é bom. Talvez ele não saiba criticar especificamente, mas sabe o que é bom e tem essa percepção. O público aqui presta atenção e vem com emoção", diz, em entrevista à CARAS Brasil.
Ele afirma que, atualmente, enxerga que o público é maior, porém, menos crítico. No entanto, isso não quer dizer que é uma audiência ruim ou desinformada. "Com a internet e o acesso a informações, as pessoas veem e podem comparar mais. Só que, porque é tudo tão caro e temos tanta informação, a massa não tem tempo de virar especialista ou degustar aquilo de uma forma mais profunda e regular."
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Soares vive há um ano no Rio de Janeiro. Ele decidiu voltar ao país após deixar o cargo de primeiro bailarino do Royal Ballet e passar três anos trabalhando como diretor artístico e coreógrafo do Ballet de Monterrei, no México. "Londres foi minha casa por muito tempo, mas eu queria estar de volta na praia com a minha família."
Ele conta que seu espetáculo, Último Ato, surgiu nas suas idas e vindas na profissão. O bailarino diz que recebia pedidos por mais uma apresentação, para as pessoas que não tiveram a oportunidade de assistir sua despedida do Royal Ballet. "Ficou faltando fazer algo em casa."
Hoje, mais aberto a outros estilos, Soares diz que gostaria de seguir sua essência e continuar criando um outro formato para a dança. Com esse trabalho, ele dá continuidade a sua carreira, com mais autonomia para fazer seus próprios conteúdos e personagens.
"Eu queria dar a oportunidade para o público de entender o que eu vivi e como aquele capítulo acabou e eu embarquei em um novo momento. O espetáculo conta um pouco quem é o Thiago, o que eu como bailarino fiz e o que eu estou fazendo hoje. Ele tem um propósito."
Soares assegura que se sente em um lugar melhor em sua carreira. "Estou em uma sinergia melhor com a minha cabeça. Entendo o quanto eu posso e quero me desafiar. O conteúdo que eu estou dançando tem uma narrativa, não é sobre o número de piruetas que eu vou fazer e se vou saltar dois ou três metros. Tem um desafio físico, mas a proposta não é essa."
Último Ato entra em temporada no Teatro Unimed, em São Paulo, a partir desta sexta-feira, 2. As apresentações acontecem até dia 18 de agosto, às sextas e sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h. Os ingressos variam entre R$ 75 (na meia-entrada) e R$ 200. Ao lado de Gabriela Sisto, Gab Ribeiro, Tairine Barbosa e Paulo Cristo, Soares combina o balé clássico com hip hop, afrobeat, parkour, ritmos brasileiros e dança contemporânea.
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