Vacinas são substâncias que têm a propriedade de imunizar o organismo contra doenças infecciosas, neutralizando total ou parcialmente a ação dos microrganismos que as provocam. Tais substâncias começaram a ser produzidas no final do século XVIII e início do XIX. A partir de então, com a vacinação em massa das crianças sobretudo na segunda metade do século XX, foi possível evitar muitas mortes e, em algumas regiões, até eliminar doenças como a poliomielite.
Havia até recentemente a ideia de que vacina era apenas para criança. Nos últimos tempos, porém, isso vem mudando. Primeiro porque, com o desenvolvimento tecnológico, os fabricantes passaram a produzir vacinas para prevenir doenças específicas também de adolescentes, adultos e idosos. Depois, pelo fato de a própria vacinação em massa das crianças ter levado ao surgimento de uma situação inesperada, isto é, adultos que foram bem imunizados quando crianças e que, com o decorrer do tempo, perderam a proteção vacinal, tornando-se vulneráveis a estas doenças.
Para entender essa questão precisamos pensar em duas situações. Imaginemos uma sociedade — como a São Paulo de 40, 50 anos atrás — em que as doenças são endêmicas, ou seja, ocorre anualmente um determinado número de casos de todas elas. Os adultos que as contraem na infância continuam a conviver socialmente e são “vacinados” de maneira automática, ou seja, recebem reforços “vacinais” pelo contato constante com os microrganismos que as causam. Nessa situação, não é necessário vacinar adolescentes, adultos e idosos porque o organismo deles é estimulado a produzir anticorpos contra tais doenças.
Imaginemos agora outra situação. Uma comunidade, como a das sociedades urbanas atuais, em que todas as doenças infantis são controladas com vacinas. Os adultos tiveram aquelas doenças ou foram vacinados contra elas faz muito tempo. Os anticorpos vão decaindo aos poucos. E aí começam a surgir casos daquelas doenças em adultos. A solução mais racional, então, é vaciná-los novamente.
Hoje, como a tecnologia evoluiu, é grande o número de vacinas também para adolescentes, adultos e idosos, parte delas disponível na rede pública e o restante apenas nas clínicas particulares. “E o que devo fazer? Preciso tomar todas elas?”, você poderia perguntar.
O Ministério da Saúde mantém em seu site — http//portal.saude.gov.br — o Calendário de Vacinação do Adolescente e o Calendário de Vacinação do Adulto e do Idoso. Recomenda que adolescentes (11 a 19 anos) tomem as seguintes vacinas: hepatite B, dupla tipo adulto (difteria e tétano), febre amarela e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Recomenda para adultos (20 a 59 anos): hepatite B, dupla tipo adulto (difteria e tétano), febre amarela e tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). E para idosos (a partir de 60 anos): hepatite B, febre amarela, influenza sazonal (gripe), pneumocócica e dupla tipo adulto (difteria e tétano). Todas estas vacinas são fornecidas gratuitamente. Se você for a uma unidade básica de saúde será orientado e poderá tomá-las.
Mas há outras vacinas importantes que, infelizmente, ainda não integram o calendário oficial. Oriente-se com seu médico sobre a possibilidade e/ou necessidade de tomá-las.