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Toda forma de amor valerá a pena se houver desejo e individualidade

Redação Publicado em 16/10/2012, às 10h11 - Atualizado em 17/10/2012, às 22h05

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Diante do sucesso de um personagem de novela com três esposas e da realidade que mostra tantas mulheres e homens que, insatisfeitos em suas relações, estão indo à luta em busca de novos “ares” relacionais, me pergunto: o modelo de casamento que conhecemos está em desuso? Não sei. O que posso dizer com certeza é que o nó dessa questão está nas expectativas que cada um coloca nas relações, desde o início delas.

Explico: é muito comum que um dos parceiros — e em alguns casos os dois — veja o casamento como remédio para tudo. Algo com a capacidade de nos definir, de nos dar motivo para viver e nos livrar da solidão. Tudo isso pode até se tornar verdade, mas é preciso muita consciência dos envolvidos até que se chegue lá. Do contrário, como uma garrafa que se enche com um contagotas, um dia o casamento que começou muito feliz pode transbordar.

Como evitar que isso ocorra? Cuidando para que a união não impeça ou cerceie o crescimento pessoal de ninguém, pois uma relação, por mais feliz que seja, será sufocada se os parceiros não conseguirem respirar.

O erro começa no momento em que a pessoa se pergunta “O que estou levando do meu casamento?” em lugar de “O que eu trago para o casamento?” Refiro-me às contribuições pessoais que oxigenam a vida a dois. Um não pode responsabilizar o outro pela sua felicidade e realização (ou fracasso) pessoal.

O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C) disse que “a felicidade é a finalidade da natureza humana”. Pura verdade! Mas ela começa dentro da gente. Pode até se completar no outro, mas nunca depender dele.

Todos precisamos de um porto seguro — e isso podemos encontrar no casamento —, mas daí a transformar o encontro amoroso em um “cobertor que dá segurança” e arrastar esse cobertor conosco, sempre com medo de perdê-lo, há uma longa distância.

A pessoa com quem nos relacionamos é importante, claro. E é fundamental que haja uma integração muito forte com ela, além do amor. Isso inclui a compreensão e a admiração mútuas, cultivadas com muita conversa. Quando o amor já não for tão ardente é essa troca que vai prevalecer.

Por isso, antes de pensar se o casamento segue o modelo tradicional ou não, devemos procurar:

1. Entender que cada encontro estabelece seus próprios códigos de convivência e que o mais importante é que você se sinta confortável dentro dele. Dane-se se não está agradando os outros.

2. Buscar o equilíbrio primeiro em nós mesmos. Depois, vem o compromisso com o outro (não com a sociedade, cabe ressaltar, mas com nosso parceiro ou com nossa parceira).

3. Lembrar que ninguém é infalível e que, mesmo amando, podemos machucar. Nos momentos de crise, vale pensar no que as cicatrizes poderão nos ensinar. É isso que vai pesar nos rumos da relação.

4. Não cultivar expectativas em relação ao parceiro que não correspondam à realidade. Assim, se houver uma decepção, ficará amainada a culpa que poderemos sentir por acreditar que fizemos uma escolha errada.

Tomados esses cuidados, qualquer maneira de amor — ou de casamento — vale a pena. Quando aquilo que a mente pensa, a língua fala, o coração pulsa e o corpo sente se traduz em desejo não importa mais nada.