Em passeio por Milão, arquiteta Brunete Fraccaroli fala de amor, trabalho e popularidade após reality
Chique e glamourosa, Brunete Fraccaroli (48) caminha pela Piazza del Duomo, em Milão, Itália, e logo é parada por um grupo de brasileiros. Eles pedem autógrafos da arquiteta que recentemente estrelou o reality show Mulheres Ricas, na Band. Mais adiante, outra turma a aborda. Andar pela praça fica difícil, os pedidos de autógrafos e fotos aumentam. Sorridente, ela atende a todos que esperam pacientemente. “Adoro esse carinho. É muito bom se sentir querida”, diz ela, que ficou popular com o programa na TV. Uma das mais requisitadas profissionais e decoradoras do País, Brunete encara ainda a séria responsabilidade de administrar uma das maiores e mais tradicionais fábricas de aromas e essências do Brasil, herança do bisavô. “Fiquei surpresa com a repercussão da atração, acho que ninguém imaginava”, afirma Brunete. “Mas acredito que quem me conhece sabe que não mudei”, acrescenta. “A Brunete é isso, verdadeira. O que ela é no programa ela é na vida real”, diz o amigo e arquiteto João Armentano (52). “Ela é muito divertida, leva a vida de maneira leve, aproveita todos os momentos”, conta Marcelo Rosenbaum (43), outro colega de profissão, de quem Brunete comprava peças de decoração quando ele ainda dava os primeiros passos na carreira. Por sinal, pergunte a Brunete quantos anos ela tem e logo a resposta é: “Quinze anos, ao menos eu me sinto assim.”
A seguir, enquanto passeia por Milão, cidade que frequenta há mais de 20 anos para conferir as novidades de design, ela relembra os sete dias seguidos em que chorou quando a chamaram de Barbie pela primeira vez e garante que está tão feliz que não encontra lugar para um namorado em sua vida.
– Depois do programa Mulheres Ricas você se tornou mais popular. O que mudou?
– Quando não entro no Twitter, as pessoas reclamam. Eu caminho pela rua tirando fotos. Depois que o primeiro vem tirar uma foto, vira um inferno. Não um inferno, porque eu acho isso delicioso. Mas vira uma coisa engraçada. Eu fiz um cruzeiro de navio agora e não conseguia ficar sentada na piscina. Eu fiz ginástica, musculação e o navio inteiro tirando fotos comigo. E isso para mim é muito gostoso, gratificante. Primeiro porque é o reconhecimento da minha personalidade, porque no programa eu não fui uma personagem, eu fui eu mesma. Então, eu acho que as pessoas gostaram da Brunete, do meu lado arquiteta, do meu lado humano.
– Você chorou ao ser chamada de Barbie pela primeira vez. Por quê?
– Pois é, porque o meu mundo é fantasioso. Isso faz uns 13 ou 14 anos. Porque eu sempre achei que me dava bem com todos, mas em uma reportagem sobre brigas, como ninguém brigava comigo, a jornalista escreveu que eu era a Barbie. Na época, fiquei muito magoada, chorei por sete dias seguidos. Pensava que, como comigo ninguém brigava, era uma Barbie, só enfeitava. Mas depois tirei partido disso. Nunca tinha tido uma Barbie na vida, mas pendurei uma boneca na minha sala de ginástica, no quadro de agradecimentos. E depois fui ganhando outras.
– Você está namorando?
– Agora não estou. É uma pergunta que muita gente me faz. Eu já tive cinco relacionamentos, casamentos. Adoro casar! Mas eu nunca me senti tão feliz na vida como agora. Eu me sinto tão realizada que não tenho espaço para alguém na minha vida nesse momento. Estou me sentindo muito livre, sou muito preocupada com as pessoas que estão ao meu lado. Se a pessoa está aqui e não está comendo, já fico nervosa, nem como, fico cuidando dela. Amo cozinhar, fazer massagem. Sou extremamente romântica e dedicada. Então, se estivesse namorando, daria para alguém a energia que estou dedicando a mim mesma.
– Mas você nem olha para o lado. Fechou a porta para o amor?
– É lógico que a gente não pode falar ‘não, não quero’, mas não aconteceu. Talvez porque eu não esteja procurando um romance. Todo mundo fala: ‘nossa, você viu aquele homem?’ Faço muito sucesso com os homens, principalmente os italianos. É uma coisa impressionante. Mas estou tão feliz que, nesse momento, não vejo espaço para alguém.
– É verdade que você odeia falar a sua idade?
– Sim, é verdade. Detesto porque acho que a gente tem de ter a idade de espírito. A gente é o que a gente é.
– E a sua idade de espírito é de quantos anos?
– Tenho uns 25 anos. Pensando melhor, acho que eu devo ter uns 15 anos, porque eu vivo no mundo da fantasia. Meu mundo é muito cor-de-rosa. Para criar, a gente precisa viver em um sonho.