Em entrevista especial ao quadro 'O Que Vi da Vida' do 'Fanstástico', Regina Duarte fala sobre envelhecimento, personagens e relembra sua estreia no teatro amador
Redação Publicado em 05/02/2012, às 22h37 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43
Regina Duarte completou hoje 65 anos, mais de 40 deles dedicados à dramaturgia. A atriz prestou um depoimento emocionante ao quadro O Que Vi da Vida, do Fantástico, na noite deste domingo, 5, em que ressaltou o modo como pretende envelhecer.
“Quero conservar minha criança sempre viva, até o dia da minha morte. Não quero ser velha chata, tenho medo disso, de ser rabugenta, velha, chata, amarga. Não quero conviver com essa Regina chata, quero essa criança”, afirmou.
Apesar dos longos anos de carreira, ela não pretende parar tão cedo e diz se sentir privilegiada com as personagens que interpretou. “Não quero me acomodar, quero sempre fazer coisas novas, assim eu vou evoluir. Tudo o que eu fiz até hoje está nas prateleiras, na memória, mas o hoje é o grande desafio. Tenho que estar focada para fazer um hoje bacana. Tenho sorte de ter recebido personagens tão extraordinários. Foi trabalhoso, mas muito prazeroso. Foi suado, mas delicioso. Mas tem gente que sua a camisa e não recebe o que eu recebi. Como explica isso? Sorte? Acaso? O acaso foi bom comigo”.
Regina ainda relembrou a infância. “Quando era criança eu tinha mania de fugir de casa, ia andar, dar uma volta. Um dia foram procurar e foram me encontrar na estação de trem. Minha mãe diz que na estação tinha um aglomerado de pessoas eu estava no meio declamando poesias do tipo ‘Batatinha Quando Nasce’ ou coisas assim”. E acrescentou, falando do dia em que estreou no teatro amador, por acaso, com apenas 14 anos. “Aos 14 anos, na volta da escola, eu sempre comprava um jornal. Um dia lá dizia que ia ter um teste para um teatro e eu queria ver como era um teste. O diretor pediu para eu ler um texto e, antes do final da noite, ele conversou com meus pais e perguntou se eu poderia ser o palhaço da peça, que interligava toda a história. Foi assim que estreei no teatro amador”.
Emocionada, a atriz se resumiu como uma pessoa privilegiada ao fim da entrevista. “Se você não faz o que gosta, imagino que viver deve ser um sacrifício. Isso só pode ser um castigo. Então, nesse sentido, me sinto privilegiada, eu amo o que eu faço. Há o sacrifício, mas faço o que eu gosto”.
O primeiro papel de Regina Duarte nas novelas foi Malu em A Deusa Vencida (1965) e, desde então, já atuou em mais de 40 novelas e minisséries, além de 14 filmes e 10 peças teatrais.
