Muito é bom. Mais é melhor ainda.
Nem sempre uma bela estampa é recurso suficiente para encher os nossos olhos diante de um vestido de festa. Pelo visto, uma questão da qual Giambatista Valli parece entender muito bem. Ousado e avesso a padrões estéticos imutáveis, ele transforma metros e metros de tecido em peças de alta-costura realmente dignas da categoria. Em sua terceira coleção nesta seleta elite da moda, o designer italiano exagera nas formas e aposta no surpreendente. Inspirado por jardins ora repletos de flores, ora tomados por paisagens verdes, ele garante momentos de pura apreciação. Afinal, é o que se espera em um desfile de haute couture: o improvável, o sonho. Babados em abundância chegam como o principal elemento desta atmosfera quase lúdica, em mangas e golas que substituem qualquer brilho. Novas silhuetas também se mostram possíveis e extremamente femininas. Como no caso do vestido de base reta — no melhor estilo tubinho básico — com babados laterais nada óbvios. Modelito perfeito para as mulheres desprovidas de quadris. Já para os shapes mais cheinhos nessa região, as maximangas embabadadas servem como bons disfarces, trazendo toda a atenção da roupa para o rosto. Outra característica importante da marca se dá no clima jovial de suas propostas,nas cinturas sempre bem delineadas, nos detalhes casuais dos bolsos ou ainda no romantismo e na fluidez dos tecidos. Sem falar na cartela de cores, que deixa de lado o pretinho básico e aposta nos diferentes tons de verde e vermelho para uma elegância menos sóbria e mais alegre. Se muito é bom, por aqui mais é melhor ainda.