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Julgamento do médico de Michael Jackson

Com lágrimas da família de Michael Jackson e do Dr. Conrad Murray, tem início o julgamento que definirá se o médico teve culpa na morte do Rei do Pop

Redação Publicado em 27/09/2011, às 17h24 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Foto do corpo de Michael Jackson apresentada durante o julgamento do Dr. Conrad Murray - Getty Images
Foto do corpo de Michael Jackson apresentada durante o julgamento do Dr. Conrad Murray - Getty Images

Começou nesta terça-feira, 27, o julgamento do Dr. Conrad Murray, médico responsável pelos cuidados com o cantor Michael Jackson, morto em 25 de junho de 2009, vítima de uma dose letal de propofol. Em frente a um júri de 12 pessoas, sete homens e cinco mulheres, o médico deverá se defender da acusação de homicídio culposo, em que não há a intenção de matar. Os depoimentos de pessoas próximas ao cantor deverão durar cinco semanas e começaram com o coreógrafo Kenny Ortega, que estava produzindo o show This Is It. Todo o processo começou com a voz do cantor em uma gravação, lágrimas do acusado e da família do músico e acusação para o próprio Michael.

A família de Michael Jackson, incluindo os pais e os irmãos, como Jermaine, LaToya, Randy e Janet, chegaram ao Palácio da Justiça de Los Angeles logo pela manhã para acompanhar o processo. Se Conrad for considerado culpado pelo júri, ele pode pegar 4 anos de prisão e ainda perder sua licença médica.

No início do julgamento, a Promotoria afirma que “Michael Jackson, literalmente, colocou sua vida nas mãos de Conrad Murray. E essa confiança equivocada lhe custou a vida”. Logo depois, foram exibidos exames toxicológicos mostrando a alta dose de propofol no corpo do artista.

Também foi exibida uma gravação de voz tirada do iPhone do médico, em que a voz de Michael diz: “Quando as pessoas deixarem o meu show, eu quero que digam: ‘Nunca vi nada parecido na minha vida’”. O áudio foi feito cerca de 6 semanas antes da morte, enquanto ele estava sob a influência de medicamentos e mostra que está com a voz trêmula. De acordo com a acusação, Conrad estava vendo a situação do paciente, mas mesmo assim continuou com as doses de propofol. A promotoria ainda afirma que o médico não cumpriu uma lista de padrões para o socorro do paciente, inclusive deixando de ligar para a emergência. “Dr. Murray recebia US$ 150 mil por mês. Ele era um empregado e atuou como tal. Ele não agiu como um médico”.

Já os advogados de defesa querem colocar a culpa da morte no próprio Rei do Pop, alegando que ele estaria sob forte pressão financeira para ser um sucesso. Assim, Murray administrava os remédios para ajudá-lo a dormir e diz que é inocente.

Quando chegou a vez do advogado de Conrad Murray falar, ele declarou que o cantor morreu instantaneamente com uma combinação de tranquilizantes e anestésico cirúrgico, sem o conhecimento de seu médico. “Ele morreu rapidamente. Tão instantaneamente que nem sequer teve tempo para fechar os olhos”. Ainda alegou que o músico tomou 8 comprimidos de lorazepam, o que é suficiente para colocar seis pessoas para dormir, e em seguida auto-administrou propofol, tudo quando seu médico não estava no local. De acordo com o tabloide Los Angeles Times, Murray deixou algumas lágrimas rolarem quando o advogado disse que ele é trabalhador e dedicado.  

Os advogados ainda afirmam que Michael estava viciado no anestésico e quando Conrad resolveu diminuir a dose para fazê-lo parar, foi quando o artista morreu.

O coreógrafo Kenny Ortega já deu o seu depoimento no caso. Ele descreveu o relacionamento com o cantor como “de amigos”. Produzindo a turnê This Is It, Kenny revelou ainda que Michael estava muito animado para os shows e convencido de que era o momento certo para fazer esse projeto. De acordo com ele, o músico queria fazer essa turnê para seus filhos e os fãs. O coreógrafo ainda disse que no mês de junho de 2009, Jackson perdeu alguns ensaios e ele mesmo tinha notado que o Rei do Pop não estava bem, que havia algum problema.

No depoimento, Kenny ainda disse que estava preocupado com Michael, tanto que mandou um email para Randy Phillips, CEO da AEG Live, para dizer que o artista precisava de ajuda psicológica, além de ter notado que o cantor estava perdendo peso e que não conseguiu entrar em contato com o Dr. Murray. Ortega disse que Murray afirmou que Michael estava fisicamente e emocionalmente preparado para fazer o show, mas o coreógrafo discordava. Quatro dias depois de ver que o artista não estava bem e dois dias antes da morte, Ortega o viu chegar aos ensaios cheio de energia e feliz, bem diferente de antes. No dia da morte, Kenny recebeu um telefone dizendo que Jackson tinha sido levado para o hospital, e pouco depois outra ligação afirmando que “perdemos ele”