CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Etimologia

por <b>Deonísio da Silva</b>* Publicado em 22/03/2010, às 16h47 - Atualizado às 16h49

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Etimologia
Etimologia
Coautor: do latim cum, com, e auctor, autor, cujo étimo remoto é aug, de augere, fazer crescer, aumentar. Diz-se de alguém que faz algo em parceria de outra pessoa, tanto no sentido pejorativo, coautor de um crime, quanto em sentido favorável, coautor de livro ou artigo. Mas certamente ninguém poderia supor que o coautor de um artigo de Física fosse um gato. Em 1975, o professor J. H. Hetherington, da Universidade de Michigan, Estados Unidos, enviou à publicação dois trabalhos de pesquisa sobre Física de baixa energia. Na revisão, foi-lhe pedido que substituísse o pronome "nós" por "eu", já que o artigo era de autoria única. Para não ter de fazer as alterações em todo o artigo, o professor indicou como coautor seu gato siamês Felis Domesticus Chester Willard. Abreviado para F.D.C., o nome do coautor apareceu nas páginas da respeitada Physical Review Letters. O estratagema foi descoberto quando um aluno visitou o professor e, informado de que ele não estava, perguntou por Willard e foi apresentado ao gato. Antes do mais recente Acordo Ortográfico, coautor era escrito com hífen: co-autor. Desabar: de origem controversa, talvez palavra formada com o prefixo "des" mais o sufixo "ar", juntados a aba, do latim alapa, tapa carinhoso que o senhor dava no escravo ao libertá-lo. Ou do espanhol alabea, vício que toma uma tábua ou outra peça de madeira, torcendo-se de modo que sua superfície seja deformada, neste caso derivando de álabe, ramo de oliveira estendido e curvado sobre a terra. Ou ainda do latim labes, ruína, queda, vício. É verbo presente nos comentários sobre terremotos, pois é quando edifícios, pontes e outras construções desabam, causando ruína, desgraça e morte. Epicentro: do grego epí, em cima, muito perto, e centro, kéntron, aguilhão, ponto de uma lança ou do compasso, marcando um lugar que padroniza a distância dali a qualquer lugar da borda da circunferência, traçada pelo compasso, pelo latim centrum, centro. O substantivo grego epíkentron já designava o ponto da superfície terrestre atingido em primeiro lugar e com mais intensidade por ondas sísmicas durante um terremoto. Portinhola: de porta, do latim porta, e os sufixos inha e ola, designando porta pequenina, menor do que uma portinha, como a que inventou o físico inglês Isaac Newton (1642-1727). O cientista gostava de animais. Eles, que nada entendiam de Física, aprontavam para o patrão. Certa vez seu cão favorito derrubou uma vela acesa sobre as anotações e Newton perdeu cálculos preciosos. De outra feita, para não ter de ser interrompido a todo instante por um gato que lhe torrava a paciência, com um constante entra-e-sai de casa, construiu uma portinhola que é até hoje usada em casas e apartamentos que têm a felicidade de conviver com gatos. Sefardita: do hebraico sefaraddim, de Sefarad, nome com que os judeus denominavam a Península Ibérica. Passou a designar os judeus espanhóis e portugueses, e seus descendentes. Os sefarditas espalharam-se pelo norte da África, Brasil e México, fugindo das perseguições da Igreja Católica, principalmente da Inquisição e do Santo Ofício. Depois da fundação do Estado de Israel, levas de sefarditas foram viver em Israel, a mãe-pátria, abandonando a diáspora, mas lá o termo é aplicado sobretudo aos judeus que neste retorno deixaram a África. Zum: do inglês zoom, movimento rápido, presente na expressão zoom lens, lente de aproximação, designando em português conjunto de lentes cujo foco pode ser ajustado para aproximar ou afastar a imagem observada. Zum designa também o efeito obtido no cinema, na televisão e na tela do computador, seja de imagens, seja de letras e números, permitindo definir o tamanho mais adequado ao usuário. Outro sentido, mas daí a procedência é controversa ou de origem onomatopaica, é de ruído produzido pelo vento, por insetos como o besouro, a abelha e a mosca, sendo dito e escrito também zum-zum. Em Zum Zum Ê, a baiana Ivete Sangalo (37) canta estes versos: "Vamos cair na dança,/ A rua é o salão,/ O som que vem balança,/ Chama a vizinhança./ Vai ter carnaval, / Vai ter astral pra cima,/ Deixe de blá blá blá,/ A turma da pesada,/ Tá pegando leve,/ E já desceu pra lá,/ E vai rolar um baita,/ Um baita zum, zum, ê".