CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Etimologia

Redação Publicado em 30/10/2012, às 13h56 - Atualizado às 14h04

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
-
-

Avestruz: do Grego strouthíon, palavra que resume a expressão strouthokámelos, pássaro-camelo, pelo Espanhol avestruz, cuja variante é abestruz. O étimo prevaleceu em outras línguas neolatinas. Avestruz é autruce no Francês e struzzo, no Italiano. E mesmo no Inglês ostrich e no Alemão Strauss. É a maior ave do mundo, originária da Arábia e da África, com asas rudimentares e dois dedos em cada pé. É onívora, isto é, come de tudo, e diz-se que come também pedra, daí a expressão “estômago de avestruz”. Diz-se também que, em face do perigo, enterra a cabeça na areia. É que, ao procurar alimento, mergulha o bico no chão, dando a impressão de que se esconde. Deu avestruz no primeiro sorteio do jogo do bicho, em 3 de julho de 1892.

Bicho: do Latim vulgar bestius. Designa animal selvagem ou doméstico, mas é aplicado com muitos outros significados, a saber: colega (“e aí, bicho?”); entidade mítica (“quieto, menino, senão o bicho te pega”); dificuldade (“o bicho vai pegar”); pessoa feia (“havia cada bicho naquela festa!”); matabicho (gole de cachaça ou de café, tomado em jejum); boa qualidade (“cachaça com limão é o bicho”); ver que bicho dá (aguardar o resultado de alguma coisa), alusão ao jogo do bicho, que, nos primórdios, consistia num bilhete, com o desenho de um animal impresso, com o qual o visitante do Jardim Zoológico, no Rio de Janeiro do século XIX, concorria a um prêmio. Em sorteio realizado às 17h00, ganhava 20 vezes o valor da entrada quem tivesse o bilhete cujo bicho coincidisse com o retrato do animal, escondido dentro de uma caixa fechada, posta à entrada, no alto.

Cachorro: do Latim cattulus, filhote de cão, por influência do Espanhol cachorro, filhote de outros animais mamíferos, como leão e tigre. No Português coloquial virou sinônimo de quantidade, rivalizando com burro: pra cachorro, pra burro. A expressão surgiu quando a presença desses bichos era abundante em todos os lugares, inclusive nas cidades. Também à semelhança do burro, o cachorro é invocado para insultar o próximo, o que em geral ofende o animal, não a pessoa, pois o cachorro é fiel, o mesmo acontecendo com o burro, que é um animal inteligente. O habilidoso cavalo também é invocado para designar o jogador bruto, a pessoa estúpida, por se considerar só o coice que o cavalo dispara ao sentir-se ameaçado.

Fezinha: de fé, do Latim fides, convicção, crença, tendo também o sentido de esperar recompensa. Este diminutivo um tanto estranho, pequena fé, derivou da esperança de, apostando pouco, ganhar alguma coisa no jogo do bicho, que deveria ser dos bichos, pois são 25: avestruz, águia, burro, borboleta, cachorro, cabra, carneiro, camelo, cobra, coelho, cavalo, elefante, galo, gato, jacaré, leão, macaco, porco, pavão, peru, touro, tigre, urso, veado, vaca. O jogo teve tal sucesso que os bilhetes passaram a ser vendidos também em outros locais. E muitos compradores só iam ao Jardim Zoológico no fim da tarde, à hora do sorteio. Tendo perdido sua finalidade inicial, o jogo foi proibido em 1895, mas já estava consolidado. 

Jardim: do Francês jardin, e este do Francês antigo jart, vindo do frâncico gart. O Latim denominava hortus gardinus o espaço para cultivo de árvores frutíferas, legumes, verduras e flores, nas proximidades das residências. O étimo está presente no Inglês garden e no Alemão Garten. Os três tipos mais conhecidos de jardim no Brasil são: o jardim, público ou privado, ao redor das casas ou em praças e parques; o jardim da infância, nome dado a escolas de formação pré-escolar das crianças; o jardim botânico, cujo maior exemplo é o do Rio de Janeiro; e o jardim zoológico, no Rio, inaugurado no dia 6 de janeiro de 1888. Ele recebia inicialmente uma subvenção pública de 10 contos de réis. 

Zoológico: de zoologia, dos compostos do Grego zôion, animal, ser vivo, e logía, estudo, tratado. O latim medieval usou e abusou da inclusão do sufixo grego logía na formação de palavras que designassem ciência, especialização, proporção, tema, resultando em analogia, astrologia, cronologia, meteorologia, psicologia etc. Este adjetivo está presente na expressão jardim zoológico, local destinado a animais selvagens trazidos para viver em cativeiro.