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Etimologia

Redação Publicado em 21/08/2012, às 11h13 - Atualizado às 11h15

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Dracma: do grego drakhmê, unidade de peso e moeda de prata das antigas cidades-estados gregas e de outras regiões do mundo helênico, pelo latim drachma; dragma, no latim medieval. Provém da expressão grega drássesthai, designando tudo que se pode agarrar com uma das mãos, ligada ao verbo dratto, segurar. Referida com frequência nos Evangelhos, dracma aparece ao lado do latim denarium, origem da palavra dinheiro em português, e de sestércios, asses e tércios, moedas romanas. Em 2001, foi substituída pelo euro. Sobre o valor da dracma no século I, leia-se esta passagem do Evangelho de São Lucas 15, 8-9: “Qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, varre a casa, e busca com diligência até a achar? E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: ‘Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida’.”

Escudo: do latim scutum, arma de defesa presa à mão ou ao braço com o fim de proteger o corpo do guerreiro contra espadas, lanças, flechas e outros objetos perfurantes ou cortantes. Deu nome à moeda de Portugal antes da troca pelo euro, em 2002. Euro veio do grego euros, pelo latim eurus, designado vento do Leste. Talvez tenha faltado atenção etimológica aos portugueses para trocarem o nome de sua moeda, de escudo, que os defendia, para euro, do qual, parece, eles agora têm que se defender.

Garça: de provável origem pré-romana, dito kárkia, gartia no latim vulgar, pronunciado “gárcia”, pelo espanhol garza. O latim culto preferia ardea. Por isso, diz-se da garça que pertence às aves ardeídeas, que vivem em rios, lagos, igapós e outros alagadiços, alimentando-se de peixes. Maguaris, taquiris e socós também são ardeídeos. Segundo Plínio (23-79), a ave é capaz de derramar lágrimas quando sofre. No cristianismo, integra o rol dos pássaros justos. A plumagem cinza indica penitência. Com pedra branca no bico ou tapando o nariz, tal como aparece em figura do coro do mosteiro de Altsassen, indica silêncio.

Menestrel: do latim minesterialis, encarregado de algum ministerium, ministério, serviço, pelo francês antigo ménestrel, empregado das cortes, encarregado de recitar ou cantar poemas em versos. Mas não compunham, como os trovadores, os poemas declamados, apenas os recitavam. Praticavam as artes tidas por inferiores, como a dança, a ginástica e os jogos saltimbancos. Eram às vezes excomungados e exilados de suas terras, se suas apresentações fossem consideradas ofensivas à fé ou aos bons costumes. A censura muda de nome, mas está sempre presente vigiando os artistas.

Rosário: do latim rosarium, coleção de rosas, mais conhecido por se ter consolidado como enfiada de 165 contas, indicadoras de pais-nossos e ave-marias repetidos, trazida do hinduísmo para o cristianismo por volta do século IX, com o fim de que os leigos, quase todos analfabetos, pudessem acompanhar, com pai-nossos e ave-marias, e contar os salmos entoados pelos monges, invocações que eles desconheciam. O “pequeno rosário” contém 33 contas, número que lembra a idade de Jesus Cristo, e cinco contas grandes, referindo suas cinco chagas. O “rosário médio” tem 63 contas, porque se acredita que Nossa Senhora tenha sido levada ao céu quanto tinha essa idade, e sete contas grandes, indicadoras de suas sete dores ou sete alegrias. O culto do rosário foi trazido para o Ocidente por São Domingos de Gusmão (117-1221), fundador da ordem dos dominicanos, quando, depois de pregar o Evangelho de São João a professores e alunos da Universidade de Paris, recorreu a esse tipo de oração, para mais firmemente combater as heresias. A prática dos católicos é rezar, não o rosário inteiro, mas o terço, que, como o nome indica, é a terça parte.

Siclo: do hebraico shekel, pelo grego síklos e daí ao latim siclus, designando antiga moeda hebraica de prata, de 6 gramas. Judas Iscariotes, assim chamado porque era da aldeia de Qeryoth, com um beijo para identificar Jesus, traiu o mestre por 30 siclos, pois a transação foi paga com dinheiro hebraico, não romano ou grego, correspondente a 180 gramas de prata, que o traidor jogou no templo ou ao pé da árvore na qual se enforcou. A versão do suicídio é, porém, contraditória. O Evangelho de Mateus diz que ele se enforcou. Os Atos do Apóstolos dizem que ele abriu o ventre.