Com papel bem-humorado em seu novo filme, 'Meu País', que foi apresentado no Festival Paulínia de Cinema, Cauã Reymond fala de sua relação com o humor e da parceria com Rodrigo Santoro
A irreverência de Cauã Reymond é um prato cheio na criação de bons personagens. Em Meu País não foi diferente. Atualmente no ar como Jesuíno de Cordel Encantado, o galã novamente deixou seu lado cômico aflorar para viver Thiago, um dos personagens do filme de André Ristum, que foi apresentado na noite de sábado, 9, no Festival Paulínia de Cinema.
Meu País traz, na verdade, um drama familiar. Para dar equilibrio à trama, Cauã imprimiu uma leveza em seu personagem de forma bastante intuitiva. "O humor vem naturalmente para mim. Muitas das cenas do Thiago foram surgindo de improviso, vinham na hora, e acabava ficando engraçado. Vou aprendendo isso com cada personagem. Quando comecei, não era um ator formado; fui amadurecendo aos olhos do público", afirmou o ator.
Thiago é o filho queridinho de Armando (Paulo José), matriarca de uma família dividida. Seu irmão, Marcos (Rodrigo Santoro), vive na Itália sem tempo para a família. Manoela, filha de uma amante de Armando, é descoberta em uma clínica especial, já que possui deficiência. Alguns acontecimentos acabam os unindo novamente e Thiago tem que aprender a lidar com a maturidade.
Para a criação do personagem, que tem uma vida regrada e é viciado em jogos, Cauã fez um laboratório que lhe permitiu conhecer universos que nem sequer imaginava que existisse. "Eu tive que visitar vários cassinos, conheci figuras muito diferentes, aprendi a jogar poker, porque ainda não sabia. Foi bem interessante. Descobri que as pessoas perdem até 300 mil reais como em um passe de mágica nesses jogos".
Enquanto filmava Meu País, o astro também estava nos sets e filmagens do longa Estamos Juntos, de Toni Venturini, no qual vive um DJ que é homossexual. "Foi bem interessante. São dois personagens muito diferentes. Eu saia do set e ia fazer preparação com o Rodrigo Santoro, que é meu irmão no filme", contou. Nessa preparação, os dois atores conversaram muito para descobrir afinidades e diferenças que existem dentro de uma relação abalada entre dois familiares. "Nós combinamos, por exemplo, que o personagem do Marcos seria São Paulo e o Thiago seria Corintiano (risos), para que dessa forma houvesse um conflito entre eles".
O resultado, para Santoro, aconteceu de forma muito positiva. "Nós fomos construindo isso de forma muito sutil. Tudo foi muito orgânico, sem esforço e, no final, eu senti que era mesmo o irmão do Cauã", acrescentou.