A tireoide é uma glândula que se localiza no pescoço. Seu funcionamento é regulado pela hipófise, glândula localizada na base do cérebro. A tireóide produz hormônios que são muito importantes para o crescimento e o metabolismo do corpo humano. Infelizmente, como todos os tecidos e órgãos, ela é suscetível a desenvolver doenças, que podem levar tanto ao aumento (moléstia conhecida como hipertireoidismo) quanto à diminuição na produção dos hormônios tireoidianos (moléstia conhecida como hipotireoidismo).
Diz-se que uma pessoa sofre de hipotireoidismo, portanto, quando passa a apresentar na corrente sanguínea um volume de hormônios tireoidianos menor do que o normal. A doença acomete aproximadamente de 2% da população adulta. Pode manifestar-se em qualquer pessoa — até bebês às vezes nascem com hipotireoidismo —, mas é mais comum em adultos. Ocorre mais nas mulheres — a relação, aliás, é de cinco para um, ou seja, a cada homem atingido existem cinco mulheres com a moléstia. O hipotireoidismo tem uma tendência familiar, isto é, pessoas com histórico da doença na família estão mais suscetíveis a desenvolvê-la.
A principal causa de hipotireoidismo é a tireoidite de Hashimoto. Trata-se de uma doença autoimune, ou seja, em que o próprio organismo produz substâncias que vão inflamando a tireoide e a destruindo, fazendo com que não produza mais os hormônios. Outras causas importantes de hipotireoidismo são: cirurgias por meio das quais se retira parte da glândula ou toda ela; tratamento de hipertireoidismo com iodo radiativo, que destroi a tireoide; e doenças na hipófise.
O hipotireoidismo, vale destacar, nos seus estágios iniciais, às vezes não provoca nenhum sintoma. Os sintomas mais comuns, porém, são: lentidão, cansaço, sensação de frio, queda de cabelos, unhas fracas e quebradiças, pele seca, atraso de menstruação, constipação intestinal, baixo rendimento físico e mental, ganho de peso leve (4 a 5 quilos) e inchaço nos membros inferiores. À medida que a doença progride, os sintomas se intensificam. Ela pode, então, atrapalhar a vida do portador e, se já sofrer de depressão, até piorá-la.
Infelizmente, ainda não é possível evitar o hipotireoidismo. Mas vale lembrar que grávidas precisam fazer um tratamento rigoroso da doença para garantir que o filho seja saudável. Também é fundamental saber se o recém-nascido tem problemas na tireoide, fazendo o teste do pezinho logo nos primeiros dias de vida, porque alterações na glândula podem interferir no desenvolvimento mental do bebê.
Pessoas com sintomas de hipotireoidismo devem consultar um clínico geral ou um endocrinologista. A doença é bem conhecida em todo o Brasil e o próprio clínico geral dos Postos de Saúde é capaz de diagnosticá-la e tratar. Seus sintomas são inespecíficos, por isso é importante fazer exame de sangue, por meio do qual se dosa a quantidade de hormônios tireoidianos na corrente sanguínea. Em uma segunda etapa, pode-se diagnosticar a tireoidite de Hashimoto também com exame de sangue. O tratamento de hipotireoidismo é feito com remédio na forma de comprimido. Tem de ser tomado por toda a vida, com água, 30 minutos antes do café da manhã. Deve ser ingerido sozinho, nunca junto com outro remédio. É importante, ainda, consultar o médico periodicamente para ajustar a dose da medicação.