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Alice Caymmi lança CD e diz: "Preciso mostrar meu próprio estilo para sobreviver no mercado”

Neta de Dorival Caymmi busca novo caminho em CD sem abandonar sua herança musical

Redação Publicado em 16/10/2012, às 17h58 - Atualizado em 17/10/2012, às 02h15

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Com o violão que foi de seu avô, Alice mostra canções do CD autoral para o pai. - Selmy Yassuda
Com o violão que foi de seu avô, Alice mostra canções do CD autoral para o pai. - Selmy Yassuda

A cantora Alice Caymmi (22) integra uma das mais tradicionais famílias musicais brasileiras: é neta de Dorival Caymmi e Stella Maris, ambos mortos em 2008, e filha de Simone Malaguti (54), que foi vocalista de Tom Jobim (1927-1994), e do flautista e cantor Danilo Caymmi (64). Lançar-se como intérprete, portanto, foi algo natural, embora não menos desafiador. A sobrinha de Dori Caymmi (69) compõe desde os 10 anos e começou a cantar aos 12, em participações nos shows da tia Nana Caymmi (71). “Não tento negar o fato de que meu sobrenome tem peso, mas ele não protege, preciso mostrar meu próprio estilo, minha identidade, para sobreviver no mercado”, garante ela, que viu seu primeiro CD chegar às lojas. O disco é quase totalmente autoral, excetuando-se duas canções, uma delas a regravação mais eletrônica de Sargaço Mar, clássico do avô.

A coragem de ousar é outra marca forte em Alice, que no momento está solteira. Ela conta que não se acha careta, mas descarta o clima de “pegação da noite”, e adora ampliar seus horizontes, por isso estuda Artes Cênicas. “Tentei cursar Direito, mas não me adaptei à formalidade exigida. Sempre soube que meu caminho era a música, então busquei uma formação que me deixasse mais completa artisticamente”, explica a moça, dona de voz grave, gestos expansivos, risada solta e orgulhosa de suas referências, como a cantora islandesa Björk (46). Ela também cultua nomes da literatura e das artes mais ligados ao universo “marginal”. “Amo Charles Bukowski, Baudelaire, Frida Khalo. Gosto da leitura mais dark, densa e soturna”, avisa. Apesar disso, não vê incoerência em abraçar também o universo das canções praieiras imortalizadas pelo genial Dorival. “Meu avô é minha origem, de onde nasci artisticamente. Nunca vou negar isso. Mas posso fazer diferente. Por isso só mostrei o disco à família depois de pronto. É uma maneira de me proteger. E eles concordam. Se eu quero fazer uma coisa, que faça sozinha”, explica Alice, com enfática autoridade.