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Aguinaldo:'sem polêmica, não há novela'

Em entrevista exclusiva à CARAS Online, Aguinaldo Silva fala sobre as maldades de sua próxima vilã, a dificuldade de escalar atores para as novelas e a polêmica em torno do beijo gay

<i> por Renan Botelho </i> Publicado em 24/05/2011, às 10h21 - Atualizado em 11/07/2011, às 08h51

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Aguinaldo diante do computador - fotos: Sheila Guimarães
Aguinaldo diante do computador - fotos: Sheila Guimarães

Aguinaldo Silva tem o dom de aguçar a curiosidade do telespectador quando se trata de suas novelas. A três meses da estreia de 'Fina Estampa', o autor promete escrever o papel de sua vilã mais perversa - mais até do que a lendária Nazaré Tedesco, vivida por Renata Sorrah em 'Senhora do Destino' - e quer muita polêmica no ar. "Se não tem polêmica, não tem novela", diz ele, em conversa exclusiva com a CARAS Online. Nem mesmo as queixas de parte do público mais conservador, que diz preferir tramas sem destaque para maldades, vão interromper os planos de Aguinaldo. "Quem reclama? Que público é esse? Público é uma palavra muito vaga. É como essa história de classificação da faixa etária, que o ministério diz ter recebido 'cartas' reclamando de tal novela... Se 40 milhões assistem e cinco mil reclamam, significa que o resto não tem do que reclamar. Queria saber quantas pessoas mandam cartas reclamando", responde. A vilã da vez recebe o nome de Tereza Cristina de Siqueira Velmont, que será vivida por Christiane Torloni. Mas como o próprio Aguinaldo explica: ela terá um motivo para ser do mal. "Minhas maldades têm sempre uma justificativa dramatúrgica. Se os telespectadores não entendem o motivo, eles não aprovam a vilã. Como foi com a Mariana Ximenes, em 'Passione', ela queria subir na vida. O público podia não concordar, mas entendia. E a Tereza vai querer recuperar o poder que tinha sobre o marido [personagem de Dalton Vigh] e perdeu para Griselda [Lília Cabral]", revela. Onde estão os quarentões? Aguinaldo teve um grande problema para escalar o elenco de sua novela. "Eu não, todo mundo! Não se esqueça que os protagonistas do Gilberto Braga pularam fora em cima da hora", comenta o autor, lembrando que Ana Paula Arósio e Fábio Assunçãopediram pra sair de Insensato Coração, faltando poucos dias para estreia. "Eu estou procurando um ator para ser o par da Júlia Lemmertz, mas já entreguei a Deus - que no caso quer dizer TV Globo (risos). Eles que decidam, porque não tem ator de 40 a 50 anos", conta o autor. O personagem seria de Zé Mayer. Porém, o ator aceitou fazer uma peça sobre o povo judeu no século XIX e terá que usar barba grande. "A barba poderia ser falsa, mas em uma das cenas do espetáculo ele é arrastado pela barba... Não teve jeito. Agora ele vai ser o marido da Griselda que ficou 20 anos sumido no mar", revela. Alexandre Borges também foi cotado, mas não pôde aceitar por que está em turnê com uma peça na Alemanha. Beijo gay Recentemente, Aguinaldo criticou o SBT por usar a polêmica do beijo gay para promover a novela Amor e Revolução, de Thiago Santiago. A emissora divulgou a cena para um dia, mas exibiu no outro. "De qualquer modo, o Procon está aí pra isso, propaganda enganosa é crime, quem se sentiu lesado que faça queixa contra a emissora. Eu nem me dei ao trabalho de botar no SBT na hora da novela, pois, escamado como sou, já sabia que não ia ter p... de beijo nenhum", escreveu o autor da Globo na época, em seu Twitter. Em 'Fina Estampa', o beijo gay poderia acontecer com o personagem de Marcelo Serrado, que será o secretário afeminado de Tereza Cristina. Poderia, mas Aguinaldo deixa claro que isso não vai acontecer. "Não adianta remar contra a maré. Até fiz uma pesquisa no meu site, e o beijo gay perdeu. As pessoas não querem ver isso ainda", diz o autor.