Vacinas protegem dos dois tipos de vírus HPV que são mais frequentes
por <b>Sérgio Mancini Nicolau</b>* Publicado em 30/11/2009, às 15h20 - Atualizado em 03/12/2009, às 12h05
O câncer de colo de útero está entre os de maior incidência na população feminina. Também é um dos que mais matam em todo o planeta. Cerca de 99% dos casos devem-se ao papilomavírus humano (HPV). Esse quadro trágico, felizmente, começou a mudar em 2006 com o lançamento mundial da primeira vacina contra o vírus; no ano seguinte surgiu mais uma. Hoje as duas são usadas em todo o planeta.
Há mais de 150 tipos de HPV. Cerca de 40 causam infecções genitais e 15 favorecem o surgimento do câncer. O vírus vive nas áreas genitais do homem e da mulher, tanto interna como externamente. É passado de uma pessoa para outra nas relações sexuais. O uso de preservativo diminui o risco de contágio, mas não protege totalmente. Estima-se que 80% dos indivíduos sexualmente ativos contraiam o HPV em algum momento da vida. Em geral ele é controlado pelas defesas orgânicas, não causando doenças nem sendo transmitido. Mas, em alguns homens e mulheres, em especial nos que estão com a imunidade baixa, forma a infecção, dando origem ao condiloma acuminado, que se parece com verruga. Pode surgir tanto interna (colo do útero, vagina e canal anal) como externamente (vulva, ânus e pênis). Mas o HPV nem sempre provoca sintomas; nesse caso, a doença só pode ser diagnosticada com exames como a captura híbrida para HPV, feitos com a ajuda da Biologia Molecular.
Mas devem ser indicados somente a mulheres com mais de 30 anos. Portadores de infecção crônica pelo HPV se tornam contaminantes e ficam mais suscetíveis ao câncer.
Os HPV são classificados como de baixo ou de alto risco de causar câncer. Entre os vírus com maior possibilidade de levar à doença estão os tipos 16, 18, 31, 33, 45 e 58. Os dois primeiros são os mais comuns, respondendo por 70% dos casos de câncer de colo de útero e ainda associados a tumores na região da vagina, do ânus e, no homem, também no pênis.
Das duas vacinas, uma é classificada como quadrivalente e a outra, como bivalente. Durante as pesquisas, esta última se mostrou eficaz na prevenção de infecções pelos vírus 16 e 18; já a quadrivalente protege de infecções pelos mesmos vírus e também do 6 e do 11, causadores de 90% das verrugas na área genital, mas que em geral prejudicam apenas a estética, não representando risco para a saúde.
As pesquisas para o desenvolvimento das vacinas contra HPV foram realizadas inicialmente apenas com mulheres mais jovens. É a elas que se destinam, portanto. A vacina quadrivalente é recomendada no Brasil para mulheres de 9 a 26 anos; e a bivalente, às de 10 a 25. Ainda se discute sua adoção no serviço público de saúde; assim, por enquanto, só podem ser tomadas nas clínicas particulares. O esquema de imunização compreende três doses com intervalo de seis meses entre a primeira e a última. Como as vacinas são novas, ainda não se sabe por quanto tempo a pessoa que tomar uma delas ficará imunizada.
Finalmente, dos Estados Unidos vem uma novidade. A Food and Drug Administration (FDA) aprovou a imunização no país também de meninos de 9 a 26 anos com a vacina quadrivalente. É provável que, em breve, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Ministério da Saúde brasileiro, também aprove a medida.
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