Ao compartilhar sua experiência com a paternidade, o criador de conteúdo leva seu público a refletir e repensar a responsabilidade do pai no processo de amamentar
Quando o assunto é amamentar, muitos homens acabam assumindo o papel daquele que ajuda, ficando em segundo plano. Contudo, essa atuação exige tanto protagonismo quanto a da mãe — que muitas vezes fica sobrecarregada com todas as tarefas na jornada da amamentação. E para Tadeu França, já passou da hora de rever esse conceito.
Conhecido nas redes sociais por sua irreverência como influenciador parental, ele sabe muito bem da importância de participar ativamente na criação de seus pequenos, o Augusto e o Hugo. “Muitos querem se tornar pais, mas não paternam. Para paternar, é preciso estar presente de corpo e alma”, afirma. “Eu coloco o pai no papel de protagonista, assim como a mãe, porque ele não pode só ficar com a missão de ajudar, pois ele tem tanta responsabilidade quanto ela; esse papel de ajudar é da rede de apoio, que aí, sim, envolve os familiares e pessoas de confiança. Se não houver protagonismo da nossa parte, seguimos como pais que não fazem a diferença e não assumem o seu dever”, explica ele, que coloca isso em prática ao lado da Talita, sua esposa.
Para o criador de conteúdo, tomar essa frente significa assumir a responsabilidade de proporcionar um ambiente ideal para a produção de leite materno. Assim, é preciso ser proativo e não ficar esperando orientações para coisas básicas, como manter a casa organizada, preparar a comida e, principalmente, cuidar da mãe. “Se o homem não faz isso, ele fica na zona de conforto da função de ajudar e só faz as coisas se alguém pedir”, diz.
Outro ponto importante é a saúde mental da parceira, que não é levada em consideração em muitos casos. “Algumas mulheres têm dificuldades para produzir o leite e nessas horas é preciso investir em alternativas para a nutrição do bebê. Tem pai que não quer gastar com isso, porque acha que a amamentação é uma função só da mãe. Isso gera uma sensação de culpa enorme na mulher, o que só piora a situação fisiológica e mental da mãe”, ressalta Tadeu, que reforça os efeitos negativos da pressão excessiva que o homem pode causar.
Entretenimento que nos faz refletir
Com seu humor, ele encontrou uma forma de levar aos outros as reflexões que ele mesmo teve de fazer. “Antes de mostrar para o mundo o que é certo ou errado, eu precisei olhar para dentro, olhar para mim. É claro que eu também erro, mas a diferença é que eu decidi deixar o privilégio de ser um homem hétero de lado para assumir a minha parte da responsabilidade”, revela ele. “Precisei me desenvolver como homem, pois os papéis que dizem ser apenas da mulher são meus também. Sou protagonista! Gosto de fazer as pessoas refletirem de uma forma leve, mas que elas aprendam alguma coisa com isso”, conta.
O criador de conteúdo ainda reforça que a paternidade é constante e não deixa de ser exercida em momento algum. “No trabalho, batemos o ponto, guardamos o crachá e vamos para casa. Ser pai acontece 24 horas por dia, não importa o quão cansado eu esteja, pois a paternidade é um serviço que não termina”, pontua ele, que denota a importância de não romantizar o assunto. Entretanto, ele lembra que esse é um comportamento esperado por parte das mães — algo imposto pela sociedade e que deve ser revisto. “Por que esse peso todo deve ficar apenas sobre as mulheres? Esse conceito antigo não funciona mais para nossa atualidade”, ressalta ele.
Abraçando as várias formas de ser pai
Ao diferenciar os papéis de ser pai e da rede de apoio, Tadeu traz ao dia a dia a quebra de vários tabus e mostra que as novas tecnologias podem ajudar. “Usar o extrator de leite materno, que muita gente condena erroneamente, foi fundamental quando o Hugo, nosso filho mais novo, nasceu”, relembra.
Ao ter de ir ao hospital por suspeita de covid-19, Talita acabou dando à Luz. “Para não perder o primeiro leite, usamos o aparelho e isso mudou tudo, pois ela não podia ter contato com o bebê enquanto aguardava o resultado do teste, que foi negativo”, recorda ele, que contou com o extrator de leite materno da Philips Avent na ocasião. “Já na maternidade, nós percebemos que essas coisas estão aí para nos apoiar”, reforça ele.
Com toques de humor e grandes reflexões sobre a paternidade, Tadeu faz um convite ao jogar uma luz sobre a seriedade da função de ser pai na amamentação. “Muitos homens acham que existe uma receita mágica, que vão receber um manual, mas não é assim. Precisa ter proatividade, se adaptar e correr atrás de novos conhecimentos. Aquela velha desculpa de não saber como fazer não cola mais”, afirma. “Se realmente quiser se tornar pai, o homem deve honrar esse título e perder o medo de desconstruir a masculinidade frágil”, finaliza Tadeu.