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Otimista com a cura, Reynaldo Gianecchini rompe silêncio e fala do câncer

Em entrevista exclusiva, galã Reynaldo Gianecchini fala da batalha contra o câncer e se prepara para transplante

Redação Publicado em 01/11/2011, às 10h50 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Em visita ao Graacc, Giane leva um saco repleto de brinquedos e conta como as crianças o inspiram em sua luta. Ele encontra ainda o CEO e o superintendente médico da nobre entidade. - S4 Photo Press
Em visita ao Graacc, Giane leva um saco repleto de brinquedos e conta como as crianças o inspiram em sua luta. Ele encontra ainda o CEO e o superintendente médico da nobre entidade. - S4 Photo Press

Desde que foi diagnosticado com um tipo raro de câncer, o linfoma não-Hodgkin de células T Angioimunoblástico, o ator Reynaldo Gianecchini (38) tem dado mais valor às ações que às palavras. Confiante, o galã trilha uma verdadeira maratona de apoio à luta contra a doença em paralelo com seu tratamento e procura fazer de cada gesto de solidariedade uma expressão de seus sentimentos, como na visita que fez ao Graacc, Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer. Na ocasião, Giane quebrou o silêncio e falou com exclusividade à CARAS. “Sempre fui uma pessoa otimista e, agora, mais que nunca. Não penso em coisas ruins, somente nas coisas boas. Por todo esse amor que tem sido movimentado, eu acredito na cura, não acredito na doença”, afirma Giane, cuja última entrevista sobre o tratamento fora no final de agosto, quando deixou o Hospital Sírio-Libanês, em SP, após quase 30 dias de internação. Menos de dois meses depois, o duro golpe: a perda do pai, Reynaldo Cisoto Gianecchini, no dia 17 de outubro, aos 72 anos, vítima de câncer no pâncreas e no fígado, contra o qual lutava há 10 meses.

Embaixador da linha de camisetas do Sou Fã de Criança ao lado da atriz Adriana Birolli (23), campanha idealizada pela instituição, ele distribuiu 300 kits de brinquedos e a mesma quantidade em kits de guloseimas para os pequenos, seus grandes exemplos diante da doença, e mobilizou sorrisos ao dar atenção especial às crianças e suas mães. “A gente sempre aprende muita coisa com as crianças. Elas são as que mais me ensinam nessa fase de tratamento, estou tendo muito contato com elas”, atesta ele, que já havia visitado o local em junho, ainda sem saber sobre o linfoma. “Adorei vir aqui. Podem contar comigo sempre”, disse o galã, na época, data relembrada pelo atento paciente Guilherme Bailone Munhoz (15), que mostrou foto feita na ocasião com o ator.

Mais que distribuição de presentes, as duas horas da visita representaram trocas de experiências e afeto. “Qualquer gesto de amor é sempre uma grande ajuda”, falou o ator, que conheceu a Quimioteca, Brinquedoteca, Espaço Cuidar, além da conversa com José Hélio Contador Filho (58) e Antonio Sérgio Petrilli (64), CEO e superintendente médico do Graacc, durante a qual Giane garantiu que prestigiará a abertura das novas instalações em 2012.

Passando por sessões de quimioterapia, o paulista de Birigui deve realizar transplante autólogo após completar a quinta sessão. Trata-se de uma técnica para se obter células-tronco do sangue ou da medula óssea e retorná-las ao mesmo paciente. O ator também foi submetido ao exame Pet Scan, tomografia por emissão de pósitrons, que faz um mapeamento do organismo com o objetivo de determinar a fase da doença e monitorar a evolução e eficácia do processo de cura do câncer.

Aliando o tratamento convencional ao auxílio espiritual do médium João Berbel (56), ele encontra amparo na família, como a mãe, Heloísa Helena (70), que após a perda da marido concentra cuidados no filho. Incentivo também de amigos como a ex, Marília Gabriela (63), e a atriz Claudia Raia (44), com quem dividiria cena no espetáculo Cabaret, que cumpre temporada em SP. Longe da TV desde o fim da global Passione, em janeiro deste ano, quando deu vida ao vilão Fred, ele interrompeu a temporada da peça Cruel para a internação. Apesar dos contratempos, a esperança é o lema. “Só consigo pensar na minha vida muito melhor daqui para frente”, afirma um confiante Giane.

– O contato com as crianças é uma forma de trocar experiências e de incentivar o tratamento?

– A gente sempre aprende muita coisa com as crianças. Elas são as que mais me ensinam nessa fase de tratamento, estou tendo muito contato com elas.

– Qual o caminho para suavizar o processo do tratamento e não se deixar abater pelas dificuldades?

– Encarar com leveza, tentar viver um dia de cada vez e aprender com essa situação.

– O olhar para a vida mudou?

– Com certeza. Você entra em uma outra relação com as pessoas, repensa todas as suas relações... Basicamente, o que mais me tocou foi a necessidade de compartilhar as coisas, como o jeito com que as pessoas ficam sensibilizadas. E como é gostoso compartilhar tudo... O amor, a solidariedade... A gente vê como precisa das pessoas. Uma visão menos egoísta.

– Qual seu porto seguro hoje?

– Família, amigos e até pessoas que nem conheço e sorriem para mim. É uma grande ajuda qualquer gesto de amor, de carinho. É algo que ajuda muito a gente.

– Você sempre foi otimista. Agora não é diferente, certo?

– Sempre fui e, agora, mais que nunca. Eu não consigo pensar em uma coisa ruim, mas sempre na parte boa das coisas. Só consigo pensar na minha vida muito melhor daqui para frente. Tudo o que tenho aprendido, tudo o que tenho conquistado. Todo esse amor que tem sido movimentado... Então, eu acredito na cura, não acredito na doença. Só vejo coisas boas pela frente.