Após cirurgia, a diva Hebe fala sobre fé, desejo e Roberto Carlos
Redação Publicado em 24/04/2012, às 10h47 - Atualizado em 05/10/2012, às 13h29
"Oba! Vamos celebrar a vida!” Foi com essa frase, sorrisão no rosto e braços abertos, como se para abraçar o mundo, que Hebe Camargo (83) recebeu CARAS em sua mansão, no Morumbi, em SP, poucos dias antes de voltar ao comando do seu programa, na RedeTV!, após passar, no dia 11 de março, por cirurgia de emergência para retirada de tumor no intestino. “Estou ótima, forte e feliz. Já voltei a sair à noite com os meus amigos. Agora é vida normal”, anuncia. “Vocês não acreditam na quantidade de mensagens, santinhos e terços que recebi. O Brasil todo rezou por mim. Estou louca para reencontrar a minha plateia e agradecer o carinho”, conta, animada, a apresentadora mais querida do País, que, em janeiro de 2010, foi diagnosticada com câncer no peritônio e, na época, também passou por cirurgia e sessões de quimioterapia.
“Fui muito forte, lutadora e isso serviu de exemplo para muita gente que se deixa abater ao saber que tem essa doença. Nem por um segundo pensei que poderia morrer. Morte é só quando chega a nossa hora, isso quem sabe é Deus e Ele achou que eu tinha de aproveitar um pouco mais por aqui”, comemora, devota fiel e famosa de Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Aparecida, sem rodeio ao falar do problema de saúde que enfrentou.
Fazendo festa com os pássaros que cantam em coro quando ela passa pelo jardim, a diva muda o semblante, preocupada com o estado do cantor Pedro Leonardo (24), filho do também cantor Leonardo (48), que sofrera grave acidente naquela manhã, e lamenta a morte de Chico Anysio: “Perda realmente irreparável! Chorei muito. Mas ele teve uma homenagem a altura de seu talento.”
No início da sessão de fotos, vaidosa, combinando vestidos coloridos, com saltos altíssimos e joias poderosas, ela cantarola uma canção de Roberto Carlos e conta que, na véspera, ligou para o Rei para parabenizá-lo pelo aniversário de 71 anos. “Ele não estava, mas retornou minha ligação. Quando atendi e vi quem era, comecei a tremer. Mas tomei coragem e disse que estou esperando por ele para comemorarmos com muito Petrus”, revela, com sorriso maroto, referindo-se ao vinho preferido do cantor.
– Por falar em Roberto Carlos, viver um grande amor não está nos seus planos?
– Nessa altura da vida, não sei se seria capaz de amar com tanta volúpia... Mas sinto desejos. Afinal, sou uma mulher que está viva e há homens que me atraem fisicamente. O Roberto realmente mexe comigo. Quando falo com ele pelo telefone, fico tremendo. Ele morre de rir e não me leva a sério. Mas com ele eu toparia qualquer coisa. Menos morar junto! Meu filho, Marcelo, não gosta desse assunto. Mas agora ele ficou amigo do Dudu, filho do Roberto, e já está aceitando. Se ele me desse bola, eu o levaria para um jantar a luz de velas. E, depois, apagaria as velas! (risos)
– Não se sente só nessa casa tão grande?
– Pelo contrário. Amo ficar com os meus bichos. Tenho seis cachorros, adoro conversar e dar banana na mão para os meus pássaros, carrego a minha galinha, a Gugu, no colo... Meu sobrinho, meu filho e os amigos tentam me levar para viagens e passeios, mas eu gosto mesmo é de ficar aqui com as minhas ‘crianças.’ Sou muito bem tratada. Não conheço o que as pessoas chamam de solidão.
– Você está sempre bemhumorada?
– Não dá para dizer que estou rindo 24 horas por dia, mas quando fico mal-humoradinha, passa muito rápido. Bom humor é importantíssimo. Com ele, a vida fica mais leve. E acho que tristeza só atrai coisa ruim. Se eu fosse uma mulher triste, já teria morrido, não teria suportado tudo o que aconteceu comigo. Foi muito difícil. Não senti dor, pois estava anestesiada, mas só consegui ter força porque sou muito otimista. Entrei para essa última cirurgia como quem vai para uma drenagem linfática, quietinha, sem reclamar nem questionar nada.
– Passado o susto, com que mensagem você volta ao ar?
– Pregando a alegria! Eu sou a imagem da alegria e não perdi essa alegria com o problema que enfrentei. Minha realização maior é quando consigo arrancar uma risada do público. Atualmente, está difícil fazer o povo rir... Tem muita desgraça por aí, não sei o que está acontecendo com o ser humano, tem mãe jogando filho no lixo...
– O que você assiste na TV?
– Os telejornais, para estar bem informada. Mas também adoro uma boa novela. Sou fã da Fernanda Montenegro e do Lima Duarte. Da nova geração, Fabio Assunção, Cauã Reymond e Bruno Gagliasso, além da Taís Araújo, que é linda e está ótima em Cheias de Charme. Também sou fã do Gianecchini e rezei pela recuperação dele.
– Tem novos projetos profissionais?
– Tenho vontade de retomar os shows pelo Brasil do meu DVD, que ficou bárbaro, com grandes duetos, e que não tive tempo de trabalhar, pois foi justamente na época em que fiquei doente e tive de parar tudo.
– Após a saída do SBT, como está a relação com Silvio Santos?
– Bem, como sempre. Eu o admiro muito. Saí porque não estava mais feliz lá. E ele a toda hora queria diminuir o meu salário. Por duas vezes, concordei. Depois, não deu mais. Mas jamais poderia brigar numa casa em que fiquei por 25 anos e onde sempre fui respeitada. Silvio é um grande animador, a vida dele é o palco e ainda não apareceu nenhum possível substituto para o seu talento.
– Tem algum arrependimento? Qual seria?
– Quando faço uma besteira procuro esquecer para não repetir. É melhor nem lembrar!
